8 de outubro de 2021

Opinião - Do Meu Olhar

Sinaga - três vezes não !

1. Começo pela SINAGA por ser assunto na ordem do dia e associo-me àqueles que já manifestaram, com acutilância  e veemência , a sua opinião contra o desmantelamento daquele património e venda em leilão para negócio na área do Imobiliário ! Destaco o jornalista Tomás Quental, Carlos Rezendes Cabral, João Pacheco de Melo, Carlos A. César, José  Valério , Mário Abrantes e a Junta de Freguesia de Santa  Clara. Não são poucos e são destacados interventores da opinião pública a que agora me junto com armas e bagagens contra esta decisão polémica e destituída de rigor na defesa dos verdadeiros interesses dos cidadãos desta cidade e desta ilha, retirando-lhes o direito de usufruírem de um bem público valioso e histórico e que os responsáveis políticos de qualquer degrau ou patamar não podem nem devem olvidar, sob pena de decidirem contra a vontade do povo, daquele mesmo que  vota, que é contribuinte para os Orçamentos públicos e que se sente no direito de poder ter uma palavra na decisão sobre o futuro daquelas magníficas instalações, a minutos do centro de Ponta Delgada,  com um vasto e valioso espaço envolvente  que muito bem pode valorizar o ambiente e a requalificação urbanística preparada para fruição dos  cidadãos da cidade e da nossa ilha, que muito justamente são merecedores de um museu para salvaguarda do espólio rico e único da antiga fábrica , incluindo o referido e  amplo espaço envolvente de que Ponta Delgada é muito carente, tarefa que deve ser entregue aos mais conceituados arquitetos da nossa praça. Neste caso, deve fugir-se à tentação da operação se cingir ao deve e haver e muito menos aos apetites de quem esteja a pensar ou a projetar vultuosos investimentos imobiliários para o local, que iriam criar um sério confronto com os legítimos interesses da cidade e dos seus residentes , isto para não ir longe demais porque há por ali um algar e um aeroporto.
Este assunto requer a intervenção direta e determinada do senhor Presidente do Governo dos Açores, Dr. José Manuel Bolieiro para que a decisão seja ponderada e consensual na linha do que defendem os cidadãos,  como se tem visto e lido nos jornais da nossa terra. Por agora fiquemos por aqui !

2.  Ainda a propósito de eleições autárquicas e fruto do que se vê e se ouve e da experiência acumulada e na hora do render da guarda cujo intervalo nunca é previsível , é bom lembrar para quem a cadeira do poder concorre para o natural esquecimento da realidade, que as eleições ganham-se desde o primeiro dia do mandato, na proximidade ao eleitor como se a campanha eleitoral continuasse , na simplificação da burocracia que complica a vida do cidadão, nas licenças , nas pequenas obras, nos estacionamentos … na melhoria da sua qualidade de vida, não em abstrato mas sim na limpeza , nos espaços verdes existentes e outros a criar, na existência de esplanadas de qualidade e na animação dos aglomerados e, depois, no trânsito para os maiores aglomerados , na sua fluidez , nas saídas e entradas, nas rotundas , nos estacionamentos. Claro que, em primeiro lugar, estará sempre o abastecimento de água de qualidade , o saneamento básico, a Saúde e a Educação , na parte que lhes diz respeito . A avaliação virá depois !

3. Pouco passava  das nove da noite. No jardim do Colégio ele andava a muito custo, levando a canadiana no braço e, quase a rasto, dirigiu-se a um banco do jardim e aí, no meio da noite calma e serena, pousou o saco de plástico e revirou-o como quem procurava alguma coisa, a seguir virou- se e urinou ! Depois continuou o seu caminho em direção à  Matriz, onde encontra  o seu dormitório ! É daqueles pobres sem eira nem beira, natural dos subúrbios da cidade, onde casou e teve filhos, mas nenhum deles o conhece ! É mais um… se calhar fora das estatísticas oficiais , que deambulam sem rumo pelas mesmas ruas da cidade, mesmo ao lado do Governo, das Autarquias, das arriscas e dos novos dias, ou então da Cáritas ! Mas para os técnicos estes casos não têm solução ! Porque eles, acima de tudo, amam a sua liberdade ! Mas como em tudo na vida, há limites para tudo ! Até para a liberdade ! Talvez esta liberdade !

Outubro do Rosário de 2021

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Categorias: Opinião

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