Correio dos Açores - Que balanço faz do Festival Caldo de Peixe que se realizou no passado fim-de-semana?
Ruben Farias (Presidente da Direcção do Clube Naval de Rabo de Peixe) - O balanço da edição deste ano é extremamente positivo, quer pelo número de visitantes que tivemos, quer pela forma como conseguimos produzir e providenciar mais de 5.000 caldos, bem como milhares de tapas, hambúrgueres e wraps de cavala, afirmando o Festival como o maior evento gastronómico exclusivamente com peixe no arquipélago dos Açores. Por fim, registo a cada vez maior frequência de visitantes nacionais e estrangeiros, o que em muito contribui para a valorização do turismo dos Açores através da gastronomia.
Considera que superou as expectativas?
Como evento gastronómico que é, superou largamente as expectativas. Tendo em conta que estava a decorrer um mega-evento no mesmo fim-de-semana, não estávamos à espera da enchente que se verificou. No entanto, os nossos visitantes puderam degustar gastronomia de excelência, com tradição e inovação, num cenário único, nomeadamente no maior porto de pescas da Região, na zona de trabalho dos pescadores e com uma iluminação extraordinária. A zona da animação também registou uma participação muito boa.
Quantas pessoas passaram por lá?
Apesar de estarmos a ultimar as contas, no Festival do Caldo de Peixe passaram mais de 2.000 pessoas e venderam-se mais de 5.000 caldos. Na zona da animação, foram vendidos mais de 2.000 ingressos, pelo que no total marcaram presença do Festival do Caldo de Peixe mais de 4.000 pessoas.
Qual o impacto do Caldo de Peixe para a freguesia?
O evento é organizado pela recém-criada cooperativa AQUA (Clube Naval, Associação de Pescas e Futurismo) e, à semelhança de todos os eventos que a AQUA se propõe a dinamizar, a sustentabilidade, nos três vectores de atuação – social, económico e ambiental – constitui-se como uma de nossas preocupações. Na dimensão social, potenciamos o sentimento de pertença de uma comunidade, muitas vezes fustigada nos media pelos piores motivos, ao mostrarmos ao mundo que sabemos receber as pessoas em Rabo de Peixe e que conseguimos organizar grandes eventos. Ainda na dimensão social, o staff da organização é composto por 50/50 de género, promovendo assim a igualdade de género. Na dimensão económica, o Festival tem como objectivo promover espécies de baixo valor comercial, bem como tem impacto na economia local pelos produtos consumidos, bem como à oportunidade que cria a comunidade de vendedores ambulantes locais. Na dimensão social, abolimos por completo a utilização dos plásticos não reutilizáveis.
Por tudo isso, contribuímos para a valorização cultural de Rabo de Peixe e, em especial, para a valorização da comunidade piscatória de Rabo de Peixe.
Como funciona a organização do Festival Caldo de Peixe? Quantas pessoas envolve?
A organização do evento é da responsabilidade da AQUA e é um misto de voluntariado e profissionalismo. Existem vários serviços que estão ao cuidado de empresas especializadas e, na dimensão gastronómica, contamos com o apoio de profissionais da área, porém a grande maioria são voluntários. Nesta edição, a equipa que levou a cabo o evento era composta por 65 elementos e se contabilizarmos as equipas de segurança, comunicação, som, luzes e logística éramos cerca de 100 pessoas.
Carlota Pimentel *