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Açores- Novos desafios–Europa ou América?

Anos 20 do século XXI, Açores uma vez mais no “centro”.
Geográficamente e estrategicamente.
O imenso mar do Atlântico Norte que o rodeia, tornam-o potência oceânica cobiçada, pelos “donos do mundo”, ontem como hoje.
Ponte entre o velho e o novo mundo.
Desde o século XV, quando descobertas, estas ilhas do paraíso, povoadas primeiro pela arraia miúda dispersa pelo Portugal da península ibérica, mas propriedade dos senhores do palácio real, que lá continuaram, mas para cá enviaram os seus capitães dos dona(tários).
Nunca cá puseram os pés os na altura “donos disto tudo”.
Para o caminho marítimo para India e para o Brasil, por cá passavam as caravelas para reabastecimento alimentar e não só, também recrutamento de “serventuários do reino” realizavam.
Entreposto da metróple do reino colonizador.
E assim foi nos séculos seguintes. E hoje?
Os Açores enfrentam uma série de novos desafios com implicações tanto no contexto europeu como no americano, ademais com o recente novo mandato de Donald Trump, novo senhor todo poderoso do Novo Mundo, tendo manifestado a intenção de “ir às compras de territórios”.
Gronelândia e os Açores na mira estarão?
Anexar o Canadá como 51º Estado da Federação, noticia falsa será?
Época de ouro se aproxima, segundo as suas respectivas palavras.
Questão esta que tem vindo a suscitar debates sobre o desenvolvimento económico, sobre identidade, sustentabilidade e respectiva conectividade.
Como já referido os Açores ocupam uma posição geográfica privilegiada entre a Europa e a América, servindo como ponto de conexão entre os dois continentes.
A respectiva localização tornam os Açores uma interessante central para os transportes, comércio e turismo.
Os Açores sendo uma região autónoma de Portugal são detentores duma determinada autonomia política, contudo nada invalida que continuam a operar dentro do quadro da União Europeia, logo influenciam decisões estratégicas sobre cooperação e desenvolvimento.
Os Açores possuem um ambiente natural rico que pode ser explorado de forma sustentável, implicando desafios que incluem o equilibrio entre conservação ambiental e o turismo, principal sustentáculo actual para o seu equilibrio económico – financeiro.
Têm também como meta a redução da dependência dos combustíveis fósseis, daí o potencial investimento em energia renovável, o que já acontece há alguns anos com a exploração geotérmica.
Aqui neste particular poderá servir de modelo para outros territórios.
Não restam dúvidas que urge melhorar a conectividade entre o continente europeu e a américa do norte, fundamental para atrair investimento e turismo.
Para concretizar tal objectivo, torna-se crucial aumentar o transporte maritímo e a frequência de voos.
Para estimular serviços e comércio via plataformas informáticas, o investimento em infraestruturas digitais torna-se imperativo.
Para expandir a oferta turística dos Açores, não pode ser descurada a promoção , que possa englobar as experiências e culturas, tanto americanas como europeias.
Assim sendo, a estimulação do intercâmbio comercial e do investimento entre a América e a Europa, requer o desenvolvimento de parcerias e acordos com instituições tanto na Europa como na América.
Como não restam dúvidas os Açores são importantíssimos para um melhor alinhamento de proximidade entre a União Europeia e a Nova América de Trump e a sua corte bilionária, tirando partido das suas vantagens culturais e geográficas.
Para tal há que concretizar uma abordagem multidimensional, que envolva não só o governo e os cidadãos como o sector privado.
Para alcançar este grandioso desiderato, torna-se necessário que Portugal abandone o para –digma secular de olhar os Açores como sua colónia e passe a aceitar que os Açoreanos tenham direito à sua própria identidade e autodeterminação.
Autonomia? Autodeterminação? Estado Regional? Estado Federado ou Confederado?
Em conferências e debates, prestigiados politólogos e antigos protagonistas dos acontecimentos ocorridos pós revolução do 25 de abril de 1974, têm trazido à discusssão tais temas.
Há que ir mais além, a questão autonómica não se resume a uma mera problemática financeira. Esta é apenas uma consequência do actual Estatuto.
Trata-se da idiossincrasia, da cultura e da identidade do Povo Açoreano.
Durante séculos a administração central nunca teve em linha de conta os interesses dos açoreanos.
Parece já “lugar comum” tal verbalização, mas torna-se imprescindível tê-la sempre presente.
Os sucessivos governos de Lisboa, salvo escassas excepções, só intervém nos momentos que entendem serem necessários.
No Estado Central, sempre foi alimentada a ideia que os Açores viviam à custa do continente.
Esquecem que só o mar açoreano e a sua zona económica exclusiva, que ultrapassa em muito a de Portugal, constitui uma mais valia, cujas receitas, se exclusivamente administradas pelo seu governo autodeterminado, daria para cobrir todos os custos.
Como vários analistas têm afirmado tal posicionamento torna-os uma Potência Oceânica.
Daí não ser de estranhar a notória “cobiça” das grandes potências, não só a Nova América do Donald como a China do Xi.

Por: António Benjamim

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