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Hospital Modular estará a 100% no final de Janeiro com a saída do Serviço Regional de Saúde da CUF

O Hospital Modular do Hospital Divino Espírito Santo (HDES) vai funcionar integralmente no final do mês de Janeiro, conforme anunciado ontem pelo Conselho de Administração do HDES, no auditório da infra-estrutura. Este marco permitirá a saída definitiva dos serviços hospitalares do HDES das instalações do Hospital CUF-Açores, na Lagoa, encerrando um período de quase nove meses de “adaptação e resiliência”, após o incêndio devastador de 4 de Maio de 2024.
“Não foi um caminho fácil, bem pelo contrário, muitas vezes tortuoso e difícil, até a implementação da estratégia a seguir. Todavia contamos com a colaboração e resiliência das autoridades de saúde e de todos os profissionais de saúde. (…) Sem este apoio, temos que agradecer e dizer muito obrigado, muito emotivo e com muita emoção mesmo, pois sem este apoio da população e dos profissionais não era possível voltar novamente ao HDES”, referiu Paula Macedo, presidente do Conselho de Administração do HDES.
Estas obras vão permitir corrigir aspectos de arquitectura e de engenharia que já se “encontram ultrapassados”. Paula Macedo afirmou que o objectivo principal é “ter um hospital renovado, humanizado, com um ambiente que previna a doença, que acelera a cura, que promove o bem-estar dos doentes e daqueles que nele trabalham”.
A presidente do Conselho de Administração afirma que a hospitalização domiciliária dará início à sua actividade no início de Março.

A saída da CUF e o desafio da transição
Desde o incêndio que afectou gravemente as instalações do HDES, o Hospital CUF-Açores acolheu vários serviços: urgência de adultos, urgência pediátrica, bloco operatório, bloco de partos, cuidados intensivos, cuidados intermédios de adultos, neonatologia, do internamento médico e cirúrgico e alguma actividade de imagiologia.
Pedro Brázio, director de enfermagem do Hospital Divino Espírito Santo, explicou quais são os três requisitos para que o Hospital Modular abra: “O primeiro, obra concluída. O segundo, equipamentos instalados e certificados. O terceiro, formação concluída aos nossos profissionais de saúde para a utilização dos equipamentos que irão ter no Hospital Modular”.
Além disso, o director de enfermagem disse que estas três premissas “estarão concretizadas até a final do mês de Janeiro” e que nos 3 a 4 dias seguintes vão ultimar a saída da CUF e têm que ter a garantia de que o Hospital Modular estará “completamente operacional, devidamente equipado e certificado para funcionar”, e que os profissionais de saúde estejam preparados para utilizar as novas tecnologias que estarão instaladas.

“Não houve atrasos na construção
do Hospital Modular”
Apesar de inúmeros desafios, o Hospital Modular dos Açores estará pronto para abrir dentro do prazo previsto, garantiu a administração do Hospital do Divino Espírito Santo (HDES). A obra, que enfrentou contratempos na aquisição de equipamentos essenciais, é motivo de orgulho para a região, segundo as palavras de Pedro Brázio, director de enfermagem do HDES.
“Concretamente, não existiram atrasos. Os prazos contratualizados com o empreiteiro para a construção e entrega da obra vão ser cumpridos. O edifício estará concluído a tempo da sua abertura. Porém, enfrentámos circunstâncias complexas que colocaram em risco este cronograma”, explicou Brázio.
Um dos factores críticos foi a instabilidade vivida no Conselho de Administração do HDES até Novembro de 2024. Essa situação levou à transferência da responsabilidade para a Direcção Regional de Saúde, atrasando o início dos procedimentos de compra.
A situação só começou a ser desbloqueada após a resolução do Conselho de Governo de 16 de Outubro de 2024, que permitiu o ajuste directo para a aquisição dos equipamentos.
“O atraso na aquisição, agravado pela proximidade do Inverno e das férias natalinas, levou alguns fornecedores a reportarem dificuldades para atender às nossas encomendas. Um caso emblemático foi o dos pendentes, cuja entrega estava inicialmente prevista apenas para Fevereiro de 2025”, referiu. A logística foi solucionada a tempo, com os equipamentos a chegar aos Açores no final de Dezembro de 2024.

