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Madre Teresa da Anunciada: a promotora da devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres que nasceu a 25 de Novembro de 1658

“Depois de uma vida dedicada à promoção do culto da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, morreu aos 79 anos, com fama de santidade, a 16 de Maio de 1738 e até hoje o nosso povo tem manifestado profunda devoção, fé e respeito por esta clarissa.”

Amanhã, Segunda-feira celebramos mais um aniversário do nascimento de Madre Teresa da Anunciada: com efeito, foi na freguesia da Ribeira Seca, da Ribeira Grande, que viu a luz do mundo no dia 25 de Novembro de 1658. Foi uma freira da Ordem de Santa Clara que é considerada a principal promotora da devoção ao Santo Cristo dos Milagres, desde então a maior festividade religiosa dos Açores. Morreu com fama de santidade, tendo já sido oficialmente declarada como Venerável, título que, entretanto, se esfumou.
No passado dia 19 de Novembro passaram 344 anos sobre o dia em que Teresa D’ Anunciada iniciou o Noviciado no Convento da Esperança. Desde que entrou no convento, e por indicação da sua irmã Joana de Santo António, que Teresa da Anunciada adotou uma atitude de profunda devoção e entrega à imagem do “Ecce Homo”, com a qual estabeleceu uma íntima relação e à qual chamava de “Meu Senhor” e “Meu Fidalgo”.
Madre Teresa da Anunciada não se poupou a esforços para engrandecer a imagem do “Ecce Homo”, embora com entraves por parte de uma abadessa do convento e suas aliadas, conseguiu que se erigisse uma capela condigna para a Veneranda Imagem, assim como que a imagem fosse ornada com todas as insígnias próprias de um Rei.
A influência e relação de Teresa da Anunciada com os reis de Portugal era grande e foi assim que, quando governava o nosso país D. Pedro II, cognominado de o pacífico, e por alvará de 2 de Setembro de 1700, o rei concedeu-lhe uma tença de 12.000 réis para manter constantemente acesa uma lâmpada de azeite diante do altar do Senhor Santo Cristo. Por outro lado, existe no tesouro da Imagem uma capa oferecida por D. João V, o magnânimo, através de sua mulher, D. Maria Ana de Áustria, por El-Rei ter manifestado o desejo do Senhor ter uma Capa do mesmo brocado do seu manto real. Ademais, foi a pedido da Freira do Senhor Santo Cristo que o rei retirou a sobrecarga da taxa de açúcar para todos os açorianos que viviam em todas as ilhas do arquipélago.
O culto e a devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres rapidamente se espalharam pelas restantes ilhas do arquipélago dos Açores. Na atualidade, as festividades em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que é venerado pelo povo de todas as ilhas, realizam-se em Vila do Porto, na ilha de Santa Maria, e na ilha Graciosa.
Por outro lado, no passado, um quadro do Senhor Santo Cristo dos Milagres era a companhia de viagem de cada um dos micaelenses que emigrava. Devido a essa emigração, o culto e a devoção ao Senhor Santo Cristo dos Milagres leva a que se realizem grandiosas festas e procissões em algumas cidades do continente americano. Exemplos disso são as cidades de Montreal, Toronto, Brampton, Cambridge, London, Kingston e Leamington, no Canadá, assim como nas cidades de Fall River e Cambridge, no Estado de Massachusetts, entre outras no estado de Rhode Island, nos Estados Unidos. Em Fall River foi mesmo edificada uma igreja paroquial dedicada ao Senhor Santo Cristo. Por outro lado, na cidade de Hamilton, nas Bermudas, é também realizada uma procissão solene em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
Como se vê, foi graças a Madre Teresa da Anunciada que as festividades em honra da Venerável Imagem são planetárias e não se confinam apenas a Ponta Delgada.
Desde criança que Teresa começou a mostrar grande interesse pelas coisas religiosas, no que seguiu a sua mãe, tida como vidente na Ribeira Grande. Por influências da sua irmã, que lhe conseguiu obter as necessárias licenças, aos 23 anos entrou para o Convento de Nossa Senhora da Esperança, onde iniciou o seu noviciado e recebeu o véu de noviça a 20 de Junho de 1682.
A partir daí dedica-se ao culto da imagem e em 1700 terá sido realizada a primeira procissão do Senhor Santo Cristo utilizando a imagem do Ecce Homo, desde o Convento da Esperança, percorrendo a cidade e passando por todos os conventos existentes.
O culto ganha finalmente grande expressão popular quando em 1713, no auge de uma crise sísmica, a imagem cai ao ocorrer um forte sismo durante uma procissão, sendo tido como milagroso que se não tivesse quebrado e que a crise sísmica tivesse cessado. Após este incidente a imagem ganha o epíteto dos Milagres, passando a procissão do Senhor Santo Cristo dos Milagres a ocupar um dos lugares centrais do calendário religioso micaelense.
Depois de uma vida dedicada à promoção do culto da imagem do Senhor Santo Cristo dos Milagres, morreu aos 79 anos, com fama de santidade, a 16 de Maio de 1738 e até hoje o nosso povo tem manifestado profunda devoção, fé e respeito por esta clarissa.

Por: António Pedro Costa

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