O agricultor hojeenfrenta desafios diferentes dos do passado e é uma das profissões mais importantes, nobres e vitais para a sociedade. Porém, nem sempreé reconhecida a sua função e papel no desenvolvimento dessa mesma sociedade.
O agricultor é o responsável por um dos nossosbens essenciais, a alimentação que é base da nossa saúde.
Nos desafios contemporâneos é exigido que o agricultor seja cada vez mais multifacetadoe com formação sólida para conseguir responder às necessidades atuais.
Para que haja uma correspondência entre o que se exige ao agricultor e a sua capacidade de resposta, este terá que ser reconhecido, valorizado e bem remunerado. O ser agricultor, terá de deixar de ser visto como uma profissão indiferenciada e sem qualificação.
Valorizar o agricultor é fundamental para o desenvolvimento do setor, para a segurança do consumidor e para captar recursos humanos.
A agricultura tem que ser uma atividade valorizada pelos Governos e pelas populações.
Valorizar por que? porque a manter o estado atual, daqui a dias ninguém quererá trabalhar neste setor.
Alguém imagina um dia em que o leite, a carne, alface ou a batata, não estejam disponíveis?
Os agricultores têma responsabilidade de alimentar o mundo ( estima-se que a população mundial em 2050 passará de 9 bilhões de pessoas, aumento da produção de 60%, e que o atual modo de produzir e o número de agricultores envolvidos não terá capacidade de alimentar um número tão alto de pessoas. A solução não são mais hectares de produção, mas sim altas produtividades, outros modos de produção e o combate ao desperdício alimentar) e deuma participação ativa no desenvolvimento socioeconómico e ambiental do território(o território agrícola já não e só um espaço de produção, é um espaço em harmonia com todos os serviços do agroecossistema – face ao aspeto multifuncional da agricultura, essa atividade é uma potencial prestadora de serviços ambientais para a sociedade).
O empresário agrícola ver-se-á nos próximos tempos com novos desafios que ligarão as suas necessidades financeirasa critérios ambientais, sociais e de governação, desde logoaquando das análises de financiamento e de investimento junto da banca. Paralelamente, é expectável, face à PAC, que as políticas públicas deverão reforçar os seus critérios de avaliação e majoração face a critérios de sustentabilidade (social, económica e ambiental).
É toda esta envolvência que exigirá um agricultor mais bem preparado para que possa criar riqueza e (continuar) a ser amigo do ambiente.
O agricultor deve ser uma profissão assente em perspetivas de evolução financeira e de formação, potenciando a inclusão de inovação tecnológica no seu quotidiano. Estes são alguns ingredientes para cativar uma nova geração de emprego agrícola e que são, em primeiro lugar, responsabilidade das políticas públicas.
Haja saúde.
António Simas