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“Agora não vemos ninguém que brinque na rua, seja a andar de bicicleta, a brincar com o pião ou ao berlinde ”, assume o filho, pai e avô Pedro Rodrigues

Pai de duas filhas e avô de quatro netos, Pedro Rodrigues personifica o que é ser pai. Com uma infância “muito diferente dos dias de hoje”, mas onde lhe foi dada boa educação, sempre tentou fazer o melhor pela sua família, mesmo que isso implicasse ir para o estrangeiro em busca de melhores condições. Ao ‘Correio dos Açores’, explica quais são as principais diferenças entre o seu tempo de criança e o tempo de hoje, quais os valores que lhe foram transmitidos e afirma com alguma tristeza: “hoje em dia já não vemos ninguém brincar na rua

Correio dos Açores – Como é que eu descreveria à infância?
Pedro Rodrigues (Filho, pai e avô) – Em pequenino gostava muito de brincar. A minha infância foi passar a brincar, mas também a trabalhar, uma vez que comecei a trabalhar muito novo. Comecei a ajudar meu avô, com os porcos, tinha seis ou sete anos de idade.
Não brinquei muito na infância. No meu tempo era diferente do que é hoje em dia.

Que valores e princípios lhe foram transmitidos pelo seu pai?
O meu pai nunca me deu uma má educação, sempre me deu uma boa educação. Por exemplo, ele nunca me disse para ir trabalhar, eu é que fui porque quis. Ele também queria que eu continuasse a estudar, e eu também não quis.

Quais são as principais diferenças entre a sua infância e a das suas filhas?
É uma grande diferença. Quando era criança não havia o que havia no tempo em que criei as minhas filhas. E ainda existe uma maior diferença se formos a comparar com os dias de hoje.
Não havia televisão, nem computadores. Mas acho que a minha infância era mais feliz, pelo facto de haver mais brincadeira entre as crianças. Quando era pequenino, o costume era brincarmos muito na rua e hoje em dia não se vê já isso.
Agora não vemos ninguém que brinque na rua, seja a andar de bicicleta, a brincar com o pião ou ao berlinde. Simplesmente já não se vê nada do que se via antigamente. Os tempos são outros, e a infância de hoje é muito diferente daquela que eu tive.

Que influência é que o seu pai teve na educação que deu às suas filhas?
Eu sempre tentei dar-lhes a educação que recebi por parte do meu pai. Infelizmente, o meu pai faleceu tinha a minha filha dois anos de idade. Sempre tentei dar-lhes a melhor educação possível, e sempre lhes disse para não se portarem mal, porque foi isso que o meu pai me transmitiu.
Também, como estive para fora, a trabalhar, a minha esposa teve de assumir essa parte da vida delas. Quando fui para fora, as minhas filhas eram muito pequeninas.

Ainda se lembra do seu primeiro dia de pai?
Infelizmente já não me consigo lembrar de nada disso. Já foi há uns bons anos.

Consegue explicar o sentimento de ser pai?
É uma alegria muito forte. É uma alegria que não tem comparação, ser pai. Já estava preparado para isso, mas mesmo assim é um sentimento que é difícil explicar por palavras o que se sente na altura. Só mesmo quem é pai é que sabe.

E hoje em dia quais são as suas principais preocupações como pai?
Acima de tudo que elas tenham sempre saúde. E que também possam ter uma boa vida. É isto que me preocupa em relação às minhas filhas.

Consegue comparar o sentimento entre ser pai e ser avô? É igual para si?
O sentimento de amor é diferente. Mas ambos são sentimentos muito grandes que tenho. Não é igual. Uma vez que as minhas filhas já estão criadas, tenho um sentimento de apego maior aos meus netos agora (risos).
Ninguém pode tocar neles, com maldade. É um sentimento de protecção muito grande que tenho por eles.

Como é que vê e acompanha a infância dos seus netos?
Agora, se formos a comparar, por exemplo, com o tempo em que criei as minhas filhas, é uma diferença muito grande. Os meus netos têm tudo o que querem, e antigamente não era assim. Então se compararmos a altura em que era criança, as diferenças ainda se acentuam mais.
Hoje em dia, fazem-se muito as vontades às crianças e no meu tempo, isso era algo que simplesmente não acontecia. Por exemplo, comíamos o que havia e não fazíamos birra se não gostássemos. Hoje em dia, senão gostam, manda-se vir comida ou faz-se outra coisa. No meu tempo, por exemplo, comíamos sopa e depois pão com manteiga e já estava muito bom (risos)
Hoje não é assim, e, por um lado, ainda bem que se deu essa evolução.

Que conselhos daria aos jovens que tencionam ser pais?
Acima de tudo para serem responsáveis. Ter um filho é uma grande responsabilidade. E que os tentem educar o melhor que souberem.

 Frederico Figueiredo
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