O Conselho de Ilha de São Miguel defendeu junto do Presidente do Governo dos Açores um plano estratégico para a evolução do Porto de Ponta Delgada para que “satisfaça adequadamente as necessidades da ilha e dos Açores nos próximos 30 anos, com base no seu potencial demonstrado e com base na sua imprescindibilidade operacional.”
Preconizou “investimentos adequados no Porto de Ponta Delgada para salvaguardar não só um serviço competitivo às actividades actuais como preparar o porto para uma nova realidade de mobilidade eléctrica na marinha mercante e nos barcos de cruzeiro.”
Defende a necessidade de investimento em gruas e rebocadores para que a operação portuária “não se torne mais ineficiente e onerosa.”
Outras reivindicações do Conselho de Ilha são a ampliação e remodelação do aeroporto de Ponta Delgada que “assegure a sua funcionalidade em face do previsível aumento de tráfego”; a requalificação de infra-estruturas de visitação de São Miguel; a requalificação das zonas balneares; a protecção das linhas de água; a limpeza de ribeiras; a gestão de resíduos; a manutenção, requalificação e criação de trilhos pedestres; e a construção de ETARs quer na costa Sul como na costa Norte de São Miguel.
O Conselho de Ilha considera que a situação económica e social de São Miguel “tem vindo a degradar-se ao longo das últimas décadas.”
No documento de trabalho entregue ao Presidente do Governo dos Açores, o Conselho de Ilha de São Miguel pretende “a celeridade na recuperação da normalidade” no Hospital do Divino Espírito Santo, face ao incêndio que ocorreu em Maio deste ano e a “regularização do financiamento do HDES de forma a acabar com os pagamentos em atraso.”
Quer “a modernização dos centros de saúde de São Miguel como estruturas de saúde de proximidade e de descongestionamento do HDES” e o “combate firme e decisivo às toxicodependências, uma prioridade tanto mais realçada quanto é certo que a utilização de drogas sintéticas abre uma nova realidade ainda mais destrutiva do que a que conhecemos no passado com perigos acrescidos para toda a sociedade e para a economia” além do “apoio reforçado aos doentes crónicos e aos indigentes que se vêm abandonados na sociedade.”
O Conselho de Ilha é apologista da “implementação de um plano, reforçado por zonas de desempenho inferior, com vista a recuperar o desempenho escolar em São Miguel”; a “implementação de uma verdadeira política de apoio à formação profissional” e a adopção de “um programa ambicioso de formação contínua dos activos dos Açores em diversos campos, mas sobretudo no das áreas das competências digitais e ainda o forte e contínuo investimento nas infra-estruturas escolares.”
No âmbito da economia, o Conselho defende “a melhoria do abastecimento de água para consumo humano e para a produção; a manutenção, conservação e novos caminhos agrícolas e rurais; a modernização das infra-estruturas das pescas; a manutenção das vias rodoviárias; a construção da via de acesso à Povoação; e a criação de condições para se colmatar a falta de mão-de-obra existente em muitos sectores de actividade.”
Defende ainda a transição digital e energética, nomeadamente,” o reforço financeiro do SOLENERGE, caso seja necessário.”
O Conselho de Ilha de São é pela “manutenção em São Miguel da ligação directa, histórica e sempre funcional de mais de 100 anos, do cabo submarino de comunicações, vindo do continente” e um “modelo de transportes marítimos adequado à economia de São Miguel.”
Para a área da solidariedade e segurança, o Conselho pretende “o reforço dos programas de mitigação dos problemas da terceira idade nas grandes áreas urbanas de São Miguel; dos programas de apoio aos cidadãos assolados pela toxicodependência; que sejam revistas e reforçadas as políticas de redução da pobreza que têm expressão mais significativa em centros urbanos maiores” e que seja “reivindicada a aceleração da construção do estabelecimento prisional de Ponta Delgada mesmo que seja necessário decretar uma situação de calamidade para aligeirar os processos concursais intermináveis.”