Hospital Modular reforçado
O director de enfermagem do HDES, Pedro Brázio, explicou que o Hospital Modular contará com internamento médico e cirúrgico, bloco operatório, bloco de partos, obstetrícia, neonatologia, cuidados intensivos e intermédios, além de um moderno serviço de imagiologia com TAC, ressonância magnética, raio-x e ecografia. “Este hospital estará completamente preparado para cobrir todas as necessidades urgentes e hospitalares, com especial foco nas áreas críticas. Estamos a criar um espaço altamente tecnológico e de alta qualidade”, disse.
“Não só garantiremos todas as valências que tínhamos antes do incêndio, como também vamos melhorar em várias áreas, com um Serviço de Urgência ampliado e mais robusto”, afirmou o director de enfermagem.
Pedro Brázio disse ainda que por todo o Hospital Modular, terá soluções de software de inteligência artificial para apoio à decisão clínica, o que permitirá detectar mais precocemente situações patológicas de difícil detenção.

Capacidade Hospitalar
e Reabertura das Equipas
Com a reabertura do campus hospitalar, a capacidade instalada será de 393 camas, um número ligeiramente inferior às 437 camas que existiam antes do incêndio. Esta redução, no entanto, será compensada por uma melhor distribuição e maior eficiência.
“Contaremos com 280 vagas para internamento médico e cirúrgico, 13 para cuidados intensivos e intermédios, 15 para doenças infecciosas, 20 para pediatria, 10 para neonatologia, 9 para obstetrícia, 17 para cardiologia, 11 para cuidados paliativos e 18 para psiquiatria. Essa reorganização permitirá optimizar o uso das camas e retomar com mais robustez o atendimento das nossas listas de espera”, destacou Pedro Brázio.
A decisão de construir o Hospital Modular foi necessária para garantir a segurança dos utentes e dos profissionais. “O incêndio deixou muitas áreas do HDES inactivas. Mesmo nas áreas não afectadas directamente, a falta de condições de segurança impedia o retorno. O Hospital Modular é a estrutura de apoio que nos permitirá realizar as obras de renovação e ampliação no HDES.”

Redução das Listas de Espera
para a Região
O Conselho de Administração do HDES afirmou que uma das grandes vantagens do Hospital Modular será a significativa redução das listas de espera cirúrgicas, de exames complementares de diagnóstico e de consultas. A introdução de novos equipamentos de diagnóstico, como uma ressonância magnética, permitirá diminuir o tempo de espera e, ao mesmo tempo, poupar recursos financeiros.
“A utilização de uma ressonância magnética no Hospital Modular vai permitir-nos reduzir as listas de espera para exames, além de uma economia significativa. Estimamos que possamos poupar cerca de um milhão de euros anuais, que antes eram gastos em encaminhamentos para fora da região para a realização desses exames”, afirmou o director de enfermagem.

Motivo de construção
do Hospital Modular
Pedro Brázio explicou ainda que existiam áreas directamente afectadas pelo incêndio que não podiam ser ocupadas, mas, mesmo assim, conseguiram abrir algumas áreas, como a Ala Nascente, 4 salas do Bloco Operatório e Imagiologia.
“Poderíamos ter investido 30 milhões de euros na recuperação do edifício além do HDES, mas nunca poderíamos ter feito com os utentes e os profissionais de saúde dentro das instalações,” afirmou.
“Isto”, prosseguiu, “foi o que sucedeu durante 25 anos e impossibilitou, sempre, quaisquer obras estruturais, contribuindo para a enorme degradação do edifício. Para se intervir no HDES precisávamos de uma estrutura de apoio. Essa estrutura de apoio é o Hospital Modular. Será o Hospital Modular que nos permitirá aguentar o tempo necessário para se efectuarem todas as obras de renovação e redimensionamento do HDES”, referiu.

Importância de haver um
Hospital Universitário
O Conselho de Administração realçou que tem a ambição de construir um hospital universitário, algo que será “determinante para fixar recursos humanos qualificados na área da saúde e da investigação em saúde”, nos Açores.
“A nova geração quer diferenciar-se em outras áreas e um aspecto tão importante para darmos aqui o nosso interesse é o perfil universitário, porque há uma nova geração que gosta e que gostaria de se dedicar à docência-investigação e ao doutoramento e seguramente que será uma mais-valia o facto da Universidade dos Açores ter já três anos do curso de Medicina, que ambiciona chegar ao final, digamos, ter todo o curso, os seis anos do curso de Medicina e esta realidade vai formar os alunos vão se transformar em médicos e os médicos, se tiverem condições de tecnologia e de investigação nos hospitais onde concorrem, podem fixarem-se na sua formação específica fazerem parte dessas mesmas instituições”, referiu Paula Macedo
“Ou seja, sem alunos não há médicos nem enfermeiros e se nós se não os motivarmos para a investigação do senso e do tratamento e até mesmo o investimento que tem de se fazer de um hospital nos serviços, em termos de tecnologia avançada terá de ser feito obrigatoriamente e foi a preocupação”, reforçou.

Filipe Torres
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