Empresa aeroespacial anuncia nos Açores a ida do primeiro astronauta português ao espaço

O anúncio do primeiro astronauta português, pela Blue Origin, a empresa aeroespacial de Jeff Bezos, foi a grande surpresa do terceiro e último dia da GLEX Summit.
“Este anúncio exclusivo confirma a importância da GLEX Summit como agregadora da indústria espacial. É uma enorme honra que a empresa de Jeff Bezos, Blue Origin, tenha permitido dar esta notícia, em primeira mão, nos Açores, um dia depois de também a NASA ter escolhido a GLEX Summit para anunciar que vai aterrar no planeta Vénus, em Junho de 2031. Não podíamos estar mais orgulhosos”, sublinha Manuel Vaz, fundador da Expanding World e coorganizador da GLEX Summit.
O primeiro astronauta português, cuja identidade ainda não pode ser revelada, vai integrar a próxima missão da Blue Origin, embarcando a bordo da nave espacial New Shepard, desenvolvida pela empresa aeroespacial de Jeff Bezos, fundada com o objectivo de tornar as viagens espaciais mais frequentes e mais acessíveis, por meio de sistemas de lançamento reutilizáveis.
O astronauta português fará parte da tripulação da sexta missão espacial da New Shepard, uma nave espacial que recebeu o nome do astronauta Alan Shepard, da missão Mercury, como homenagem ao seu legado como o primeiro americano a chegar ao Espaço, em 5 de Maio de 1961.
A estrutura da nave espacial New Shepard assenta num foguete e numa cápsula, ambos reutilizáveis.
Cada voo especial tem uma duração média de cerca de 11 minutos, levando os astronautas acima da linha de Kármán, a 100 km de altitude, que é considerada a fronteira do espaço pelas autoridades internacionais. A partir do momento em que alcançam a microgravidade, os astronautas ficam “sem peso”, no espaço suborbital, durante cerca de três minutos.
O plano de voo prevê que o foguete pouse verticalmente instantes depois do lançamento. Já a cápsula da tripulação está programada para descer com recurso a paraquedas, chegando à Terra escassos minutos depois do propulsor.
Em função das missões anteriores, é suposto que o primeiro astronauta português receba, pelo menos, cerca de 14 horas de treino e formação.
Na edição deste ano, que teve como palco os Açores, com maior concentração na ilha de São Miguel, participaram mais de meia centena de oradores de 14 países, entre cientistas e exploradores.
O programa incluiu mais de 40 painéis de apresentação, divididos por quatro temáticas principais: Oceanos; Exploração Espacial; Conservação da Natureza e Alterações Climáticas; e as actuais e futuras Grandes Expedições do nosso tempo.
Em jeito de balanço, Manuel Vaz explica que esta GLEX Summit “foi mais um encontro único e irrepetível com algumas das mentes mais brilhantes e inspiradoras do nosso planeta, mas também com os principais players da exploração e investigação mundial. Seria sempre difícil realizar este evento em qualquer lugar do mundo, mas conseguir fazê-lo aqui, nos Açores, é algo que me deixa particularmente feliz e orgulhoso, como organizador, mas também como português”.
No encerramento da sessão, o Ministro da Economia de Portugal, António Costa Silva, citado em nota à imprensa, destacou a importância deste encontro para o futuro do planeta.
“A GLEX Summit é um evento fantástico e que deixa uma onda de entusiasmo e paixão para o futuro. É uma grande plataforma para partilhar histórias, aventuras, experiências, mas também conhecimento e novas visões para o futuro. Por ser um evento que voa acima da geopolítica, é urgente que mais plataformas como a GLEX Summit possam surgir para ajudar a resolver os problemas que enfrentamos neste mundo difícil”.
Depois já ter estado presente em Lisboa, na abertura da GLEX Ignition Summit, o Ministro da Economia fez também questão de marcar presença no encerramento do evento nos Açores, onde recuperou a ideia de ligar a investigação dos Oceanos ao Espaço: “Por serem um local importante na investigação dos oceanos e pela localização estratégica do futuro Space Port em Santa Maria, os Açores são talvez um dos melhores locais no mundo para concretizar esta ligação entre os Oceanos e o Espaço”, afirmou, conforme refere o documento.
Com um painel preenchido pela nova geração de exploradores apoiado pelo programa Explorers50, o terceiro dia percorreu várias temáticas, desde a inclusividade no Espaço à protecção da vida selvagem e à revolução no DNA, mas sempre com a defesa do planeta como denominador comum.

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Autor: CA

Categorias: Regional

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