Alice Moderno (1867-1946) e Maria Evelina de Sousa (1881-1946) foram duas mulheres que, sobretudo durante a Primeira República se distinguiram das demais pela sua actividade como professoras, jornalistas, feministas, defensoras dos animais e apoiantes de obras de beneficência social.
Apesar de ambas terem sido já homenageadas pela Assembleia Legislativa Regional dos Açores, a sua vida e obra não têm sido devidamente dada a conhecer aos açorianos. Mais recentemente, a capela mandada construir por Alice Moderno no Cemitério de São Joaquim e que aquela havia deixado em testamento a Dona Maria Joana de Morais Flores Vargas Moniz “com a obrigação de conservar na mesma as urnas que lá se encontrarem à data de óbito da testadora [encontrava-se a de Maria Evelina de Sousa], incluindo ainda a urna dela mesmo testadora” foi vendida e os restos mortais das duas amigas colocados numa campa que não apresentava qualquer identificação.
Não permitindo que o legado das duas feministas caia no esquecimento, um grupo de admiradores da sua obra deslocou-se no passado dia 27 ao Cemitério de São Joaquim para lhes prestar uma singela homenagem que consistiu na colocação de uma placa identificativa provisória e de dois vasos de flores.
“Não permitiremos que apaguem a memória e apelamos às entidades públicas, sobretudo ao Governo Regional dos Açores, sucessor da Junta Geral Autónoma do Distrito de Ponta Delgada, que foi a herdeira da parte mais importante dos seus bens, para que, no mínimo, coloque uma placa identificativa de Alice Moderno e de Maria Evelina de Sousa que perpetue a memória das duas ilustres açorianas”, apela grupo promotor da iniciativa.