1- Nos últimos tempos temos sido confrontados com os ciber-ataques aos serviços públicos, às empresas e às pessoas, e que têm origem nas terríveis redes criminais que usam o ciberespaço que é “o espaço de comunicação aberto pela interconexão mundial dos computadores e das memórias dos computadores” onde se abrigam as inúmeras redes criminosas, criando situações difíceis de corrigir de imediato. Essas redes incluem, além dos ataques, um poder enorme dirigido às pessoas e apostando nas notíciais falsas mudando o pensamento e a informação em inúmeros países e com impacto nos vários estados e de, sobremaneira, nos regimes democráticos.
2- Estamos à beira de eleições importantes nos Estados Unidos da América com impacto no futuro imediato de vários países, e não se sabe como acabarão as duas grandes guerras que se desenrolam na Europa e no Oriente. O Presidente Francês anunciou o lançamento de uma rede europeia de peritos para combater a desinformação e os ciberataques, que conta já com 30 países voluntários, membros da Comunidade Política Europeia, porquanto a União Europeia sofre de inúmeras fragilidades, porque desleixou-se na segurança e vê-se agora a braços com uma guerra que sabemos como começou, mas desconhece-se como irá acabar, e qual o impacto que ela terá na União Europeia.
3- A rede, que o Presidente Macron pretende accionar e que conta já com 30 países como membros voluntários da Comunidade Política Europeia, assenta numa plataforma que irá ter um conjunto de especialistas, cuja tarefa será “definir normas e protocolos comuns para identificar a manipulação de informação e dos ciberataques”. Essa rede, que pretende incluir outros países que não pertencem ao bloco comunitário, será extensiva a todos os países europeus que poderão depois beneficiar das melhores práticas e para a transparência dos algoritmos das redes sociais que podem contribuir para a manipulação de informação, matéria que está na ordem do dia.
4- Perante o cenário com que nos deparamos na Europa e nos Açores que dela fazemos parte, os Órgãos de Comunicação Social não podem ficar indiferentes a todas as ameaças que pairam no ar, algumas delas feitas dentro de portas e pela boca de alguns eleitos pelo povo, mas que pertencem aos contestatários que se fazem sabedores de tudo, mas que apenas contestam para se afirmarem e sobreviverem politicamente.
5- Pelo respeito que temos pela democracia e pelos Açores, não nos cansamos de reclamar que os dois maiores partidos da Região, do arco da governação, e sem excluir os mais pequenos que se mostrem disponíveis para serem também parte das soluções, procurando consensos nas políticas de cariz estruturante para a Região e para a Democracia, evitando “o azedume” que a política, por si só, se encarrega de contaminar os debates travados quer na Assembleia como no Poder Municipal.
6- Como se sabe, estamos a dias de dar inicio à análise do Orçamento da Região para 2025, e depois das reuniões entre o Presidente José Manuel Bolieiro e os demais responsáveis políticos com assento Parlamentar, é de salientar a forma como Francisco César, já como novo líder do PS, abordou a discussão sobre o Orçamento e as propostas que o seu partido tinha como necessárias para garantir a aprovação desse importante instrumento para a Região.
7- Igual disponibilidade foi demonstrada por Francisco César para aprovar Sexta-feira a proposta de Decreto Legislativo Regional contendo uma norma para apoiar os vários Órgãos da Comunicação Social da Região, que estão perante uma situação debilitada devido aos encargos resultantes dos elevados custos gerados pela inflação, que levou às elevadas taxas de juro que tiveram grande impacto no sector.
8- O debate travado na Assembleia Legislativa foi profícuo e permitiu registar o que pensam, e como pensam os Deputados, sobre o serviço prestado pelos Jornais e pelas rádios privadas, assim como os partidos convivem com o trabalho feito pela Comunicação Social… O primeiro registo que merece ser assinalado é a concertação que houve entre o Presidente do Governo Regional, José Manuel Bolieiro, e o Presidente do Partido Socialista, Francisco César, procurando ajustar o que devia ser ajustado para garantir a aprovação da medida, que no fundo retoma o que foi feito pelo Governo do PS durante a COVID19. Esse entendimento entre os dois partidos do arco do Governo merece ser registado porque representa uma nova forma de fazer política que, para bem da Autonomia, deve prolongar-se.
Américo Natalino Viveiros