1. Já nos habituámos a muitos lapsos de linguagem e a trocas de palavras ou à falha de uma delas e o pensamento logo fica desvirtuado. Seja em que circunstâncias forem, até pode calhar ao Professor Marcelo Rebelo de Sousa ou então a qualquer candidato que venha a terreiro e que depois não consiga a tempo fazer a respetiva correção! Outras vezes a força da expressão parece que desvanece o lapso cometido de forma involuntária! Um dos últimos exemplos veio pela caneta do senhor Alexandre Borges em resposta ao seu colega Joel Neto acerca do Iniciativa Liberal. Uma afirmação de Alexandre Borges carregou-me sobremaneira nos carrilhos do cérebro e fiquei a batucar se seria mesmo assim. Ora vejamos: “Ser liberal é acreditar que as ideias são mais importantes do que as pessoas”. Fiquei menente sem saber se era essa mesmo a expressão ou se haveria por ali lapso ou falha! É que para mim não há ninguém mais importante do que as pessoas! Mesmo que a ideia seja a melhor do mundo e venha do partido mais colorido e pragmático do mundo! É a democracia a funcionar.
2. A propósito dos temporais que têm assolado os Açores, o senhor Secretário Ventura não levou tempo para visitar caminhos e vias florestais e outras rurais para se inteirar do estado em que ficaram e do volume de estragos registados e do montante do orçamento para os reparar.
A primeira conclusão que tiraram, com aquele membro do governo presente, é que há absoluta necessidade de repavimentar essas vias, sejam elas rurais ou florestais. Ponto parágrafo! Pois, pois … E por onde se encaminham as águas pluviais? De onde vêm e para onde vão elas? Por cima das pastagens e depois varrendo o asfalto?
Saberá o Senhor Secretário que nalguns caminhos as águas desencaminhadas que escorrem em levada das pastagens vão cair em queda nos caminhos e depois provocam as enxurradas que saltam e arrastam tudo quanto encontram pela frente até ao aglomerado que depois sofre todas as consequências?
É preferível realizar menos obras mas as que se executarem apresentem uma elevada percentagem de segurança em todos os aspetos, sendo que o primeiro será a correta drenagem das águas pluviais! E a conservação das vias existentes deveria passar a ser considerada como obras de primeira prioridade! Para que não fiquem entregues à incúria e ao desmazelo como tem acontecido em muitas delas!
3. A formação de Autarcas sempre foi uma preocupação dos governos desde 1976, altura das primeiras eleições para o Poder Local. O senhor Vice Lima que tutela as Autarquias também considera importante esta tarefa, a última das quais congregou um numeroso grupo de eleitos locais que Artur Lima bastante relevou a sua oportunidade para o bom desempenho dos autarcas açorianos. Mas não deixa de ser curiosa a ausência do respetivo Diretor Regional, que na notícia nunca é referido! Terá sido efeitos da COVID?
4. Os funcionários das Misericórdias viram finalmente os aumentos salariais consagrados no Acordo Coletivo com participação ativa da URMA e do SINTAP. O subsídio de almoço também foi contemplado mas os aumentos só se aplicam aos trabalhadores associados daquele Sindicato que assim vê uma corrida à inscrição de sócio sindical, parecendo uma forma hábil de crescer em numérico e em força. Será?
5. Uma excelente notícia foi recentemente publicada em sequência de uma interessante solução sugerida por mais de 100 milionários de nove países diferentes que rezava assim: “Aumentar os impostos sobre a riqueza dos mais ricos para arrecadar receitas para reduzir a POBREZA e diminuir as desigualdades”.
Uma sugestão que saída dos próprios milionários reveste-se de um outro sabor e pode que seja o princípio dos olhos e do coração dos mais ricos do mundo se abrirem também a favor da pobreza do mundo. Assim, fora das políticas rotineiras do costume, finalmente se começa a vislumbrar uma maior justiça no mundo no precipício entre os muito ricos e os muito pobres deste planeta. Se for avante a solução sugerida, então, sim, é altura de lançar foguetes de júbilo.
6. O Vice-presidente do Governo dos Açores, Artur Lima, nomeou recentemente o Coordenador e vogais da Estrutura de Missão para a Promoção de Respostas Sociais para Idosos, cujo fim é implementar um processo de avaliação e reforma das medidas da administração pública regional em matéria de diversificação das respostas sociais dirigidas às pessoas idosas e respetivas famílias e cuidadores, privilegiando a permanência daqueles no seu meio natural de vida.
“Certamente que os mais velhos terão dificuldade em entender esta prosa que terá passado despercebida ao Iniciativa Liberal uma vez que é criada nova Estrutura com peso no Orçamento regional. E, em boa verdade, nem se sabe, ao certo, para que servirá esta ESTRUTURA DE MISSÃO! Olho aberto!
Em clima eleitoral
de fim de Janeiro
Por: Eduardo de Medeiros