O grupo musical Trabalhadores do Comércio lançou em 1981 uma música que ficou célebre com o título “Chamem a Polícia”.
A partir deste fim-de-semana os clubes da ilha de São Miguel estão impedidos de chamarem a Polícia para os jogos de futebol que tinham e têm marcados porque não há agentes voluntários suficientes para aqueles serviços remunerados.
A primeira indicação do Comando de Ponta Delgada colocava como excepção as categorias de seniores e juniores. Porém, como há prazos a cumprir para os escalões de juvenis e de iniciados relativos às participações regionais e nacionais, a direcção da Associação de Futebol de Ponta Delgada reuniu-se com os responsáveis da PSP.
Uma análise determinou os jogos indispensáveis.
Espanta-me esta falta de agentes, quando, em jogos com pouca assistência, se via um número de polícias desnecessários. Mas como era um recebimento à parte, havia sempre quem pretendesse estar nos jogos. Será que o recente aumento do ordenado tem influência?
É a hora de os nossos clubes seguirem o exemplo dos congéneres continentais, mesmo da Liga 3 e do Campeonato de Portugal, de recorrerem a Assistentes de Recinto Desportivo e a elementos do próprio clube para a segurança dos jogos. A lei permite.
Um assunto a ser reactivado!
O RELVADO DO ESTÁDIO voltou a ter a pior nota da jornada. É repetitivo escrever e falar do mau estado do relvado do estádio de São Miguel. A melhoria, como aconteceu nos relvados dos campos do Portimonense, do Gil Vicente e do Famalicão, por exemplo, só através de uma transformação radical.
A renovação do relvado não acontecerá por intervenção do Governo Regional, como proprietário. Não tem verbas.
Como a concessão à SAD do Santa Clara não ata nem desata, por questões jurídicas que são ultrapassáveis mas encontram resistência, vão manter-se as notas baixas pela comissão encarregue de atribuir a classificação após cada jogo. Pelo menos enquanto a administração da sociedade desportiva não der um murro na mesa e mudar-se para outro local, como deve suceder nas recepções ao Benfica e ao Sporting se não houver a concessão com partilha do investimento posterior aos 5 milhões propostos para os primeiros anos.
A pontuação do relvado de 3,13 no jogo com o Boavista voltou a colocar o estádio de São Miguel no último lugar da 7.ª jornada.
Embora tenha chovido antes do jogo, o relvado não se apresentou tão mal que justificasse a 15.ª pior pontuação em 80 jogos desde que em 2019/20 foi implementada a classificação dos relvados dos clubes das duas divisões profissionais.
Tenho estado atento ao comportamento dos relvados dos jogos da Primeira Liga. Há relvados que no final dos jogos apresentam uma qualidade muito pior do que a relva do estádio micaelense.
Os relvados dos campos das Aves (AFS SAD), do Estoril e de Rio Maior (onde actua o Casa Pia), não estavam melhores para justificaram 3,38.
Apesar da realidade ser negativa, os membros que classificam através dos elementos que lhes são disponibilizados estão a…embirrar e a não terem uma coerente avaliação. Não para os 4,00, mas melhores do que os 3,13.
A PAUSA DE 46 SEGUNDOS na entrevista do treinador do Boavista no final do jogo com o Santa Clara, reforçou as carências do estádio de São Miguel para eventos da craveira da Primeira Liga.
Quando Cristiano Bacci ia começar a falar, os jogadores do Santa Clara, desconhecendo a entrevista, festejaram em coro, no balneário, a vitória. Como as entrevistas curtas aos treinadores decorrem em local muito próximo da cabina, o som em redor interfere.
O jornalista da Sport TV colocou a pergunta, mas como o ruído mais ao lado abafava a voz, Bacci aguardou, serena e pacientemente, que terminassem os festejos para responder. Foram 46 segundos de silêncio dos intervenientes.
Naturalmente alertados, os atletas baixaram o tom e o treinador do Boavista lá falou sem mais interrupções.
Solução para evitar outra situação idêntica? Não existe no contexto actual.
MARIANA CABRAL é mais uma vítima da impaciência dos dirigentes em busca de resultados. Sexta feira foi demitida do cargo de treinadora da equipa sénior feminina de futebol do Sporting após ter sido eliminada da Liga dos Campeões pelo Real Madrid e de ter perdido, em casa, com o Benfica para o campeonato.
A treinadora micaelense de 37 anos de idade havia prolongado o contrato até Junho de 2025 devido ao excelente trabalho desenvolvido. Alguns meses depois e após perder com equipas que se apetrecharam com individualidades mais capacitadas, deixou de ser a melhor.
Esta rapidez com que se muda de timoneiro reflecte, quão impreparados estão muitos directores. A avidez por títulos rápidos fazem-lhes incorrer em erros irreparáveis.
Mariana Cabral entrou no Sporting em 2016 para treinar as equipas da formação, assumindo a liderança da turma principal em Julho de 2021. Com um percurso notável, conquistou uma Taça de Portugal e duas Supertaças. Somou 101 jogos, com 72 vitórias, 11 empates e 18 derrotas.
O PAVILHÃO DA ESCOLA SECUNDÁRIA DA LAGOA está há anos a necessitar de obras de requalificação. A todos os níveis. Mais um problema que vem do anterior governo que o actual ainda não conseguiu por a mão.
O futsal, que ocupava grande parte das horas destinadas aos clubes, deixou de utilizá-lo há cerca de 4 anos. Continuaram a frequentá-lo as equipas de basquetebol da Associação Juvenil do Clube Operário Desportivo (AJCOD) -há 20 anos- e o Centro de Karaté da Lagoa. Os karatecas optaram por treinar ao ar livre!
Desde o início de Setembro que nenhum dos 140 atletas do AJCOD (a desenvolver um trabalho notável no basquetebol no concelho da Lagoa através da equipa liderada pelo presidente Gilberto Borges) tem conseguido treinar no espaço. Não pelos problemas estruturais, mas porque falta uma assinatura para o funcionário entrar em funções.
Tudo por causa do processo burocrático, emperrado porque foi pedido pela tutela ao conselho executivo da escola secundária a reformulação do procedimento.
Incrível e inadmissível.
O comunicado divulgado sexta-feira pela AJCOD a alertar para a situação, veio apressar a resolução. Mas era necessário?
EDUARDO JORGE MEDEIROS faleceu esta semana aos 81 anos de idade. Foi um ícone praticante do hóquei em patins da ilha de São Miguel e açoriano entre o final dos anos 1960 e o ano de 1974 no Micaelense FC. Recebeu uma justa homenagem em 1976. Foi também árbitro de hóquei em patins e dirigente do extinto Micaelense FC. Em 1981/82 treinou o União Micaelense.
Foi membro da direcção de Primitivo Marques na Associação de Futebol de Ponta Delgada a partir de 1989.
Sempre bem-disposto e um bom amigo, o desporto desta ilha perde mais um praticante que está na história do hóquei em patins.
José Silva