1- O país está doente e a doença vem de longe, sem que se tenha encontrado cura para tamanho mal que atormenta a sociedade, sobretudo os que trabalham sol a sol, que são os mais massacrados com o aumento do custo de vida.
2- O Banco de Portugal revelou que a dívida das famílias, das empresas e do Estado subiu no mês de Abril para 782 500 milhões de euros. De acordo com os números indicados pelo BP, de Fevereiro a Abril deste ano o endividamento do sector público cresceu em 4.400 milhões de euros, passando a dívida desse sector para 355 000 milhões de euros.
3- No mesmo período, o endividamento do sector privado (empresas privadas e particulares) aumentou em 700 milhões de euros, elevando o total da dívida desse sector para 432 600 milhões de euros.
4- De acordo com a informação do BP, as empresas privadas recorreram ao exterior para obter o crédito dos 300 milhões de euros que influíram no acréscimo da dívida, enquanto os 400 milhões de euros de endividamento dos particulares (famílias) que perfazem o aumento dos 700 milhões de dívida que compõem o sector privado, foi com recurso “exclusivamente junto do sector financeiro”. Feitas as contas, o endividamento das empresas privadas, cresceu 4,4%, enquanto o dos particulares no período em análise, foi de 3,9%.
5- Daí o facto de Portugal continuar doente, vivendo da propaganda política que todos os dias é lançada no mercado, mas sem se conhecer os benefícios de medidas anunciadas dia sim, dia não, quando continua a saga da crise no Serviço Nacional de Saúde, são os danos causados aos cidadãos e às empresas pela Segurança Social que desde 2019 já contam com 10.000 queixas sobre dívidas que não existem, devoluções que não são feitas e penhoras ilegais, isso para não falar na perseguição que é feita pela AT, onde o Governo paga acréscimos aos funcionários sobre as cobranças coercivas que são decretadas, quando as empresas nem sequer receberam dos clientes o IVA que têm de pagar nas datas impostas.
6- É agora a quebra de autoridade do Primeiro–ministro António Costa pelo Ministro Pedro Nuno Santos, que é um dos delfins candidatos à sua sucessão no PS, devido à decisão tomada sobre o aeroporto do Montijo.
7- O Ministro não foi demitido, e o Primeiro-ministro sai bastante chamuscado dessa contenda, acrescida das culpas que lhe foram imputadas pelo Presidente da República ao ter-lhe atribuído toda a responsabilidade no caso.
8- Porém, o Presidente da República na Conferência sobre o Mar, deu uma machadada no regime, ao instar os jovens a não acreditarem nos políticos e tomarem eles o encargo de fazer a mudança. Este golpe poderá ser um aviso indirecto aos partidos para avançarem nas reformas que a sociedade, o país e as autonomias precisam, mas que têm de ser realistas, competentes e reformadoras.
9- Neste fim-de-semana abre-se um novo ciclo no PSD que é o maior partido da oposição, um partido que deve regressar à matriz Social-democrata e renovar o compromisso como patrocinador das Autonomias para com senso, diálogo e oposição responsável consiga conquistar o eleitorado que está arredado da política, quando ele é tão necessário para ser agente activo na reforma do regime.
10- O Presidente do PSD/A apresentou propostas que passam pela responsabilização do Estado por sectores fundamentais, com incidência nos custos da mobilidade, da saúde, da educação e na revisão da Lei das Finanças Regionais para corrigir o garrote que resultou de alterações impostas no tempo da Troika.
11- A criação de um círculo próprio para o Parlamento Europeu e a gestão das zonas marítimas, assim como a organização judiciária específica, foram matérias apresentadas no caderno de encargos para futuro.
12- As propostas contêm matéria consensual, mas impõe-se um entendimento entre os vários partidos na Região, sobretudo com o Partido Socialista, para que, depois de um compromisso regional, se inicie o diálogo nacional que deve haver entre o PS e o PSD, assim como dos demais partidos com representação nos parlamentos.
13- O tempo é de convergência no essencial para alinhavar o futuro.