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Finanças e Peixe

A semana passada veio à ribalta dois acontecimentos que, a meu ver, se destacaram dos demais – lei das finanças regionais e greve à compra de peixe – que me merecem dois comentários.
1 – FINANÇAS :- Começo pela Lei das Finanças Regionais que os sucessivos governos da república estão para resolver mas que, ano após ano “vão empurrando com a barriga”, fazendo jus ao ditado popular que diz: enquanto o pau vai e vem folgam as costas!
Também há bastante tempo, puseram esta matéria nas mãos de um açoriano, todavia, o resultado tem sido um verdadeiro jogo do empata, como todos sabemos.
Isto porque, o grupo de trabalho liderado por aquele açoriano, que continua vivendo lá fora, não sente na pele a descriminação financeira (e não só) que sentem os que cá residem.
Na passada semana, o Primeiro Ministro de Portugal embandeirou em arco ao permitir, a presença dos Presidentes dos Governos Regionais dos Açores e da Madeira, na reunião do Conselho de Ministros realizada em S. Bento, chegando mesmo a classificar aquele encontro de histórico.
Confesso que não sei se, efectivamente, foi a primeira vez que os Presidentes dos Governos Regionais assistiram a reuniões do Conselho de Ministros. Julgo que não, mas não posso afirmar.
Porém, e no caso dos Açores, para cumprir com o que vem estipulado no nosso Estatuto, julgo que seria obrigatória a presença do Presidente do Governo Regional nas reuniões do Conselho de Ministros, quando e sempre que neles fossem discutidas matérias que nos dissessem respeito.
Ao adiar a revisão da Lei da Finanças Regionais para o início(?) do próximo ano está-se a “empurrar com a barriga” um problema de vital importância para a vida de todos os açorianos.
2 – PEIXE :- Como se já não bastasse termos greves em tudo o que é trabalhador neste país, aparece-nos agora uma grave de compradores de peixe como protesto da criação de uma taxa de RX para o peixe transportado pela SATA AIR AÇORES. Não entendo este tipo de greve.
Para quem vai comprar peixe ao mercado, ou peixaria, depara-se com preços exorbitantes nas espécies como o goraz, o boca negra, o cântaro, o pargo, etc., etc.
As bolsas menos recheadas contentam-se com o chicharro, com a cavala, com a boga ou outro dentro da classe dos peixes menos nobres.
E isto acontece porquê? Justamente porque, com o avanço das novas tecnologias, as chamadas vendas ON-LINE subiram desmesuradamente, estando agora ao alcance de bolsas muito mais recheadas do que as nossas porque o sabor do nosso peixe é deveras do melhor que há.
Tal como acontece com outras matérias, o Governo Regional dos Açores prima pela ausência na elaboração de legislação apropriada e regulamentadora dos procedimentos a ter com a exportação de peixe que é, tão só, uma das nossas maiores riquezas; mas que, se não for regulada e devidamente fiscalizada, ficaremos sem peixe; como já aconteceu noutras paragens onde o peixe era abundante mas que, a falta de fiscalização na pesca principalmente nas chamadas áreas protegidas, acabou por dizimar os cardumes.
Como ainda estamos a tempo de salvar a maioria das nossas espécies piscícolas é urgente que se proíba a apanha das espécies em decadência, até porque o actual sistema, só está enchendo os bolsos de “meia dúzia” de exportadores de peixe.
Sou do tempo em que se comprava peixe grado – amanhado – a doze escudos o quilo para abastecimento aos navios de Empresa Insulana de Navegação. É evidente que me estou a referir às décadas de sessenta e setenta do século e milénio passados.
Como atrás disse é urgente regular a exportação do peixe.
É que também nós, nestas ilhas, gostamos de um bom peixe assado no forno.
Só que, a nossa carteira, raramente lá chega!
Por: Carlos Rezendes Cabral

P.S. Texto escrito pela antiga grafia.

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