Meus queridos! Amanhã é Dia dos Açores e por isso mesmo vai o meu ternurento beijinho para quantos e quantas (creio que são 27) a serem homenageados com os Insígnias Autonómicas na sessão que vai decorrer na novel cidade da Lagoa que também celebra os seus 500 anos de concelho. Como só recebi convite para estar no almoço das Sopas do Divino, lá estarei com o meu vestido azul-bandeira e guardo para os meus recadinhos da próxima semana os pormenores da festa, a ver se houve alterações ao figurino anterior, …ou se foi “tudo como dantes, no quartel de Abrantes”… Mas, cerimónias à parte, o que interessa meus queridos é celebrar este Povo que somos e que sempre fez festa à sombra do Divino que é, ao fim e ao cabo, quem nos dá identidade e nos molda esta maneira de ser que nos torna únicos nas nossas múltiplas diferenças, quer de pensar, quer de celebrar… Hoje, só me apetece deveras clamar a o Hino dos Açores da autoria da minha saudosa Natália Correia e que precisa ser exercitado porque pouco ou nada se houve cantar, começando pela escola e em certas ocasiões oficiais… Parece que há vergonha de afirmar o povo que somos… e…
Deram frutos a fé e a firmeza
no esplendor de um cântico novo:
os Açores são a nossa certeza
de traçar a glória de um povo.
De um destino com brio alcançado
colheremos mais frutos e flores;
porque é esse o sentido sagrado
das estrelas que coroam os Açores.
Para a frente! Em comunhão,
pela nossa autonomia.
Liberdade, justiça e razão
estão acesas no alto clarão
da bandeira que nos guia.
Para a frente, Açorianos!
Pela paz à terra unida.
Largos voos, com ardor, firmamos,
para que mais floresçam os ramos
da vitória merecida.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
Para a frente! Lutar, batalhar
pelo passado imortal.
No futuro a luz semear,
de um povo triunfal.
Viva o Senhor Espírito Santo! E vivam sempre estes Açores que amamos!
Meus Queridos! Tal como foi noticiado há poucos dias, um doente que estava internado no Hospital do Divino Espírito Santo partiu o vidro da janela do quarto onde estava internado saltando depois do terceiro andar para o exterior… A notícia do hospital foi muito vaga… Agora veio a público a Ordem dos Médicos nos Açores através da Dr. Patrícia Santos, requerer a abertura de um inquérito para averiguar as causas e a forma em que decorreu o acidente daquele utente, já que a Administração aos costumes… nada disse. Já agora, a minha comadre Ernestina acha que também seria conveniente e oportuno, a Ordem dos Médicos inquirir o hospital para saber as razões pelas quais a Administração Hospitalar recusou o tratamento a uma médica que presta serviço no Centro de Saúde … alegando que não havia dinheiro para pagar o respectivo tratamento…. Ernestina não queria acreditar quando lhe disseram qual tinha sido a posição… negando o tratamento que uma profissional do próprio Serviço Regional de Saúde necessita …e que independentemente de ter ou não recursos próprios para o tratamento, …. tem tanto direito aos cuidados médicos como qualquer outra cidadã….
