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A Athlete Factory foi fundada para colmatar o trabalho que é desenvolvido pelos clubes de futebol

João Goulart tinha o sonho de vingar no mundo do futebol. Infelizmente, lesões cada vez mais graves levaram-no a abandonar a carreira de jogador. Contudo, isto não o fez desistir de singrar nesta área e optou pela vertente de treinador. Neste momento, para além de ser treinador de futebol é também preparador físico e abriu uma academia de futebol, onde dá treinos personalizados a diversos atletas, de várias modalidades. Ao Correio dos Açores explica o que o levou a fundar esta academia, o que falta ao atleta açoriano para singrar ao mais alto nível e afirma: “para além dos treinos no campo e como o atleta é um todo, procuro desenvolver uma cultura de treino que passa também pelo trabalho em contexto de ginásio”
Correio dos Açores – Como tem sido o seu percurso?
João Goulart (fundador da Athlete Factory) – Enquanto atleta, comecei desde muito cedo nos escalões de formação do Marítimo Sport Clube, tendo transitado, no escalão de iniciados, para o Clube Operário Desportivo, onde conclui a minha formação desportiva.
Durante a minha licenciatura aventurei-me no futebol universitário e disputei a Divisão Honra da Associação de Futebol do Porto pela Associação Clube Milheirós. Apesar de curta, a minha carreira enquanto atleta foi recheada de experiências diversificadas que muito contribuíram para a minha formação pessoal e, actualmente, ajuda-me a ter um melhor entendimento das necessidades dos atletas.
Sou licenciado em Ciências do Desporto pela Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, onde também conclui o Mestrado em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, estando actualmente a desempenhar funções como Professor de Educação Física.
Enquanto treinador, estive, em 2024, responsável pelo escalão de sub12 do Águia Clube Desportivo e na actual época desportiva encontro-me a desempenhar funções como preparador físico da mais recente equipa sénior feminina do Clube Desportivo Santa Clara.
Todo o meu percurso desportivo e académico contribuiu para o meu crescimento pessoal e profissional, estando ligado às vertentes da formação e do rendimento.

O que o levou a criar a Athlete Factory?
A forma como a Athlete Factory surgiu é curiosa. Neste sentido é necessário remontar a 2021, em plena pandemia COVID-19, encontrava-me no 2º ano de licenciatura e a jogar nos seniores do AC Milheirós. Assim, estando na ilha, em regime de aulas online, realizava treinos individuais para meu próprio benefício, dado que me encontrava ainda no activo como atleta. Num dos dias, no campo que se encontra ao lado do Estádio de São Miguel, estava a treinar e um miúdo com a sua família questionou se poderia utilizar o mesmo lado do campo que eu, dado que o outro estava ocupado, com muito agrado aceitei e o menino acabou por realizar o treino que tinha preparado para mim. Os pais propuseram que ele tivesse treinos individuais comigo e assim tudo começou. Entretanto, comecei a treinar outros dois atletas e apercebi-me do impacto positivo que os treinos individuais estavam a ter no seu rendimento desportivo. Neste sentido, em 2024, decidi fundar a Athlete Factory e ajudar um maior número de atletas a colmatar as suas lacunas técnicas, tácticas e físicas com o objectivo de complementar o trabalho desenvolvido no clube, dado que no mesmo não há tempo nem condições para trabalhar de forma individualizada com todos os atletas.

O que o levou a ser treinador de futebol?
Desde muito jovem, o futebol sempre fez parte da minha vida. Comecei como jogador, mas com chegada de lesões sucessivas de gravidade crescente, apercebi-me que para me manter ligado ao desporto, pelo qual nutro muito carinho, teria de optar por outra via, a carreira de treinador. Esta necessidade associada ao desejo de formar atletas e pessoas, contribuindo para que cada um atinja seu máximo potencial levou-me a ser treinador de futebol.

Em sua opinião, o jogador açoriano tem qualidade?
Sem dúvida que o jogador açoriano tem qualidade e esta, aos poucos, tem vindo a ser reconhecida. Talvez não com a regularidade que desejamos.
Como é que descreve o jogador de futebol açoriano?
O jogador açoriano tem, na sua génese, uma elevada qualidade técnica e um bom entendimento táctico. Destaco a sua capacidade de adaptação, sobretudo quando é obrigado a sair da sua zona de conforto para que possam dar outros saltos na carreira.

Em sua opinião, o que falta ao jogador açoriano para singrar ao mais alto nível?
Nós, na Região, temos uma grande dificuldade, a insularidade, e estarmos separados por 9 ilhas, levantando a alguns constrangimentos que impedem que os nossos jogadores e jogadoras vivam um ambiente competitivo desafiador e que se prolongue com consistência durante as várias épocas desportivas. A par disto noto um défice quanto à preparação física dos/das atletas açorianos/as sobretudo quando transitam para o futebol 11.

Como é que tem corrido o funcionamento da academia desde a sua fundação? Quantos atletas tem?
A Athlete Factory tem superado as minhas expectativas, podendo ajudar mais de 60 atletas, pertencentes às mais diversas faixas etárias, provenientes de vários clubes de futebol da ilha e com aspirações diferentes. O âmbito de actuação foi alargado inclusive para outros desportos, como é o caso do Motocross. Para além dos treinos no campo e como o atleta é um todo, procuro desenvolver uma cultura de treino que passa também pelo trabalho em contexto de ginásio, de forma a desenvolver componentes físicas que não são devidamente estimuladas nos treinos de campo.
DP

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