Homem que matou mulher com catana na Lomba de São Pedro acreditava que ela o estava a prejudicar “através de feitiçarias”

No processo relativo ao brutal homicídio que vitimou uma mulher de 42 anos na Lomba de São Pedro, morta com mais de 20 golpes de catana, o relatório do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária (PJ) acredita que terá “sido um forte sentimento de vingança pessoal que constituiu o móbil deste crime” que tem como suspeito um homem de 39 anos de idade, detido em prisão preventiva desde a ocorrência. A PJ refere que “mercê do elevado consumo das chamadas drogas sintéticas”, foi sendo criada na mente do homem a ideia que “a falecida actuasse sobre ele, através de feitiçarias no sentido de prejudicar a sua actual relação sentimental”. O suspeito mantinha, à época do crime, um relacionamento com uma outra mulher, também ela toxicodependente.
Os factos tiveram lugar no dia 15 de Setembro do ano passado quando o suspeito interceptou, atravessando a viatura que conduzia, à frente do carro onde seguia a vítima no Caminho Rural da Lomba das Vacas, na freguesia de São Pedro na Ribeira Grande e, com mais de 20 golpes desferidos nos membros, na cabeça e na face, acabou por lhe tirar a vida. A mulher de 42 anos encontrava-se nesta zona para entregar o almoço a um dos filhos que trabalhava num terreno próximo. Quando as forças policiais chegaram ao local, a mulher já se encontrava sem vida na valeta do lado direito da estrada e, alguns metros mais à frente, estava a viatura da vítima com “a parte traseira direita embatida contra a parede da estrada”. O relatório do Departamento de Investigação Criminal da Polícia Judiciária diz também que após o suspeito ter desferido vários golpes com a mulher ainda no interior da viatura, esta terá tentado sem sucesso “a fuga de marcha atrás (…) a viatura encontrava-se com a chave na ignição”. A vítima ainda tentou fugir do local a pé, momento em que o homem de 39 anos lhe desferiu mais golpes e consumou o homicídio. A namorada acompanhava o suspeito na viatura deste e presenciou a ocorrência. Mais tarde, admitiu em interrogatório que, apesar do suspeito já ter afirmado que “algum dia mato-a”, nunca imaginou que “ele o quisesse mesmo fazer”.
Após o homicídio, o homem, ainda acompanhado pela namorada, abandonou o local no seu carro e dirigiu-se para a Fajã do Araújo, no Nordeste, onde seria mais tarde localizado e detido pelas forças policias. Nesse local, queimou as roupas que vestia e desfez-se da arma do crime que seria mais tarde encontrada. Após a sua detenção e durante a viagem entre o Nordeste e Ponta Delgada, o suspeito confidenciou o crime e “justificou a sua atitude com o facto dela (a vítima), não ter aceitado o fim de uma relação de namoro que tiveram, lhe ter feito feitiçarias que lhe provocavam imensas dores no corpo”, pode ler-se. A PJ acredita que estão reunidos os indícios suficientes para uma acusação de homicídio qualificado, que prevê uma pena de prisão entre os 12 e os 25 anos.
Este processo ainda se encontra em apreciação e não tem data de julgamento marcada.                               

                                                

 

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