O Coordenador Regional da Saúde Pública nos Açores, Mário Freitas, afirmou nas Jornadas que, em termos de saúde pública, a realidade que “nós temos são: quatro médicos de saúde pública na Ilha de São Miguel, uma médica de saúde pública na Ilha Terceira e um médico de saúde pública na Ilha das Flores.”
E, a propósito, questionou: “O que se faz, no dia-a-dia, em saúde pública?”, para depois responder: “Faz-se imenso. (…) a grande maioria das autoridades de saúde da Região, não são médicos de saúde pública, são médicos de medicina geral e familiar, que são aquilo que eu consideraria o que há de mais próximo de super-homens.”
Estes médicos de medicina geral e familiar “têm uma lista de utentes, fazem, diariamente, uma lista de utentes, fazem tudo aquilo que é esperado fazer numa lista de utentes, e, ao mesmo tempo, fazem saúde pública, dentro dos seus limites, dentro de todas as suas dificuldades, mas fazem-na. Não deixam de cumprir aquilo que é essencial. E numa realidade de uma emergência, foi esta a realidade que caiu aqui na Região Autónoma, fosse qual fosse a emergência: tivesse sido a gripe A em 2009, 2010, tivesse sido esta agora em 2020/22/23.”
Questionou, depois, “o que é que se pretende, para o futuro?” e voltou a dar a resposta: “Acima de tudo para o futuro, é essencial que não haja esta ideia de fumo, que muitas vezes é facilmente passada e é facilmente assumida. Não há figuras providenciais muito menos ao serviço da comunidade.”
“O que nós pretendemos, acima de tudo, são estruturas perenes, (…) que sejam independentes do poder político. Durante décadas o Delegado de Saúde na Região era uma figura de confiança política (…) era delegado de saúde com uma espécie de recompensa até política. Eu não estou a dizer nenhuma inconfidência, portanto quem é açoriano sabe isto,” afirmou Mário Freitas. “Portanto”, prosseguiu, estas coisas “não podem acontecer. Nós precisamos ter uma estrutura técnica. O nome é irrelevante. Se chama Autoridade de Saúde Regional, se chama Instituto para a Saúde Pública, isso é completamente irrelevante,” realçou numa intervenção a que faremos maior referência numa das próximas edições. F.F./JP
