5 de julho de 2022

Opinião

República das bananas

O que eu vi, e ouvi na televisão, tanto por parte do Ministro das Infraestruturas Pedro Nuno Santos, como ao Primeiro Ministro António Costa, foi de bradar aos céus. 
Todos tivemos a oportunidade de observar quão porca é a política. Quão baixos são os sentimentos de verdade e verticalidade  por parte de alguns governantes, bem como quão desorganizada está a maioria socialista do governo português.
Isto para já não falar da vergonha que Portugal passa perante uma Europa, provavelmente atónita, com tal procedimento ministerial.
Entretanto, nos últimos dias, o caos parece ter-se instalado no Aeroporto Humberto Delgado em Lisboa, com milhares de pessoas com voos cancelados, por culpa, dizem eles, das greves de várias companhias aéreas um pouco por toda a parte.
Como uma desgraça nunca vem só, o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, parece ter contribuído para a instalação do caos.
Por outro lado e como todos sabemos, temos tido problemas demasiadamente graves no sector da saúde, com hospitais a fechar urgências obstetras, pediátricas e outras, porque o governo não se entende com os clínicos do Serviço Nacional de Saúde quanto à satisfação das reivindicações, mais do que justas diria eu, apresentadas pelos clínicos daqueles serviços. 
Porém, a Ministra da Saúde continua no cargo e, ao que parece, com mais força. 
As greves no sector público têm sido mais do que muitas prejudicando, e de que maneira, a produtividade do país que é, tão só, dos últimos da Europa a 27, tendo sido ultrapassado pelos últimos países a entrar para o chamado “clube dos ricos”.
Neste particular faço notar aos menos atentos que, as greves, são “cirurgicamente” aplicadas de modo a que impeçam as populações de chegar aos seus trabalhos a tempo e a horas. Todavia sempre de acordo com os “furos” existentes nos contratos colectivos de trabalho, para que os grevistas não tenham grandes prejuízos salariais.
Tudo isto acontece porque a legislação produzida na Assembleia da República é, propositadamente, demasiado complicada para que o cidadão comum, por si só e sem assistência jurídica, reclame os seus direitos constitucionais tais como o direito à saúde e o direito ao trabalho.
Mas, adentro portas, também não estamos a “navegar” em mar de rosas. Isto porque os governos de cá têm-se mostrado atentos veneradores e obrigados ao que se faz no rectângulo, copiando o que lá se faz.
No campo da saúde, apesar de, em meu entender, haver dois titulares para esta pasta, as listas de espera, tanto para consultas como para actos clínicos diversos continuam a aumentar e só agora se fala em contratar mais profissionais. Apetece - me dizer que tarde é o que nunca chega.
Em termos de “escandaleira” o Bloco de Esquerda, confundindo o seu alvo de agora, com aquilo que o seu militante Robles (?) fez enquanto vereador (?) na Câmara de Lisboa que, beneficiando da sua posição comprou uns prédios, salvo erro pertencentes à Câmara de Lisboa,  por poucos milhares de euros, tendo vendido por milhões após beneficiações. Ora isto valeu-lhe a saída da Câmara.
No caso presente, o Subsecretário da Presidência Pedro Faria e Castro, afirmou ter procedido de acordo com a lei, submetendo ao Tribunal Constitucional a sua relação de bens, tendo disponibilizado a sua quota aos outros sócios da empresa, para além de ter pedido a sua suspensão enquanto sócio antes de ter tomado posse como governante.
Quando se traz a público uma acusação desta natureza, temos de demonstrar os fundamentos da acusação porque é a honorabilidade da pessoa que está em causa. Por outro lado, o facto de ser deputado não lhe confere o direito de acusar só por ser da oposição. 
Se não vivêssemos numa república das bananas situações destas não aconteceriam.
Mas é o que temos!

Carlos Rezendes Cabral

P.S. Texto escrito pela antiga grafia
3JULHO2022 

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Categorias: Opinião

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