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Evento Women Talks pretende “desconstruir tabus” entre mulheres

Este evento inovador pretende, entre mulheres, quebrar alguns dos tabus que ainda persistem na sociedade. Sónia Garcia, organizadora, disse ao Correio dos Açores o que a levou a organizar um evento destes, quais foram as principais dificuldades, que áreas serão abordadas e afirma: “cada vez que partilhamos, às vezes, as nossas dores, às pessoas que tão alinhadas com as nossas ideias, é uma oportunidade de crescimento e só por aí já vale a pena.”

Correio dos Açores – O que a levou a organizar este evento?
Sónia Garcia (organizadora Women Talks) – Acima de tudo foi o facto de poder mostrar capacidades e talentos de outras mulheres que me ajudaram no meu percurso profissional e pessoal e que, de certa forma, acaba por ser uma oportunidade de networking umas com as outras, comigo e com aquelas que eu conheço e que vêm até mim. Então em vez do conhecimento ficar circunscrito em capelinhas ou consultórios, como se costuma dizer, é uma forma de abarcar vários temas, várias áreas e de ajudar outras mulheres que também precisam de alguma forma ou de alguma orientação nas áreas que serão desenvolvidas.

Se tivesse que descrever o evento, como é que o descreveria?
Um dia divertido, de autoconhecimento, de networking e de despertar de consciência.

Porquê Women Talks?
Porque foram essencialmente mulheres que me ajudaram no meu caminho, no meu percurso profissional e pessoal, porque as mulheres são o meu público-alvo na área de personal organizer e que eu acabei por directa ou indirectamente ajudar, através das oradoras, e umas às outras. Portanto, senti que isso precisava de deixar de ser a ‘one a one’ para ser numa larga escala e maximizar este conhecimento que elas têm e que me ajudaram a mim também.

Que áreas serão abordadas durante o evento?
Durante o evento serão abordadas várias áreas tais como organização, saúde mental, espiritualidade, inteligência emocional, sexualidade, finanças, empreendedorismo, maternidade e empreender em comunidade.

Se tivesse que especificar alguma área que chamasse mais atenção às suas inscritas, qual seria?
Acho que é injusto destacar apenas uma área, uma vez que desenvolvi este evento precisamente por causa disso. Nós, como mulheres, não podemos só ser mães, não podemos só ser mulheres, não podemos ser só trabalhadoras. Temos muitas coisas e somos muitas mulheres dentro de cada uma. Então este evento foi pensado para se desenvolver através de vários pilares. Então não posso destacar uma só mas, talvez se tivesse que destacar, talvez a parte da saúde mental.
Porque se eu não tiver uma saúde mental e emocional bem estruturada e mais sedimentada, eu não vou ser capaz de acreditar a mim própria para poder ganhar dinheiro, para poder empreender ou para poder até ser uma mãe mais leve ou ter capacidade de ver “para além da caixa”. Portanto eu não posso circunscrever só uma área mas para mim o pontapé de saída é a saúde mental.

Quais foram as maiores dificuldades que teve ao organizar um evento destes?
Uma das maiores dificuldades que senti, como organizadora do evento, foi levar a que as mulheres percam a vergonha ou receio de exposição perante outras mulheres, apesar de não serem obrigadas a partilhar nada e podem ir só para ouvir.
Outra dificuldade que experimentei, numa questão mais particular, foi ter disponibilidade horária para poder organizar um evento destes, atendendo que também sou mulher, mãe e profissional. A parte logística levanta sempre algumas dificuldades acrescidas também.

Como organizadora teve dificuldade em arranjar oradoras para o evento?
Não tive dificuldade precisamente porque convidei para oradoras mulheres que me ajudaram no meu processo. Talvez uma ou outra tenha entrado no meu percurso num tempo mais recente, mas a maior parte delas já me acompanham e eu já as acompanho há alguns anos.
Só fazia sentido esse evento, digamos assim, com a validade delas para mim de mim e vice-versa. Não podia chamar uma pessoa que não dissesse nada, a mim pessoalmente.

Fez um evento mais pequeno em Março para preparar este. Que balanço faz deste evento?
Super positivo porque as mulheres conseguiram se abrir umas com as outras sem julgamento porque é isso que eu defendo totalmente e vou continuar a defender. Neste evento ninguém vai estar a julgar ninguém, nem a posição de uma ou de outra. É só a questão de termos outras perspectivas.
Dos últimos testemunhos que recebi em relação a esse evento, é de uma mulher que vai ao WomenTalks e que esteve presente neste primeiro evento e que me disse: ‘posso só ter 24 anos mas aprendi tanto naquela noite. Foi uma conexão tão bonita, tão enriquecedora que vou adorar ir a este’. E ela tinha 24 anos e neste evento de Março tivemos mulheres com idades desde os 20 até os 60, inclusive. As mulheres puderam aprender umas com as outras, com a experiência umas das outras e é isso que eu quero promover. Ninguém é igual a ninguém, nenhuma vida é igual à outra mas há sempre pontos em comum que podemos sempre partilhar umas com as outras.

Quantas inscritas tem até agora e até quando se podem inscrever?
Se contarmos com todo o staff e oradoras estamos a falar em cerca de 80 mulheres que estarão presentes. As inscrições ainda estão abertas, até terça-feira, e as interessadas podem procurar pelo evento nas redes sociais para se poderem inscrever. Temos ainda algumas vagas disponíveis para as possíveis interessadas e podem se inscrever, sem vergonha e sem medo, porque vamos desconstruir tabus.

Para além dos temas abordados, a que outras regalias terão as participantes acesso?
Durante o evento vamos fazer vários sorteios de vários produtos e serviços que quer participantes, quer outras empreendedoras fizeram questão de estarem presentes, com serviços de estética, de consultas, vouchers em lojas de roupa, de serviços de organização, sessões de mentorias, portanto muitos brindes que vão ser sorteados para além daqueles que eu e a equipa temos pensados e que estamos a preparar para cada uma delas.

Ainda há muitos tabus a serem quebrados na sociedade. Sente que este tipo de eventos pode servir para quebrar alguns deles?
Sim, completamente. Entre mulheres, e às vezes somos as piores inimigas umas das outras, porque achamos sempre que as outras mulheres vão-nos criticar ou talvez a gente gostava de fazer aquilo que outras fizeram e não temos a coragem ou oportunidade de fazer. Mas eu acredito muito no apoio que se dermos umas às outras, se cada uma der o seu contributo, todas crescemos. Eu não gosto de dizer que o segredo é a alma do negócio, pois eu não acredito muito nisso porque cada vez que a gente se abre e cada vez que partilhamos, às vezes, as nossas dores, às pessoas que tão alinhadas com as nossas ideias, é uma oportunidade de crescimento e só por aí já vale a pena.

Estão planeados novos eventos?
Tenho na minha cabeça muitas mais coisas planeadas, mas tudo a seu tempo.

Frederico Figueiredo

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