Meus Queridos! Tal como tinha dito na semana passada, nos meus recadinhos desta semana certamente que a minha Prima Maria da Praia me haveria de dizer como é que ela seguiu o 25ª Congresso do PSD/A que se realizou em Ponta Delgada. Maria da Praia diz que a reunião magna dos sociais-democratas teve o condão de juntar várias gerações de militantes, muitos deles que tiveram altas responsabilidades no Partido. Diz ela que José Manuel Bolieiro se afirmou como líder do partido e da coligação que governa a Região e isso mesmo foi prova das declarações de Artur Lima e Paulo Estêvão no final do Congresso. O Presidente honorário do PSD/A João Bosco Mota Amaral dispôs-se participar activamente no Congresso, onde estiveram vários dos antigos presidentes, alguns deles agora membros do Governo Regional, incitando os responsáveis partidários a estarem junto do povo, ouvindo-o e informando-o. Maria da Praia diz que Bolieiro conseguiu que o novo Presidente nacional do partido Luís Montenegro assumisse publicamente para futuro, alguns importantes compromissos com a Região. A minha prima Maria da Praia diz que vai estar atenta para saber se o PSD ao assumir tais compromissos com a Região, na hora certa irá cumpri-los… Além disso, Maria da Praia espera agora que depois do Congresso, a Vice-presidente Mónica Seidi consiga unir o partido na Ilha de Jesus que tem estado sem Presidente da Comissão Politica da Terceira desde que Costa Neves “abandonou” o barco por falta de unidade…
Meus queridos! Na hora em que entrego estes meus recadinhos ao simpatiquérrimo Director do jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, ainda não sei como correu o dito festival promovido em escala nunca vista e que pela febre dos bilhetes vendidos levou milhares de pessoas às Sete Cidades. A minha prima Marquinhas, que lá mora, é que me vai contar depois como foi passar este fim-de-semana, com o reboliço desusado dos popós e das pessoas… que vão ao espectáculo mais aguardado do Verão em São Miguel… Só espero que depois do encerramento pelas 11 horas, os festivaleiros não pensem que todo o mundo é seu e ponham-se a gritar e a fazer estragos nas flores que ornamentam a frente das casas… A minha sobrinha neta diz que a logística que está desenhada… se funcionar bem, poderá ser uma boa imagem para o comportamento dos forasteiros que assentaram arraiais Sexta e Sábado na jóia que é a freguesia das Sete Cidades... A minha prima Mariquinhas diz que não basta só andarem por aí a apregoar que é preciso salvar o planeta…. O que é preciso é fazer por isso, começando por quem se diz amigo do Ambiente… É que de boas intenções está o inferno cheio!
Ricos! E já que estou a falar de festivais e festas de todas as cores e feitios que se espalham por essas ilhas abaixo e por essas noites adentro, quero aqui dar razão ao meu querido padre José Paulo Machado, Director do centenário jornal A Crença, pela forma como questionou o que vai acontecer com as chamadas festas paroquiais da maioria das nossas freguesias, que estão a ser simplesmente engolidas pela onda lançada pelos promotores de festivais, a nova indústria da moda que muitos ainda teimam em chamar de cultura, quando, na sua maioria são entretenimento e, pior: pimbalhada importada a peso de ouro. Realmente o desabafo do Director José Paulo Machado tem toda a razão de ser e há que repensar o que pode escapar ainda das nossas festas de freguesia que estão a ficar desertas e com cada vez menos gente para colaborar, sabendo-se que, para além da tradição e das velhas devoções, nas festas residia uma das formas mais sustentáveis de ajudar as finanças paroquiais que, em muitos lugares, andam pelas ruas da amargura e os responsáveis até já penam para pagar luz e água das igrejas e suas valências. É a bíblica verdade das vacas magras, porque a engorda se faz noutros pastos…
Ricos: Há um Presidente de Junta de Freguesia que tudo faz para ser uma referência dentro e fora da sua freguesia e, vai daí, resolveu dar exemplo para ajudar o planeta a respirar melhor… Assim o novo ecologista deixa agora em casa o seu pópó e vai de bicicleta para a Regedoria, dando antes umas voltinhas até ao largo da Igreja para o seu povo o ver a pedalar…. Como se sabe, é apregoado aos quatro cantos pelos especialistas do ambiente, que os automóveis são principais responsáveis pela emissão de CO2 na atmosfera,… esquecendo os aviões, os navios de carga e os cruzeiros… porque isso era meterem-se com gigantes, e o melhor é ficarem-se pela indústria automóvel, que deve ser o elo mais fraco da cadeia de mobilidade. Voltando à opção do meu rico Presidente de Junta pela bicicleta como transporte, o dito autarca pretende combater com o seu exemplo o sedentarismo e incentivar a prática de exercícios físicos, como persistentemente recomendam os médicos. A minha comadre Genoveva disse-me que o que faz falta na freguesia é um ginásio devidamente apetrechado para fazer os tais exercícios físicos, e acrescenta que sendo essa uma função dos empresários privados, o Presidente da Junta pode ajudar a candidatar tal projecto aos apoios do PRR… Já tentaram perscrutar quem é esse Presidente, mas dou uma ajudinha, oferecendo uma laranja a quem conseguir adivinhar quem é o autarca e da minha parte…. Genoveva diz que por si, vá ir à praça comprar uma posta de atum fresco ou um boca - negra para confeccionar a refeição e, assim, evitar as filas deste fim-de-semana na freguesia para irem saborear o caldo de peixe que vai concorrer com o festival nas Sete Cidades.
