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O Basculho de Chaminé – A ópera cómica portuguesa no Teatro Ribeiragrandense

No próximo dia 20 de Outubro, às 17 horas, a Quadrivium – Associação Artística estreia-se com uma ópera portuguesa no Teatro Ribeiragrandense.
“O Basculho de Chaminé” é uma ópera cómica que explora temas do quotidiano com humor e leveza. O enredo gira em torno de amores, intrigas e mal-entendidos, que culminam numa série de situações divertidas. O “basculho” – símbolo de algo sem valor – torna-se um ponto central da narrativa, refletindo sobre como as aparências iludem, tanto no que toca às pessoas, como também aos objectos. Nesta trama onde as aparências enganam, o amor parece ser mais confuso do que um dia de nevoeiro.
Entre as confusões, o basculho de chaminé transforma-se em metáfora para as vaidades, os preconceitos e as aparências enganadoras. No final, após muitas reviravoltas, a verdade finalmente vem à tona (ou será que alguém a irá varrer para baixo do tapete?).
A metáfora do basculho em “O Basculho de Chaminé” de Marcos Portugal carrega um forte significado cómico e crítico. O basculho refere-se à sujidade e resíduos que se acumulam na chaminé, algo visto como inútil e sem valor. No enredo da ópera, esta sujidade banal torna-se o centro de mal-entendidos, sendo usada como uma metáfora para a reputação de uma das personagens.
A partir de um simples incidente doméstico, onde o basculho cai da chaminé, espalha-se um boato que sugere que D. Flora, apesar da sua riqueza e beleza, é tão insignificante quanto ao lixo da chaminé. Isto revela como a sociedade tende a julgar as pessoas superficialmente, baseando-se nas aparências, julgando um livro pela sua capa.
O basculho de chaminé simboliza a maneira como as aparências podem ser enganadoras e como algo sem importância pode ser amplificado por rumores e preconceitos. Ao transformar o lixo num ponto central da trama, Marcos Portugal critica a superficialidade social e a fragilidade das reputações, expondo o absurdo de julgar o valor das pessoas por pequenos incidentes ou detalhes insignificantes.
Em suma, a metáfora do basculho de chaminé é uma crítica à obsessão social com a imagem e o valor superficial e ao impacto que as tramas e enredos podem ter na vida das pessoas, mesmo quando baseadas em algo tão trivial, como o lixo de uma chaminé. Marcos Portugal (1762-1830) foi um dos mais destacados compositores portugueses do período clássico, tendo escrito cerca de 40 óperas, muitas das quais conquistaram o público europeu da época. A sua obra é marcada pela inventividade melódica e pelo fino uso do humor, características que o tornaram célebre nos principais teatros da Itália e de Portugal.
Esta produção de “O Basculho de Chaminé” contará com a direção musical do maestro Amâncio Cabral e com a Sinfonietta de Ponta Delgada. A encenação está a cargo do conceituado Mário João Alves que traz uma leitura contemporânea e fresca à história, sem perder de vista o contexto original da obra. O elenco de cantores conta com Luís Rodrigues no papel de Barão, barítono conceituado e com uma longa carreira em diversos papeis e palcos. No papel de Pieroto o incrível André Henriques transforma cada entrada em palco num momento de boa disposição e deslumbre pela sua voz irrepreensível. A nossa conterrânea Helena de Castro que no papel de D. Flora sobe novamente ao palco a convite da Quadrivium – Associação Artística. No papel de Rosina a bela e doce Mariana Cardoso encantará todo o público com a sua personalidade doce e timbre claro. O D. Fábio a cargo do jovem e simpático Gabriel Santos que se estreia em palcos micaelenses. E, por fim, Janino trazido ao palco por Tiago Matos.
Esta ópera é uma produção da Quadrivium – Associação Artística, com o apoio da Direcção Geral das Artes, do Governo Regional dos Açores. e da Câmara Municipal da Ribeira Grande.

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