1- 2025 é um ano de grandes desafios para o mundo que depois da pandemia, causou mais de sete milhões de mortes, número confirmado pela Organização Mundial da Saúde. Cinco anos depois, continuam as mortes, a crescer, mas não devido a qualquer pandemia a não ser que as guerras que persistem em vários continentes, se tornem numa nova pandemia embora ainda não haja números concretos da OMS. A guerra está à porta da Europa, mas ela não se circunscreve a quem é atingido nos campos de batalha.
2- Temos dito e chamado a atenção dos responsáveis políticos para que estudem e sigam as alterações comportamentais que estão a alterar a sociedade, e procurem meios necessários, para responder às alterações que se vão operando com uma velocidade tal, que não se pode conter com paliativos e sem regras.
3- O problema passa pelas famílias e pelas escolas, assim como pela Comunicação Social, porque é fundamental decifrar o que representa o direito da igualdade, e o direito da responsabilidade. Hoje, as pessoas são levadas pelo uso e abuso das redes sociais, e as consequências estão à vista e foram descritas com clareza pelo Coordenador da Policia Judiciária nos Açores, Renato Furtado.
4- Entretanto, Mariana Matos, Mestre em Educação e Formação na Universidade dos Açores, apontava para as dificuldades económicas e para o “bullying” como causas para o abandono escolar.
5- Temos insistido no mal social que tem levado a um grande impacto nas escolas e nos alunos, e isso obriga-nos a perguntar como tem sido usado o Estatuto do Aluno e Ética Escolar, que estabelece os direitos e os deveres do aluno dos ensinos básico e secundário, e o compromisso dos pais ou encarregados de educação e dos restantes membros da comunidade educativa na sua educação e formação, constante da lei nº 51/2012, de 05 de Setembro que revogou a Lei n.º 30/2002, de 20 de Dezembro.
6- No início do ano lectivo, o Governo da República recomendou a proibição do uso de telemóveis nas escolas por crianças do 1.º e 2.ºciclos, assim como a adopção de medidas que desincentivem a sua utilização, no 3.º ciclo.
7- Temos informado e enaltecido o trabalho que várias escolas na Região têm feito para conter o uso e abuso dos telemóveis nas escolas, mas o que vamos recolhendo é também a necessidade das escolas se abrirem mais às famílias dos alunos, dialogando em conjunto e procurando a forma de melhor formar os jovens que serão, amanhã, os construtores do futuro da nossa Região.
8- Sabemos que o mundo digital veio para ficar, mas o que combatemos e continuaremos a defender, é que as pessoas não podem tornara-se “Zumbis”, transformando-se “numa pessoa apática, desorientada ou agressiva sem motivo aparente, levando-a depois a torna-se fisicamente decadente. Todos relacionamo-nos com as pessoas online e off-line” mas, “o problema cresce quando começamos a preferir a socialização online”, em detrimento do contacto “cara a cara” esquecendo que “o nosso cérebro precisa do toque, do cheiro, do contacto ocular que a tecnologia não permite.” Isto é, precisamos de fomentar o convívio entre famílias e entre amigos aumentando a auto-estima que não pode “desfalecer”.
9- Abril trás consigo a Primavera e arrasta também o turismo e precisamos de preparar a casa para receber os visitantes sem estorvarem os residentes. Um dos problemas que existem entre os demais, é a garantia de segurança, e, como sabemos, tem crescido de forma desmesurada o uso, tráfego e consumo a céu aberto, de drogas também junto às escolas.
10- Precisamos de uma vigilância que transmita segurança aos residentes e aos visitantes, e a quem tem filhos na escola. Foi há algum tempo publicado no Diário da República o despacho que aprovava a “instalação e funcionamento de um sistema de videovigilância, em Ponta Delgada composto por 19 câmaras” em Ponta Delgada.
11- Parece que o equipamento de vigilância ficará no centro de Ponta Delgada, ficando a periferia da cidade sem vigilância policial e sem videovigilância.
12- Esperamos que as 19 câmaras se multipliquem para bem da cidade e dos residentes assim como dos visitantes e dos pais que têm os filhos nas escolas. Oxalá que não se prolongue a espera do parecer da Comissão Nacional de Protecção de Dados, que é indispensável para que o projecto siga o seu caminho.
Américo Natalino Viveiros