8 de maio de 2022

A importância das Regiões no contexto da União Europeia

1 - Amanhã celebra-se o Dia da Europa que pretende cimentar a união dos 27 países que a constituem. Com a Primavera da liberdade e o desmoronar do comunismo, o Muro de Berlim caiu a 9 de Novembro de 1989 e a partir daí inicia-se a reunificação da Alemanha, o fim da Guerra Fria e o termo dos regimes socialistas. Tudo isso, graças à Perestroika liderada por Mikhail Gorbachev em 1986, e que deu início à globalização.
2 - Essas importantes mudanças tiveram como grandes impulsionadores três grandes vultos, que foram o Papa polaco João Paulo II, o Presidente Gorbachev, que acabou com a União Soviética, e o Presidente dos Estados Unidos da América, Ronald Wilson Reagan.
3 - A Primavera da liberdade “incendiou” os países a leste da Europa que estavam sob a batuta da União Soviética, o povo veio para a rua, derrubou os déspotas que estavam subordinados à Rússia, e passados alguns anos aderiram à União Europeia, da qual hoje são membros de pleno direito.  
4 - A União Europeia ficou deslumbrada com a incorporação dos novos membros do antigo Bloco de Leste, julgou que a Guerra Fria tinha terminado e que era preciso estender a Europa até aos Urais, que incluía desse modo a Rússia, sem se preocupar, entretanto, com as origens políticas de Putin, que pela origem da sua carreira manda assassinar quem lhe faz oposição e com mão de ferro gere os negócios do Estado para beneficiar os oligarcas que o sustentam no poder e encobrem a riqueza pessoal que vai acumulando.
5 - A Europa a 27 conviveu desde 2000 com Putin, criando negócios e alianças com a Rússia, quando devia ter cuidado da sua auto-suficiência e enriquecimento da sua própria economia. Não o fez. E países houve, como a Alemanha, em que antigos governantes se tornaram testas de ferro dos negócios energéticos com a Rússia, pouco claros, deixando hoje a Europa refém da perfídia do Presidente da Rússia.
6 -  O que acima descrevemos é um lembrete para quem pensa que estamos num mar de rosas. A História repete-se ao longo dos tempos, embora com roupagens diferentes, mas quanto à dor que ela rememora é sempre igual, isto é, penosa e revoltante.
7 - Falando da Europa de hoje, a Comissária da Coesão e Reformas, Elisa Ferreira, salientou o papel das Regiões Ultraperiféricas que está consagrado nos Artigos 349.º e 355.º do Tratado sobre o Funcionamento da União Europeia, acrescentando que as RUPS são uma grande vantagem para o todo da União Europeia devido à sua riqueza, da sua biodiversidade, da extensão marítima e do espaço aéreo,  acrescentando que “Se a União Europeia quer ser um protagonista mundial, estas Regiões devem estar no centro das nossas preocupações”.
8 - A Comissária Europeia lembrou os constrangimentos das RUPS resultantes da situação geográfica, da dimensão da economia e da alta taxa de desemprego.
9 - Quanto ao desemprego e ao emprego, vários trabalhadores que estão a terminar os contratos ao abrigo dos programas ocupacionais manifestaram publicamente a preocupação com a sua situação futura. Sobre esta matéria há coisas que não se entendem. Parte desses trabalhadores estavam alocados às escolas e outros às autarquias municipais e de freguesia. Quanto aos das escolas, pergunta-se: Esses trabalhadores são indispensáveis para cumprir os rácios por aluno? Se são, e se ao longo do tempo foram certamente tendo formação, porque razão não são integrados? Se há quem esteja a mais, então que seja de imediato submetido a acções de formação para preencherem as necessidades do sector turístico.
10 - Acabar com programas que serviram para ocupar e baixar a taxa de desemprego, é uma medida que precisa de acompanhamento dessas pessoas e procurar enquadrá-las no mercado de trabalho.
11 - Uma coisa é os desempregados não quererem agarrar as oportunidades que irão aparecer, outra coisa é deixar quem até agora esteve a contribuir para baixar o desemprego sejam tratados como um produto descartável. Espera-se acção das entidades oficiais responsáveis pelo emprego, que devem juntar nessa operação as associações empresariais que têm vindo a salientar a falta de mão-de-obra na Região.
          

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Categorias: Editorial

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