Edit Template

Paralisação do governo dos Estados Unidos ameaça tornar-se a mais longa de sempre

A paralisação parcial do governo federal dos Estados Unidos ameaça bater um novo recorde histórico, ao ultrapassar os 36 dias de duração, numa crise política que expõe o bloqueio entre a Casa Branca e o Congresso.
De acordo com a “Euronews”, o impasse entre democratas e republicanos deixou milhões de americanos em risco de perder benefícios sociais e subsídios de saúde, enquanto milhares de funcionários públicos continuam sem receber salário.
A paralisação teve início a 1 de Outubro e mantém suspensos numerosos serviços governamentais, com cerca de 1,4 milhões de trabalhadores federais dispensados temporariamente ou a trabalhar sem remuneração.
As negociações entre a Casa Branca e o Congresso continuam sem avanços. Os republicanos, que controlam ambas as câmaras, não conseguiram reunir os 60 votos necessários no Senado para aprovar o novo orçamento federal.
O presidente Donald Trump declarou, em entrevista televisiva citada pela “Euronews”, que “não será chantageado” pelos democratas, que condicionam as conversações à prorrogação dos subsídios da Lei de Cuidados Acessíveis (conhecida como Obamacare), prestes a expirar. Trump insistiu que só aceitará negociar “depois de a paralisação terminar”, acusando os democratas de “terem perdido o rumo” e afirmando que “acabariam por ceder”.
Enquanto isso, os efeitos acumulam-se: controladores de tráfego aéreo e outros trabalhadores essenciais enfrentam atrasos nos salários, e cerca de 42 milhões de cidadãos dependentes da ajuda alimentar federal (programa SNAP) poderão ficar sem acesso ao apoio nas próximas semanas.
O Departamento da Agricultura chegou a reter cerca de oito mil milhões de dólares destinados a financiar o programa, medida travada por ordem judicial.
A “Euronews” recorda que a última paralisação de grande dimensão ocorreu entre Dezembro de 2018 e Janeiro de 2019, também sob a presidência de Trump, e provocou atrasos nos aeroportos e prejuízos significativos à economia norte-americana. A actual crise, porém, tem efeitos ainda mais amplos e profundos.
O impasse reflecte divisões sobre o orçamento federal e as políticas de saúde pública. Os democratas querem reverter os cortes no programa Medicaid e prolongar os créditos fiscais que reduzem o custo dos seguros de saúde, enquanto os republicanos defendem novas reduções nas despesas governamentais.
Desde o início do seu segundo mandato, Donald Trump tem defendido uma estratégia de redução drástica do Estado federal, prometendo usar a paralisação como instrumento político para forçar cortes adicionais.
No Senado, os democratas votaram já 13 vezes contra a reabertura do governo, exigindo que a Casa Branca aceite negociar antes de qualquer aprovação. Trump classificou a postura como “terrível” e apelou aos republicanos para “serem mais duros”, chegando a sugerir a eliminação das regras de obstrução (“filibuster”) que exigem maioria qualificada de 60 votos.
A proposta foi rejeitada por líderes republicanos do Senado, que defenderam a manutenção da regra como elemento essencial do equilíbrio institucional.
Com o impasse prolongado, a “Euronews” nota que cresce a pressão pública sobre ambas as partes, num contexto em que a confiança dos cidadãos nas instituições federais atinge mínimos históricos. Economistas alertam que, se a paralisação se estender por mais semanas, poderá provocar uma desaceleração significativa da economia dos Estados Unidos, com impacto directo nos mercados globais.

Edit Template
Notícias Recentes
Melhor aluno do conjunto das licenciaturas de Economia e Gestão da Universidade dos Açores premiado pelo novobanco dos Açores
PS/Açores pede audição sobre demissões na EMA-Espaço e PPM acusa o Partido Socialista de difundir notícias falsas
Governo Regional quer fim da exclusão das Regiões Autónomas quanto ao Programa Regressar
Programa de Estratégias Marinhas destaca que estudo“científico sólido” das águas profundas dos Açores pode orientar políticas de conservação e ordenamento marítimo
Bloco de Esquerda queria uma comissão de inquérito sobre a eventual privatização do serviço de hemodiálise do HDES e o Governo garantiu que não está tomada qualquer decisão
Notícia Anterior
Proxima Notícia
Copyright 2023 Correio dos Açores