Luís Carlos Couto, Director Regional do Desporto

Balanço positivo da participação açoriana nos Jogos das Ilhas

Que balanço faz da participação açoriana nos Jogos das Ilhas que decorreram nas Ilhas Baleares?
Em duas palavras, “muito positiva”. E muito positiva porque o formato da competição permite que nos possamos “medir” enquanto valor desportivo com outras Regiões, igualmente, arquipelágicas com uma variabilidade geográfica, demográfica, cultural e desportiva muito acentuada, o que resulta em experiencia competitiva de elevado valor.
Se tivéssemos a garantia de que em todas as edições dos Jogos das Ilhas o nível competitivo do evento seria igual ao de 2022 não hesitaria, e assinaria por baixo uma proposta para que a Região Autónoma dos Açores estivesse sempre presente naquele quadro competitivo.
E este é de facto o “problema” dos Jogos das Ilhas. Algumas Regiões têm um baixo compromisso com a iniciativa e, como tal, ou não se fazem representar, ou abdicam da participação muito em cima da competição, o que pode provocar uma janela de oportunidade para a promoção da capacidade competitiva dos nossos praticantes qualitativamente mais fraca.
Tudo faremos para junto do COJI tentarmos aumentar o compromisso de todas as Regiões para que todo o planeamento, preparação e participação tenha como resultado final uma acentuada melhoria no nível de resposta aos desafios dados pela competição.
Em que medida os Jogos das Ilhas são um aferidor da qualidade do trabalho desenvolvido nas diversas regiões?
Quando tens oportunidade de competir com um leque de Regiões onde incluis as Baleares, Maiorca, Menorca, Ibiza (Elvissa), Canárias, Córsega, Ísquia (Ischia), Guiana Francesa, Madeira, Malta, Martinica e Sicília, com uma comitiva constituída no total por uma centena de elementos, dos quais 77 atletas, obviamente ficas com indicadores do teu nível de desenvolvimento desportivo e isso, quando corre bem, é um claro sintoma de desenvolvimento e de afirmação da Região.
Os bons resultados desportivos não são a coisa mais importante do Mundo, longe disso, mas não podem deixar de ser considerados como um fator de desenvolvimento de um povo e de uma Região, numa perspetiva de elevada performance desportiva e na construção de uma sociedade mais ativa, saudável e cooperante na construção de um sentimento Regional a coberto da bandeira que nos une.

Os Jogos das Ilhas continuam a satisfazer os ideais que levaram à sua criação?
Foram os meus primeiros Jogos das Ilhas, mas diria que sim, sem prejuízo de ter a opinião convicta de que o modelo precisa de mudança e operacionalizaria essa mudança, como já disse atrás, com compromisso.
Se todas as Regiões envolvidas nos Jogos das Ilhas perceberem que aquele momento pode ser altamente influenciador na criação de praticantes desportivos de elevado nível, se o processo de preparação e participação na competição for feito com os melhores de cada um, se o nível organizativo conseguir manter uma qualidade que permita competir dando o máximo para se superar a si e ao adversário temos, naquela organização, um ótimo instrumento para fazer o debut na participação competitiva internacional dos nossos jovens atletas.
Não se nasce a saber competir internacionalmente. Ouvir na pista ao lado ou no outro meio campo uma língua que não é a nossa. Sentir que podemos ser iguais ou melhores do que o adversário que, na circunstância, defrontamos. Subir ao pódio ladeado por bandeiras diferentes. Olhar para a bancada e não ver o pai ou a mãe. Tudo isto requer aprendizagem, vivência e proximidade.
Entendo que os Jogos das Ilhas podem ser um óptimo primeiro degrau para um patamar competitivo internacional que se deseja.
                                                           
DI/CA

 

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Autor: CA

Categorias: Desporto

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