Segundo os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) nasceram em 2021 menos 4.948 nados-vivos (-5,9%) em comparação com o ano anterior. Do total de 79.582 nascimentos, 60% destas são filhos de pais não casados, voltando a aumentar a percentagem neste parâmetro. Dizer ainda a este propósito que deste número total de nascimentos, 40.762 são do sexo masculino e 38.830 do sexo feminino.
Com um decréscimo registado em todas as regiões, nos Açores o número de nados vivos passou de 2.103, em 2020, para 2.043 em 2021. A título de curiosidade verifica-se, que a Região Autónoma dos Açores continua a registar um número de nascimentos superior ao verificado na Madeira onde nasceram, 1.744 crianças durante o ano passado.
Do total de nados vivos registado em 2021, 64,3% do total de nascimentos corresponderam a mães com idades dos 20 aos 34 anos; 33,8% a mães com 35 e mais anos e 1,9% a mães com menos de 20 anos.
A natalidade diminuiu em todas as regiões do país, em particular no Norte (-7,6%) e na Região Autónoma da Madeira (-6,2%). Nas restantes regiões, o Alentejo e a Região Autónoma dos Açores são aquelas que registam os menores decréscimos (-2,2% e -2,9% respectivamente).
Bebés entre pais não casados
continuam a subir
No ano de 2021, a proporção de nados vivos nascidos de pais não casados, pelo sétimo ano consecutivo a representar mais de metade dos nascimentos registados em Portugal (60% em 2021). Neste parâmetro de análise, apenas o Norte (53,7%), o Centro (59,6%) e os Açores (54,2%), apresentam valores abaixo da média nacional. Em sentido contrário encontram-se o Algarve (68,8%), a Madeira (64,2%) e a Área Metropolitana de Lisboa (62,8%).
Óbitos descem 3% nos Açores
Nos dados ontem divulgados, o INE destaca que, em 2021, registaram-se 124.802 óbitos de residentes em território nacional, mais 1,2% do que os 123.358 verificados no anterior. Deste valor total de óbitos, 62.694 dizem respeito a homens e 62.108 a mulheres. Destaque ainda nestes dados, para o mês de Janeiro de 2021 que se fixou como aquele que em que se registou o maior número de óbitos mensal desde o inicio da pandemia (19.646), mais 66,2 % (7.825 óbitos) em comparação com o mesmo mês de 2020.
Os Açores foram, neste âmbito, um das duas regiões onde se registaram diminuições entre os anos de 2020 e 2021. Assim e enquanto morreram 2.439 pessoas, no ano de 2020, no último ano analisado (2021) esse número fixou-se nos 2.365 óbitos. No restante território, a região Norte registou uma redução de 7,3% no número de óbitos enquanto os maiores aumentos verificaram-se no Algarve (+8,5%), na Área Metropolitana de Lisboa (+6,5%) e na Autónoma da Madeira (+6,0%) onde foram registados 2.875 óbitos em 2021.
Do total de óbitos ocorridos em 2021 e por faixa etária, os Açores são a região do país onde morrem percentualmente mais pessoas com menos de 40 anos (2,5%) e entre os 40 e os 64 anos (18,9%). A Região Autónoma dos Açores é também a única, no contexto nacional, em que o número total de óbitos com 80 ou mais anos, não representa mais de 50% dos óbitos registados.
Em 2021, registaram-se 191 óbitos de crianças com menos de 1 ano (menos 14 do que em 2020). A taxa de mortalidade infantil manteve o valor de 2020 (2,4 óbitos por mil nados-vivos), igualando o valor mais baixo alguma vez registado em Portugal.
Saldo natural negativo continua
a acentuar-se apesar de os Açores
serem a região com menos perdas
Nesta vertente, destaca-se que 2021 é o 13º ano consecutivo em que Portugal regista um saldo natural negativo. Para esta realidade, contribuiu evidentemente o grande número de óbitos devido à pandemia de Covid-19 mas também o decréscimo, já aqui mencionado, no número de nascimentos. Entre 2020 e 2021, o saldo natural passou de -38.828 para -45.220 pessoas. Enquanto a Região Centro foi aquela onde se registou um saldo natural negativo mais acentuado (-16.664), os Açores foram aquela onde este valor representa um valor inferior (-332).
Casamentos disparam em 2021
Relativamente ao número de casamentos, a estatística agora divulgada pelo INE revela que foram realizados, em 2021, 29.057 casamentos em Portugal, mais 10.155 do que no ano anterior, representando este valor um aumento de 53,7%. No último ano em análise (2021), a idade média de casamento foi de 39 anos para os homens e de 36,5 anos para as mulheres. Quando os números dizem respeito apenas ao primeiro casamento, a idade média baixa para os 34,3 anos no caso dos homens e para 32,9 anos para as mulheres. Os dados do INE destacam que entre 2012 e 2021, registou-se um aumento de cerca de 4 anos na idade média ao casamento e de cerca de 3 anos na idade média ao primeiro casamento, para ambos os sexos.
Concretamente em relação aos Açores, os únicos dados disponíveis dizem respeito ao número total de casamentos celebrados passando de 558, em 2020, para 837 em 2021. Os maiores aumentos registados ocorreram nas regiões Norte (72,7%), Alentejo (62,3%) e Centro (62,1%). A Área Metropolitana de Lisboa foi aquela onde esse acréscimo foi menor (26,1%).
Ainda sobre os casamentos celebrados, 28.508 realizaram-se entre pessoas de sexo oposto (18.457 em 2020) e 549 entre pessoas do mesmo sexo (445 em 2020), dos quais 287 casamentos entre homens e 262 casamentos entre mulheres (236 e 209, respectivamente, em 2020).
Referir ainda que do total de casamentos entre pessoas de sexo oposto, 8.097 (28,4%) foram celebrados pelo rito católico; 20.317 realizados de forma civil (71,3% do total) e apenas 0,3% (94) segundo outras formas religiosas.