17 de junho de 2021

PS pede reforço da vacinação e Bolieiro anuncia 5.500 vacinas da Johnson para as ilhas de São Miguel e da Terceira

O Presidente do Governo Regional dos Açores anunciou ontem que 5500 doses da vacina da Johnson & Johnson, de toma única, vão ser administradas nas ilhas de São Miguel e Terceira.
Bolieiro que falava no decurso dos trabalhos parlamentares que decorrem esta semana na ilha do Faial e revelou a decisão de proceder à inoculação destas vacinas “já e rapidamente”.
O Presidente do Governo, que fez este anúncio no seguimento de uma declaração política apresentada pelo PSD, destacou também que o “processo de vacinação é um caso de sucesso na Região”, respondendo às críticas da oposição que tem questionado a opção por dar prioridade à vacinação nas ilhas sem hospital.
Bolieiro actualizou o número de vacinas dadas nas várias ilhas do arquipélago e explicou que o “processo de vacinação nos Açores é diferente do nacional”, dando como exemplo a vacinação massiva efectuado na ilha mais pequena da Região.
“Em vez de palavras e reivindicações sem sustentabilidade argumentativa, demos o primeiro exemplo para o ensaio imunológico e epidemiológico bem apreciado a nível nacional e internacional. Decidimos com os nossos meios fazer esta experiência na ilha do Corvo e ela teve sucesso e resultados”, destacou.
O governante congratulou-se com a decisão do Governo da República em levar a cabo a ‘Operação Periferia’, que desde o passado dia 6 de Junho tem percorrido as ilhas mais pequenas dos Açores, elogiando a “compreensão da importância estratégica de defesa da saúde das pessoas em majorar, para além do contingente normal e programado de entrega de vacinas aos Açores, o número de vacinas para as ilhas sem hospital e prosseguir a mesma estratégia que já tínhamos levado a cabo na ilha do Corvo”.

Vasco Cordeiro: “O reforço de vacinas que veio deveria ter sido aproveitado para reforçar em São Miguel”

O líder do Grupo Parlamentar do PS afirmou que o “Governo Regional tem toda a solidariedade que é importante para benefício do povo dos Açores”. Em declarações prestadas no âmbito dos trabalhos parlamentares, Vasco Cordeiro afirmou, no entanto, que “não abdicamos, nem abdicaremos, de apresentar as propostas que entendemos, sejam elas mais ou menos confortáveis para o Governo”. Falando em concreto sobre o processo de vacinação na Região, o socialista demonstrou a sua preocupação com a situação que se vive, nomeadamente na ilha de São Miguel.
“É nossa convicção, e nossa proposta, que o reforço de vacinas que veio para a Região deveria ter sido aproveitado para reforçar a vacinação em São Miguel, dessa forma não retirando uma única vacina que fosse a outras ilhas, mas garantindo que tínhamos outras condições para sair o mais rapidamente possível desta situação”, salientou.
Vasco Cordeiro recordou os elogios recebidos na sessão plenária de passada por parte dos deputados e do Governo, quando apresentou propostas concretas, mas que quando as destacou numa visita a Rabo de Peixe mereceu “as críticas mais viperinas por parte do senhor Secretário da Saúde” e de outros deputados.
PSD acusa PS de “atitude eleitoralista” na questão vacinação

Numa Declaração Politica apresentada pelo líder parlamentar do PSD em que foi feito um balanço dos últimos tempos de governação da coligação, Pedro Nascimento Cabral acusou Vasco Cordeiro de estar de olhos postos nas próximas eleições autárquicas quando defende o reforço da vacinação na ilha de São Miguel.
“O agora líder da oposição mergulha de forma politicamente irresponsável na espuma dos dias com o objectivo de procurar retirar dividendos políticos do combate à pandemia para as próximas eleições autárquicas, onde claramente tem os olhos postos”, afirmou.
Nascimento Cabral destacou a “dissonância” entre as declarações de alguns deputados das ilhas sem hospital com as de Vasco Cordeiro que “veio agora numa atitude manifestamente eleitoralista, defender o reforço da vacinação na ilha de São Miguel quando o próprio sabe que esta vacinação está em curso e em ritmo crescente”.

António Lima: “Defendemos processo de vacinação idêntico em todas as ilhas”

Ainda sobre o processo de vacinação, o líder parlamentar do BE começou por lembrar a expectativa criada pelo actual Executivo com a vinda de vacinas do exterior.
“Ficamos expectantes ao longo de meses à espera de um contentor da América (…) geraram falsas expectativas às pessoas e afinal nunca chegaram”, afirmou António Lima que considera que “essa falsa expectativa serviu para disfarçar dificuldades de organização e recursos humanos para levar a cabo o processo de vacinação”. O bloquista refere que o processo de vacinação “não avançou como devia” e que o BE defende “um processo de vacinação idêntico em todas as ilhas” sem discriminar umas em detrimento de outras.

CDS/PP e PPM elogiam trabalho
do Governo

Do lado dos dois partidos políticos que fazem parte da actual coligação governativa, Paulo Estevão destacou a incoerência do PS nesta questão da vacinação, afirmando que “uma parte reivindica o reforço de vacinas em ilhas sem hospital e a seguir defende exactamente o contrário”.
O deputado do PPM lembra que “do ponto de vista técnico e científico foi defendido que houvesse reforço da vacinação nas ilhas sem hospital” e que isso foi reconhecido pelo estado português e pela Europa.
Catarina Cabeceiras que destacou algumas das fragilidades de saúde nas ilhas mais pequenas considera que a opção de vacinar as ilhas sem hospital “é completamente acertada”. A líder parlamentar do CDS/PP afirmou ainda que “todo o processo de vacinação vai ser acelerado”.

Nuno Barata denuncia atrasos nos
pagamentos a famílias e empresas

O deputado da Iniciativa Liberal também interviu no debate parlamentar, classificando como “lamentável” o facto de a declaração politica apresentada pelo PSD “não tenha problemas em trazer a debate problemas da pandemia para retirar dividendos políticos”. Nuno Barata preferiu denunciar os atrasos no pagamento dos apoios Covid às empresas e famílias, lembrando que “os que estão em casa não recebem desde Abril”. O deputado alertou para a necessidade de, “quando falamos da pandemia, temos de falar das suas consequências para as famílias e empresas”, lembrando que não se pode esquecer “os problemas causados a montante por este combate”.    
          

 Luís Lobão

 

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Autor: CA

Categorias: Regional

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