O Bispo de Angra e Ilhas dos Açores, D. Armando Esteves Domingues, está, pela terceira vez, a presidir às festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.
O prelado açoriano afirmou, antes de promover a bênção na Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, que “é com muita alegria que venho aqui, pela terceira vez. Fiquei marcado, na primeira vez, pelo percurso da mudança da imagem.
É cativante. Ver aqueles rostos que contemplam O rosto. Chocou-me aquele momento e também ansiava pelo momento de entrar dentro das instalações da Santa Casa. Nem sempre é fácil, no meio destas ilhas todas, ter tempo para aquilo que gostamos. E dizer que começamos precisamente por aqui”.
O representante da Igreja Católica nos Açores salientou, de seguida, a importância que a Santa Casa da Misericórdia tem para a cidade de Ponta Delgada. “Por tudo aquilo que ela diz em todos os sítios e também por aquilo que ela diz nesta cidade”. O Bispo refere mesmo que pelo número de utentes e trabalhadores pode-se comparar a Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada a uma grande freguesia. “Quero-te saudá-la de uma maneira particular. Obrigado pelo convite que chegou por intermédio do Sr. Padre Nemésio, que também saúdo com muita amizade”.
A importância das pessoas
que trabalham na Santa Casa
D. Armando Esteves Domingues fez questão de realçar a importância que as pessoas que todos os dias trabalham na Santa Casa têm para a comunidade. “Acho que somos todos um bocadinho formiguinhas desta única realidade que é a Santa Casa, com todas as suas vivências, as suas carências e o seu desejo de fazer melhor (…) É isso que nos motiva a todos, também me motiva mim, a fazer cada dia um pouco melhor. Então, aqui de uma forma também muito simples, a bênção tem a ver com o pedir, tem a ver com este confiar que Deus providencia”.
O Bispo procedeu de seguida à bênção: ”Deus, sendo misericórdia, também providencia a todos aqueles que são administradores de misericórdia, de amor para com os irmãos. A bênção, em primeiro lugar para as pessoas. Também aqui providencia, nestas instalações remodeladas, por projectos alimentados, sonhados e que se desenvolvem. E esta bênção é com a água do baptismo, a nossa origem. Somos tratados em Cristo, podemos tudo. Somos capazes de tudo.
Deus de infinita bondade, que sempre realizais em nós o querer e o agir, nós vos louvamos e bendizemos porque na nossa peregrinação sobre a Terra nos inspirais o desejo também das moradas eternas.
Fazei com que estes vossos filhos que aqui trabalham e vivem e cuja Casa pedem que seja abençoada, Vos escutem sempre com fé. A vós recorram na oração. A Vós encontrem no meio do trabalho de cada dia e em todas as coisas.
Que sejam fiéis testemunhas da boa notícia do Evangelho, para que, por meio de cada um, Cristo se revele em toda a parte e em cada pessoa que usufrui da assistência desta casa, da suave fragrância da sua mensagem, até que exultem na plenitude da alegria quando Se manifestar a sua glória”.
“Nota-se aqui nesta sala, quão importante é a pessoa, não só o Provedor, mas cada pessoa que com o Provedor providencia”, finalizou D. Armando Esteves Rodrigues.
Mais de duas dezenas de utentes
presentes na Missa
Depois da bênção à Santa Casa, seguiu-se uma Missa dedicada aos enfermos que estão no serviço de cuidados continuados, que contou com a presença de mais de duas dezenas de utentes, bem como teve a participação do pessoal auxiliar e representantes da Santa Casa da Misericórdia, entre os quais o seu Provedor, Américo Natalino Viveiros. No inicio da homilia, o Bispo D. Armando Esteves Domingues afirmou que “o jubileu é alegria”.
O prelado prosseguiu a sua mensagem dizendo que “não é fácil andar sempre feliz. Às vezes é preciso fazer rir, mesmo com as dificuldades que podemos sentir no dia-a-dia”. Para o chefe da Igreja Católica nos Açores todos nós “temos de guardar as tristezas no coração e espalhar alegria” para melhorar o dia de quem podemos encontrar nas nossas lides diárias.
“Jesus Cristo visita a todos para deixar a todos com alegria”. Foi com esta frase que D. Armando Esteves Domingues resumiu a alegria que temos que deixar na vida de cada um que passa por nós.
Ao dar a bênção às pessoas que estavam presentes, o prelado manteve sempre uma mensagem de esperança para os que se encontram na Casa da Misericórdia de Ponta Delgada: “A nossa esperança é como Cristo que acreditou e vive. A esperança supera a morte”.
O momento esperado por
todos os que estavam presentes
D. Armando Esteves Domingues crismou dois utentes da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, Paulo e Marina. Foi uma cerimónia que contou com a ajuda de todos os membros da Santa Casa, uma vez que os padrinhos dos utentes foram duas funcionárias, pois os utentes não têm qualquer família. Este foi o momento mais esperado da missa, uma vez que todos os que contribuiram para que esta celebração pudesse acontecer quiseram estar presentes.
O provedor da Santa Casa da Misericórdia de Ponta Delgada, Américo Natalino Viveiros, agradeceu a presença do Bispo D. Armando Esteves Domingues na Santa Casa, afirmando que “estamos aqui para trabalhar e esperamos que os dias que nos esperam para o resto do ano sejam melhores. É a nossa vontade de conseguir galgar as dificuldades da instituição”.
Frederico Figueiredo