Meus queridos! Hoje é Dia Mundial do Ambiente, mas como calha em Domingo do Divino, os pensamentos estão mais nas sopas do Espírito Santo do que na defesa do Planeta, que se tornou o grande negócio do nosso tempo, gerador de muitos interesses e de muitos poderes também. Sempre gostei muito daquela frase cujo autor desconheço mas admiro e que diz que em vez de estarmos sempre a pensar que Planeta vamos deixar para os nossos filhos e netos, devíamos pensar mais em que filhos e netos vamos deixar a este Planeta… porque, de muitas formas e maneiras o que se vê por aí é uma onda de contradições que começa mesmo à nossa porta. Ainda um dia destes uma ferrenha activista contra o herbicida que chamam de glifosato, estava desesperada a protestar contra as ervas que cresciam frente à sua casa… como se qualquer outro método de monda, seja térmica ou por água salgada, pudesse ser frequente e eficaz como o outro… É que, ricos, sol na eira e água nas couves hoje nem serve para ditado de almanaque… ou seja, todos são defensores do ambiente, desde que não lhes mexa nos hábitos e costumes…
Ricos! No passado dia 31 de Maio foi o Dia do Pescador. Eu nem sabia da efeméride pois sempre me guiei pelo Dia do Santinho do Mar de que a minha prima Isabelinha de Rabo de Peixe é muito devota, ou então o Dia do Irró, que a minha prima Maria da Vila venera todos os anos. Mas logo por coincidência, este ano que no dia do Pescador apeteceu-me comprar uns chicharrinhos para o almoço com umas batatas cozidas e uns inhames que a minha comadre das Furnas me mandou… os ditos cujos custavam apenas 8 euros o quilo…, isto é preço que em poucas semanas passou do oito para o oitenta …. e claro que ficaram lá porque o pilim da reforma não estica… Só gostava de saber daqueles oito euros, quanto coube aos pescadores que apanharam os ditos cujos…, porque por todo o lado se ouve queixas de que não ganham quase nada, uma vez pela braveza do mar,… outra pelos baixos preços na lota, ou ainda pelas fugas à lota,… mas à mesa do consumidor, o peixe tornou-se uma iguaria quase comparada ao caviar da Rússia… só acessível a uma minoria e mesmo aquele que era a fartura do pobre hoje não se pode comprar… Eu tenho é saudades dos tempos em que os preços eram regulados e as margens estudadas e fiscalizadas. Hoje, em nome das liberalizações, os resultados estão aí… mas uma coisa é certa: os pescadores continuam a ser o elo mais fraco… que se juntam aos consumidores…. e por isso, para eles o meu ternurento beijinho e que São Pedro Gonçalves os ampare!
Meus queridos! Mesmo não sendo mulher de me meter em políticas, segui com atenção alguns dos momentos do Congresso Rosa que na Horta, se reuniu em pleno fim-de-semana da Senhora das Angústias, o que com certeza não passou de mera coincidência… Tenho de dizer que gostei de algumas intervenções mais voltadas para o futuro do que para continuar a disfarçar culpas ou lavar passados. E gostei de ver o meu querido ex-Presidente Vasco Cordeiro reafirmar várias vezes que “o PS está de volta” o que parece que ainda muitos militantes, alguns com responsabilidades na situação, ainda não entenderam. Basta ler na imprensa local alguma prosa desContente que vai aparecendo em que o veneno suplanta a lógica e o ressabiamento tem raias de atrevimento e masoquismo mal disfarçado. Dá mesmo a impressão que houve quem não tivesse ido ao Congresso… e se foi, ou não ouviu ou não quis mesmo perceber que assim não vão lá, porque quem semeia ventos…. Não colhe rosas certamente…
Ricos! Desde há muito tempo que sabemos que a sociedade que está aí, fruto das redes sociais e do individualismo cada vez maior, não augura nada de bom e até já mete medo estarmos em alguns lugares. E o pior é que mesmo no meio de pessoas que dizem estar a celebrar festa e a conviver, há quem não consiga o mínimo de educação e civismo… Ainda esta semana, em plena festa do Divino, bem por aqui na Ilha do Arcanjo, quando todos se divertiam comendo uma bela carne guisada ao som de boa música, alguém pára o seu popó no recinto da festa, quase entre as mesas, e quando … alguém da família do mordomo chamou à atenção,… o dito cujo não esteve com meias medidas e disse que parava ali as vezes que quisesse, porque não tinha visto edital nenhum da Câmara a proibir o trânsito… E pronto, lá ficou o tempo que quis e ainda teve o descaramento de comer e beber… Só foi pena que não tivesse havido coragem para o pôr dali para fora, nem que fosse a toque de caixa ou a toque da polícia! Passa fora com tal selvajaria… É a sociedade que cresce por aí…. sem deveres e com a barriga inchada de direitos…
Meus queridos! Já não é a primeira vez que falo nisso nos meus recadinhos, mas, como se dizia antigamente, água mole em pedra dura… tanto bate até que fura… Quando a gente vai a um hospital, a uma clínica ou a um consultório, gosta de ser tratado, ou tratada, pelo seu nome… Mas a moda é: “Senhora Maria, para cá, Senhor Manuel ou senhor José para lá… Não custa nada usar o primeiro e último nome das pessoas e até, em caso de internamentos, perguntar à pessoa como gosta de ser tratada… É que é muito esquisito ouvir chamar, senhor José… ou Maria e meia dúzia de pessoas pensarem se será com eles ou elas… A humanização começa por aí, pela forma como as pessoas são chamadas… E não custa nada. Juro que a mim, se me chamarem senhora Maria, nem volto a cabeça…