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Associação Símbolo Simbólico desenvolve programas artísticos focados na capacitação e inclusão social de jovens na ilha de São Miguel

Fundada no início de 2023, a associação Símbolo Simbólico surgiu com o propósito de intervir nos domínios social e comunitário através da arte. Com enfoque especial nas expressões artísticas como formas de comunicação e transformação, tem vindo a desenvolver projectos inclusivos e inovadores, promovendo oficinas de ilustração, pintura, audiovisual e expressão sonora junto de diversos públicos em São Miguel.

Correio dos Açores – Como e quando surge a associação Símbolo Simbólico?
Maria João Sousa (Directora Artística da Símbolo Simbólico) – A associação surge no início de 2023. Ainda está a dar os primeiros passos, mas nasceu da necessidade de reunir, numa só entidade, os objectivos e sonhos que os responsáveis por diversas actividades já tinham há algum tempo. O foco é a intervenção social, psicológica e comunitária, através de actividades artísticas e também desportivas. Neste momento, estamos mais concentrados na vertente artística, mas o nosso grande objectivo é promover essa intervenção por meio da arte.

Que projectos têm desenvolvido?
Neste momento, temos o projecto “Símbolo da Expressão”, que já vai na sua segunda edição. Estamos a terminar agora as oficinas desta fase. É um projecto que visa capacitar os participantes para que encontrem novas formas de se expressarem, aquelas que melhor se adequam aos seus talentos, interesses, necessidades e contextos. Acreditamos que é através das diferentes formas artísticas que conseguimos exprimir-nos de forma mais genuína. Muitas vezes, nas escolas, somos ensinados a falar ou a escrever bem, o que é importante, claro, mas não é tudo. Através da arte, conseguimos comunicar emoções e sentidos mais profundos, o que tem um impacto muito positivo também na saúde mental. O acto de exprimir tranquiliza-nos, melhora as relações interpessoais e contribui para uma sociedade mais equilibrada.
Este projecto é composto por três oficinas com abordagens diferentes. No ano passado, por exemplo, tivemos oficinas de ilustração, pintura, curtas-metragens – através da oficina “Mobile – Novas Narrativas Audiovisuais”, com artistas vindos do Porto – e também uma radionovela com jovens da Kairós Perkursos.

Quais foram as parcerias e
colaborações estabelecidas?
Na primeira edição do projecto, uma das oficinas foi com base no livro “Amarelo”, um livro interactivo e pedagógico sobre o medo. A ilustradora da obra dinamizou oficinas de “pintar o medo” com jovens do Liceu Antero de Quental e do Grupo Terra Jovem da Associação APPJ.
A oficina “Mobile – Novas Narrativas Audiovisuais” contou com a colaboração de Luísa Sequeira e Sama, artistas do Porto ligados à Oficina Imperfeita. Realizámos uma curta-metragem em parceria com a VAGA, com vários jovens da Região. Também foi organizada uma radionovela desenvolvida no espaço do CDIJ – Perkursos da Kairós, com a colaboração do Rodopio D’ideias (Cláudio Hochman e Carlota Blanc), que orientaram a parte da interpretação. Nesta oficina, trabalhámos essencialmente a expressão sonora.
Portanto, tivemos expressão pela pintura, pelo audiovisual e, por fim, pelo som. Além disso, realizámos uma exposição em parceria com a Escola das Laranjeiras (curso de Animação Sociocultural) e a ACAPO (Associação dos Cegos e Amblíopes de São Miguel). É uma exposição sensorial, pensada para ser sentida e tocada, que proporcionou uma experiência acessível e inclusiva. Estamos agora a preparar uma nova exposição, que se realizará em Julho. Vai chamar-se “V3R”, com o “E” representado pelo símbolo de somatório.
Mantivemos o Teatro Físico com Cláudio Hochman e Carlota Blanc, numa parceria de espaço com o Arquipélago. Além disso, os grupos de jovens da APPJ, Grupo Terra Jovem, do Liceu Antero de Quental, do grupo de jovens da Casa da Misericórdia da Ribeira Grande continuam sempre envolvidos

Decorreu uma oficina no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada, correcto?
Este ano quisemos dar mais um passo e perceber como seria realizar estas oficinas com a população jovem reclusa. Consideramos que é uma comunidade que também pode beneficiar muito deste tipo de abordagem. A experiência no Estabelecimento Prisional de Ponta Delgada foi extremamente positiva e até comovente. Os jovens reclusos participaram activamente, com interesse e entrega. Realizámos a oficina de auto-retrato em colagem com a artista Catarina, e a oficina “emoSons” com o músico Luís Senra.
Tudo isto reforça a nossa missão de usar a arte como ferramenta transformadora, seja qual for o contexto. Acreditamos que cada expressão artística é uma oportunidade de reencontro e transformação pessoal.

Quais são os grandes objectivos da
associação para o futuro próximo?
O objectivo é continuar a crescer. Já temos novos projectos a decorrer este ano. A intenção é continuar a capacitar pessoas e mostrar que a arte pode ser um meio poderoso de expressão e de descoberta pessoal. Através da arte, é possível encontrar novas perspectivas, reflectir sobre a vida e explorar os próprios interesses. O projecto “Símbolo da Expressão” continua em curso e, este ano, também conta com as respectivas três oficinas.

José Henrique Andrade

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