27 de abril de 2022

Opinião

Novo governo, novas expectativas

É assim a política. O Presidente Bolieiro entendeu chegada a altura para remodelar o governo, deixando alguns sinais de como está atento ao pulsar dos Partidos Políticos e das associações empresariais, culturais e sociais, ou seja à sociedade civil em geral, pretendendo, de alguma forma, alterar o rumo e as políticas, não se limitando a navegar à vista.
A equipa no geral era muito esforçada, com gente com capacidade para gerir as suas pastas de governação, mas sem histórico e apoio político-partidário, que numa governação exige um jogo de cintura que nem todos estão dispostos a aceitar.
Remodelar é sempre um enorme quebra-cabeças, desde logo porque há injustiças que ocorrem e a responsabilidade é sempre do Presidente do Governo, que tem de estar atento àquilo que são as posições dos parceiros da governação, porque importa acima de tudo salvaguardar a estabilidade governativa e o apoio parlamentar, tão frágil que é, que é preciso pinças para lidar com as situações emergentes.
José Manuel Bolieiro mostrou-se perito em resistir às pressões para remodelar o governo e fez as mexidas no momento que achou mais adequado, embora a expectativa entre os próprios apoiantes fosse de que se deveria refrescar o Governo, há mais tempo, havendo opiniões divergentes sobre o timing mais apropriado para o Presidente dar novo élan ao seu executivo.
A remodelação está feita, mas considero que importa deixar uma palavra de apreço para quem saiu e deu o seu melhor para gerir as suas áreas de forma eficaz, para bem de todo o governo, mas acima de tudo para bem dos açorianos, os beneficiários das políticas governativas. Quem presta um serviço público nunca é devidamente reconhecido ou se avalia apenas o que de menos bom correu na governação.
Uma coisa é certa, ficamos com um governo mais pequeno, mais coeso, com rostos com lastro político e experiência governativa para ações nas áreas económica e financeira, que permite antever mais eficácia na gestão da “rés pública”. Como tal, da remodelação do executivo regional resultou menos duas secretarias regionais, implicando, no entanto, a saída de quatro Secretários Regionais, a saber o das Finanças, do Turismo, da Cultura e das Obras Públicas, registando-se e a entrada de dois.
Com este novo governo, que resulta da experiência governativa da coligação PSD/CDS-PP/PPM, tais mudanças tornarão possivelmente o governo mais coeso e imprimirá mais experiência política e permitirá responder com mais agilidade aos grandes desafios e embates da governação açoriana.
A grande novidade desta governação é a saída de Joaquim Bastos e Silva e a entrada de Duarte Freitas, bem como a chamada da antiga líder Berta Cabral, que é agora a nova super Secretária Regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas, assumindo ainda a área da Energia, tudo matérias que ela irá gerir com eficácia, atendendo ao seu perfil decisório, mas sobretudo atendendo à sua vasta experiência governativa.
Muitos são os açorianos que entendem que estas alterações ao elenco governativo dão bastante confiança, com pessoas que estão bastante preparadas e têm experiência política, pessoal e profissional para cumprir do programa do governo aprovado pela Assembleia Legislativa.
Berta Cabral é uma política experiente e provas dadas de determinação e de “mãos à obra”, pelo que representa um reforço mais político para o Governo Regional. Assim, relativamente à área do Turismo, a nova titular já disse que entende que é essencial voltar a fazer crescer o setor como no ano pré-pandemia, como forma de potenciar o crescimento e desenvolvimento da Região e permitir alavancar todos os outros sectores, destacando ainda os transportes que estão relacionados com a mobilidade dos Açorianos, a grande bandeira deste governo, a par da baixa de impostos.
Por seu lado, Maria João Carreiro na pasta do emprego e formação profissional, fará uma política de continuidade, tendo em vista manter as já postas em prática e de comprovado sucesso, pois considera que estão no bom caminho, as medidas no âmbito da qualificação profissional e algumas medidas que visam integrar os desempregados no mercado de trabalho, levadas a cabo por Duarte Freitas.
Os açorianos acreditam no rumo e na mais-valia de uma remodelação neste momento, levada a cabo pelo Presidente Bolieiro, esperando-se que a nova orgânica do governo aprovada agilizará o funcionamento da estrutura governamental, seguramente a mais adequada nas circunstâncias atuais.
 

António Pedro Costa

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Categorias: Opinião

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