Assinala-se hoje o Dia Nacional da Prevenção do Cancro da Mama, a segunda causa de morte por cancro nas mulheres portuguesas, faz saber o Serviço Nacional de Saúde, dia este que tem como objectivo sensibilizar a população em geral e as mulheres em particular para a importância do auto-exame sistemático da mama ou para a importância dos rastreios a este tipo de cancro.
Assim sendo, embora não existam ainda dados oficiais de registo oncológico relativos ao ano de 2020, o Centro de Oncologia dos Açores (COA) faz saber que, em 2021, até ao dia 30 de Setembro, através dos rastreios organizados pelo Rastreio Organizado do Cancro da Mama nos Açores (ROCMA) foram detectados 39 cancros de mama, enquanto os rastreios oportunísticos detectaram um total de 14 casos de cancro de mama até ao mesmo período, perfazendo um total de 53 casos.
Ainda no número de cancros de mama detectados, Raul Rego, Presidente do Conselho de Administração do COA, adianta que nos rastreios do ROCMA, em 2019, foram detectados 40 casos, acrescendo aos rastreios oportunísticos, nos quais foram detectados 22 casos desta forma de cancro. Em 2020, o ROCMA detectou um total de 53 cancros de mama, enquanto através dos rastreios oportunísticos foram detectados 11 casos.
Em acréscimo, “de acordo com a informação oficial disponível do registo oncológico, a taxa padronizada de incidência nos Açores do cancro de mama feminina é de 130 novos casos por ano”, sendo importante reter que do número total de cancros de mama detectados nos últimos anos na Região, cerca de metade destes cancros são detectados por intermédio dos programas de rastreio promovidos pelo referido centro de oncologia.
De acordo com os dados do Rastreio Organizado do Cancro da Mama nos Açores dos últimos quatro anos, na sua 5.ª volta, realizada entre 2017 e 2018, a maior parte dos casos de cancro de mama diagnosticados nos Açores teve a sua principal incidência na ilha de São Miguel, com um total de 63 casos de cancro de mama diagnosticados.
Seguiu-se a ilha Terceira, com 26 cancros de mama detectados por este meio, a ilha do Faial, com nove casos, a ilha de São Jorge, com cinco casos, a Graciosa e a ilha do Pico com três casos cada uma, bem como Flores e Santa Maria, cada uma com um caso. No que diz respeito à ilha do Corvo, de acordo com os dados disponibilizados pelo Centro de Oncologia dos Açores, não foram detectados cancros de mama feminina nesta ocasião.
Na sexta volta do rastreio, organizada nos anos de 2019 e 2020, foi também na ilha de São Miguel que foi diagnosticado o maior número de casos de cancro de mama, 42 no total, seguindo-se novamente a ilha Terceira, com um total de 22 casos diagnosticados, seguindo-se a ilha do Faial, com 11 casos de cancro da mama registados, a ilha do Pico, com seis casos, São Jorge, com cinco casos, Santa Maria, com quatro casos, seguindo-se a ilha das Flores com dois casos e Graciosa com 1. Quanto à ilha do Corvo, continuou sem casos de cancro de mama registados, apontam os registos.
Nos homens açorianos, adianta Raul Rego, o cancro de mama apresenta-se como uma patologia muito rara, tendo em conta que o número de cancros de mama masculina oficialmente registado entre 2007 e 2016 foi de 22 casos.
De qualquer das formas, “perante a escassez da amostra”, tornar-se-ia “ineficaz e especulativo” traçar um crescimento da patologia entre os açorianos diagnosticados com este tipo de cancro, adianta o médico oncologista nesta ocasião.
Quanto à faixa etária em que é detectado este cancro, Raul Rego refere que “o principal factor de risco da patologia oncológica em geral é a idade”, o que por si só justifica “um efectivo crescimento “universal” do cancro, pese embora uma acentuada e crescente melhoria dos meios que o combatem”.
Assim sendo, nos Açores, avaliados os resultados do ROCMA desde Janeiro de 2009 até Dezembro de 2020, detectaram-se 583 cancros de mama feminina, dos quais 269 (46%) foram diagnosticados na faixa etária dos 45 aos 59 anos e 314 da faixa etária dos 60 aos 74 anos (54%).