1- Passado o alvoroço relativamente às eleições presidenciais nos Estados Unidos da América que durou meses a fio, agora os diversos países começam a fazer contas à vida, esperando por Janeiro para se saber que políticas irá o presidente eleito adoptar nas relações a estabelecer entre outros, com a Europa, o Médio Oriente, a China, o Japão e a América do Sul.
2- No que se reporta aos países da União Europeia, a situação é deveras difícil, com a Alemanha em crise e a caminhar rapidamente para eleições gerais, enquanto toca o alarme na economia da EU, devido ao abrandamento da produção de automóveis e veículos eléctricos, culpa, por um lado, da regulamentação excessiva na Europa e a forte concorrência de rivais globais como a China.
3- Perante a crise política da Europa, com a guerra que persiste sem fim à vista, e com a economia a regredir e amarrada à teimosia de Bruxelas, que teima ser mais papista do que o Papa, apostando na eliminação gradual da produção de automóveis com motores de combustão até 2035, para cumprir a ambiciosa tentativa de se tornar o primeiro continente com impacto neutro no clima, quando os Estados Unidos da América e a China continuarão a ser os países mais poluentes do Universo.
4- A Europa precisa de uma profunda reforma, para se proteger e proteger cada país que a compõe, devendo começar por ter uma indústria militar que garanta os meios necessários para a sua defesa, que vai muito para além dos meios militares que tem cada país que pertence à NATO.
5- A União Europeia, precisa de dispor de um exército e ter equipamentos capazes de defender cada um dos seus membros que compõem a Europa Atlântica que é composta por Espanha, por Portugal, depois o norte e o noroeste da França, assim como as Ilhas Britânicas, e estendendo-se nalguns casos à Islândia os Países Baixos e a Escandinávia.
6- O resultado das eleições do dia 5 de Novembro nos Estados Unidos da América obrigam a uma reforma profunda na Europa que tem de pôr a economia a crescer, usando os recursos que tem e a valorizar a agricultura, a pesca e a indústria, e acabar com a burocracia que bloqueia as empresas e os empresários.
7- Portugal vai pedir um sexto cheque do PRR, com metas e marcos por cumprir e um deles é a construção de dois barcos para os Açores. Acontece que o Governo da República alega que “só na semana passada é que soube que o concurso para a construção dos dois barcos dos Açores ficou deserto”, criando constrangimentos no contexto da gestão do PRR que não eram esperados e que por isso não se conseguiu resolver a situação num curto espaço de tempo”.
8- Ora, o concurso foi lançado no dia 16 de Janeiro de 2024, e a adjudicação da construção dos navios data de 19 de Junho de 2024. Acontece que desde 26 de Setembro de 2024, era dado como certo a anulação do concurso, sendo, por isso, de estranhar que não tenha sido dado conhecimento desse facto à entidade que gere o PRR, independentemente do novo concurso que vai ocorrer e que já foi anunciado pela Secretária Regional, Berta Cabral.
9- Vamos ver se os barcos irão encontrar um bom artífice que seja célere na execução e na qualidade do produto final. Entretanto, é preciso começar a ver como irão ser abastecidos os navios, e ter em conta o alerta em tempos feito pelo presidente da Câmara do Comércio da Horta que dizia que as ilhas do Triângulo não têm capacidade energética para carregar os navios eléctricos que a Atlânticoline quer pôr a operar em 2026. Ainda estamos a tempo de remediar o que precisa ser remediado.
10- Entretanto, no debate que tem decorrido na Assembleia da República para afinar o Orçamento para 2025 na especialidade, o Ministro da Presidência, Leitão Amaro, disse que o Governo tenciona “mexer” nas férias, nas baixas médicas, no direito à greve, e no sistema de avaliação da Função Pública, tudo isso “em contexto de diálogo com os trabalhadores”, e com o objectivo de congelar a contratação de funcionários públicos. Não há dúvida que é indispensável que haja uma reforma da Administração Pública em termos nacionais e regionais. Caminha-se para uma mudança que dá esperança de mexer no que precisa ser mexido!
Américo Natalino Viveiros