Meus queridos! Contrariamente ao que alguns vão apregoando, a onda de vandalismo por aqui não pára de crescer e a solução não pode passar só pela meritória mas insuficiente tarefa de emparedar portas, janelas e alpendres de edifícios abandonados, porque isto apenas faz com que os ditos cujos mudem de lugar. A questão é bem mais profunda e passa por aquilo que os políticos não querem, que é mudar a lei e criar um sistema com pulso mais forte e com autoridade mais visível e respeitada. Sim, ricos, porque nada está seguro. Que o diga o meu querido Presidente da Fajã de Baixo que ainda esta semana viu em pleno coração da freguesia uma carrinha da Junta de Freguesia, com os pneus simplesmente traçados à faca, ou navalha e completamente inaproveitáveis. Luís dos Anjos ficou pior que estragado e é nesses momentos que apetece desistir. O seu desabafo nas redes sociais e com os amigos, segundo me disse a minha sobrinha neta, é que não entende se aquilo é simples vandalismo ou alguma forma de vingança. Mas o que é certo é que as coisas estão mesmo a descambar e há muita gente que assobia para o ar e finge que não vê…
Ricos! A minha amiga Jéssica telefonou-me, e na conversa contou-me que na capital do rectângulo tudo se apronta para o regresso da Feira do Livro, que vai decorrer entre 25 de Agosto e 11 de Setembro no Parque Eduardo VII, este ano ao mesmo tempo que a mesma Feira na cidade Invicta. Como açoriana de quatro costados que aproveita sempre para ver e visitar os pavilhões açorianos, perguntou ela a alguém da organização quantos pavilhões dos Açores iria haver e ficou banzada com a resposta que lhe deram que, ao contrário dos últimos anos, desta vez não haveria presença da Direcção Regional dos Assuntos Culturais… Procurou ela saber os motivos e descobriu que a desculpa tinha sido “a situação actual e motivos logísticos”, mas que para o ano de certeza que os Açores voltariam e estar presentes. A minha sobrinha-neta quando soube disso, pensou logo que os tais motivos logísticos devem estar relacionados com a mudança da data da feira, de Maio para Agosto e seria por isso muito mau mexer com as férias do pessoal. Só pode!
Meus queridos! Como já disse aqui nos meus recadinhos, a Igreja do Carmo, na cidade da Horta, que é o maior templo de Portugal dedicado à Virgem do Carmelo, inaugurou na passada semana o seu novo órgão adquirido por generosidade de alguns beneméritos e que teve festa rija e concerto pelo organista da Sé Patriarcal da capital do reino. Quem estava feliz era o reitor Marco Luciano, Director do Museu ali instalado. E não posso deixar de mandar um ternurento beijinho ao meu querido e antigo político José António Martins Goulart, mecenas daquela iniciativa, e que no final da celebração festiva e na presença de monsenhor Saldanha que veio do vaticano para o efeito, viu serem homenageadas sua avó e sua mãe, Esther Branco e Maria Ester, que em vida foram Irmãs Carmelitas Terceiras e cujos nomes ficam perpetuados em placa na entrada do templo-museu. Uma bonita homenagem!
Ricos! E já que estou a falar em homenagens, também não posso deixar de contar nestes meus recadinhos o quanto gostei de ver lá para os lados dos Fenais da Luz, em mais uma edição do grande festival de bandas, criado pelo meu querido e sempre activo Victor Almeida e que este ano prestou um justíssima homenagem ao grande compositor, furnense de gema, Benjamim Rodrigues, cuja marcha “Tierra Nuestra” – grande peça de música – foi interpretada em apoteose, pelas nove bandas participantes, em uníssono, num inesquecível momento para quem esteve presente. Aqui está uma forma belíssima de reavivar memórias e perpetuar nomes que não podem ser esquecidos. Um ternurento beijinho para a organização e também para o neto do homenageado, Luís Miguel Rodrigues Martins, que lá esteve e fez as “honras da família”… Quando se sabe respeitar o passado, a música é outra!