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“A hortênsia é um símbolo de beleza, riqueza de formas e delicada harmonia da natureza, que me inspira na criação de cada nova peça”

As flores dos Açores são a maior inspiração de Constantino na criação das suas jóias. Cada peça é única e “acaba sempre por encontrar a pessoa certa”. O criador do site e também da página flor dos Açores, ao Correio dos Açores, explica porque escolheu os Açores como inspiração, porque se dedicou à arte da joalharia e afirma: “a flor mais emblemática e inspiradora dos Açores, sem dúvida, é a hortênsia. Pode vê-la em muitas das jóias que produzo.”

Correio dos Açores – Como tem sido o seu percurso de vida até hoje?
Constantino (Criador da marca Floresdos Acores) – Nasci no extremo norte, onde até aos sete anos quase não tinha visto flores — apenas musgos, líquenes e raras ervas da tundra. Tudo mudou quando os meus pais se mudaram para a Ucrânia: foi aí que descobri a abundância de plantas e percebi que a natureza seria sempre o meu caminho.
Desde cedo, interessava-me pela ciência, especialmente pela química e biologia. Concluí vários estudos especializados e obtive o grau de mestre. Trabalhei como químico-analista, mas as plantas continuavam a atrair-me, e senti a necessidade de expressar o meu potencial criativo. Há cerca de dez anos consegui reunir os meios para dedicar-me ao desenvolvimento das minhas próprias tecnologias. Assim nasceu a ideia de transformar plantas reais em jóias de ouro e prata — preservando a forma, a estrutura e a energia interior de cada flor.
Quando começou a guerra na Ucrânia, encerrei a produção e parti. Vivi dois anos no Sri Lanka, a trabalhar com plantas tropicais, e mais tarde escolhi Portugal como o lugar ideal para continuar o meu trabalho. Aqui criei um novo produto — jóias únicas feitas com plantas e materiais locais — e dedico-me ao seu desenvolvimento. Portugal é um país maravilhoso, generoso em luz, inspiração e beleza.

Porque se mudou para os Açores?
Escolhi Portugal por várias razões. Os Açores e a região central têm uma flora rica, com muitas flores e formas extraordinárias. Era importante ter acesso a materiais locais de qualidade e oportunidades para desenvolver o negócio. E, claro, o sol, o ar e a energia do país criam uma atmosfera incrível para a criatividade. As pessoas são gentis e acolhedoras — isso também é muito importante.

Porque se dedicou à arte de joalharia?
Queria criar um produto cuja beleza pudesse ser apreciada e sentida com frequência. Idealmente, algo que se pudesse levar consigo ou tocar. A beleza é percebida não só com os olhos, mas também pelo tacto.
A natureza é abundante, mas muitas vezes o seu esplendor torna-se apenas pano de fundo. Quero que as minhas jóias ajudem as pessoas a manter contacto com essa beleza. E não é apenas uma jóia — é um produto alquímico: uma planta real transformada em ouro ou prata, que mantém a energia do lugar onde cresceu.

O que mais o inspira nas flores açorianas?
Crio peças com os mais variados tipos de plantas, até dente-de-leão etéreos. Mas a flor mais emblemática para mim nos Açores é a hortênsia. Criei jóias usando os mais variados tipos de plantas, até mesmo dente-de-leão brancos e etéreos. Mas a flor mais emblemática e inspiradora dos Açores, sem dúvida, é a hortênsia. Pode vê-la em muitas das jóias que produzo.
Esta flor impressiona-me não só pela beleza das suas formas, mas também pela incrível diversidade de variedades e espécies. É difícil encontrar outra planta que apresente tantas variações de inflorescências, formas de flores, pétalas e tonalidades de cor. Cada hortênsia parece um pequeno milagre único da natureza.
Até o próprio nome desta flor soa de forma especial, irradiando nobreza, elegância e graça, qualidades que procuro reflectir nas minhas criações. Para mim, a hortênsia é um símbolo de beleza, riqueza de formas e delicada harmonia da natureza, que me inspira na criação de cada nova peça.

Como tem corrido em termos de vendas?
Não tenho jóias que não encontrem comprador — todas são únicas. Actualmente concentro-me no mercado interno em Portugal e procuro expandir a produção, procurando colaboradores que possam ajudar tanto nas encomendas e vendas como na fabricação.
Trabalho com clientes de retalho e grossistas. Futuramente planeio exportar as minhas peças, sobretudo para a Europa. As minhas jóias são produtos portugueses, feitos com materiais e plantas locais.

Em que alturas vende mais?
Não há grande sazonalidade — as pessoas gostam de se presentear ou presentear outros durante todo o ano. Naturalmente, há um pico de vendas nas épocas festivas: Natal, Dia dos Namorados e outras datas especiais.

Há alguma jóia que seja a mais vendida?
Não tenho jóias que fiquem por vender — cada peça é única e acaba sempre por encontrar a pessoa certa.
As mais populares são as jóias com flores de hortênsia: anéis, ear cuffs, pulseiras e colares em ouro e prata colorida. A hortênsia tornou-se quase um símbolo da minha colecção. Também há um grande interesse por peças com flores mais complexas, como as da macieira ou pequenas flores primaveris com muitos estames. Não existem jóias semelhantes em nenhum outro lugar do mundo, e muitas pessoas desejam ter uma dessas peças na sua colecção.
Uma parte importante do meu trabalho são as encomendas personalizadas. Gosto de criar jóias com um significado especial — por exemplo, utilizando as flores favoritas dos clientes ou explorando combinações de cores pouco comuns. Para mim, é uma forma de transmitir a história pessoal de cada pessoa através da beleza e da forma das plantas.
 
Tem espaço físico em Ponta Delgada? Se não, tenciona ter?
Ainda não tenho loja física — todo o meu tempo é dedicado à criação e às encomendas. Em breve, quando tiver colaboradores, poderei dedicar-me à abertura de um espaço físico.

Qual é a melhor maneira de o contactar?  
Pode conhecer melhor o meu trabalho no site www.floresdosacores.com e no Instagram. na página floresdosacores. Mas, provavelmente, a melhor forma de entrar em contacto comigo é por e-mail. Se tiver perguntas, sugestões ou comentários, escreva-me para floresdosacores@gmail.com

Frederico Figueiredo

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