“O Rei dos Pregos”, na Avenida Infante Dom Henrique, n.º 97, não é só um restaurante, mas é também um local onde se pode degustar outras iguarias imperdíveis, tais como tapas e petiscos. Isto claro, acompanhados de cervejas, vinhos e uma panóplia de sumos.
Este local de comida típica e petiscos locais tem tido a preferência de inúmeros turistas, que não perdem a oportunidade de experimentar, por exemplo, o prego especial em bolo lêvedo. “Temos pregos com pesos que variam entre as 100 e as 150 gramas, no pão, no bolo lêvedo ou no prato, surgindo ainda os bifes, que são maiores, tipo naco, com cerca de 150 gramas”, começou por dizer Luís Almeida.
Segundo o seu proprietário, de 48 anos de idade, “os pregos são acompanhados com arroz, batata frita e ovo estrelado, com molhos variados”, onde os sabores da carne são exponenciados. Surgem assim os molhos à portuguesa, à regional, de mostarda, de pimentas ou de cogumelos.
Outros pratos estão também no topo das preferências dos clientes. “As asinhas de frango e as francesinhas têm muita saída e há quem diga mesmo que as nossas francesinhas são das melhores que se fazem na ilha”, relevou.
Aumento de preços na calha
Com o aumento do custo dos bens alimentares, o nosso entrevistado não vai, por enquanto, aumentar os preços da ementa, mas não acredita que não seja obrigado a isso. “Não é algo que me agrade, mas quando tudo fica mais caro, acabamos por não ter outra solução”.
Ao nível de petiscos ou snacks, delicie-se com umas moelas, morcela com ananás, lapas grelhadas, ovos mexidos com alheira, iscas de fígado, pão de milho frito com pé de torresmo, inhame com atum ou inhame com molho de vilão e muitos outros pratos.
“Os nossos principais clientes, neste momento, são os estrangeiros, onde a maior publicidade é o marketing de boca a boca”, o melhor e mais antigo método de divulgação e fidelização. “Já os clientes locais ficam surpreendidos, dizem que isto está escondido e não conheciam”.
“O nome da empresa foi criado em 2018, a nova imagem do espaço surgiu no ano seguinte e por incrível que pareça as mesas ficaram prontas no dia 13 de Fevereiro, três dias depois da Autoridade de Saúde ter mandado encerrar os estabelecimentos comerciais, por causa do início da Pandemia da Covid-19, em 2020”. O design do interior do restaurante foi assim sendo “composto por fases, porque não é fácil e foi preciso fazer as coisas devagar e de forma segura”.
Em plena pandemia, Luís Almeida não parou e foi nessa altura que a esplanada e as escadas ficaram terminadas. “Não havia nada para fazer e em vez de ficar em casa a pensar nas contas que tinham de ser pagas vinha para aqui trabalhar”.
Falta de pessoal
Para além do Restaurante “O Rei dos Pregos”, o empresário Luís Almeida gere o “Coriscada Bar”, na Rua Doutor José Bruno Tavares Carreiro, assim como um outro na Rua dos Mercadores, fechado ainda por falta de pessoal. Isto acontece, “porque quase ninguém quer trabalhar na restauração, porque recebem apoio do Governo e se receberem 400 Euros, fazem um part-time e dizem que ganham mais do que estivessem a trabalhar”, lamenta.
“Com várias propostas no Centro de Emprego, ao fim de três meses mandaram-me uma pessoa que ficou, mas mandaram-me outra que não quis e preferiu desistir da inscrição no centro de emprego e foi encerrada a candidatura porque tinha demasiado tempo e não havia pessoal interessado”, acrescenta.
“Aliás, neste momento o ‘Coriscada Bar’ está a fechar ao fim-de-semana, porque não há pessoal para trabalhar”.
Decoração à maneira
Para quem não sabe, Luís Almeida é natural de Lisboa, mas já cá vive há 10 anos, sentindo-se assim, assumidamente “mais um micaelense e açoriano”. Também por este motivo, o Restaurante “O Rei dos Pregos” foi decorado com madeira dos Açores, saltando à vista peças decorativas em criptoméria assim como outros objectos que o nosso interlocutor foi arranjando, tais como uma colecção de máquinas fotográficas, panelas, relógios antigos, um barco feito com palitos de fósforos, uma canastra antiga, tudo para não deixar ninguém indiferente.
Deste modo, e à entrada do restaurante podemos observar que a decoração foi pensada para cativar a admiração dos mais atentos, como panelas do passado entre outros admiráveis petrechos.
Actualmente, no Restaurante “O Rei dos Pregos” são seis os colaboradores, que trabalham de à segunda-feira e à quinta-feira, das 12h00 às 15 horas e das 19 horas às 23h00. Sexta-feira, das 12h00 às 16 horas e das 19 horas às 23h00. Sábado e domingo, das 12h30 às 16h30 e das 18h00 às 23 horas. Terça-feira e quarta-feira são dias de descanso semanal.
Em termos de perspectivas para o futuro, e sem pessoal para trabalhar, Luís Almeida gostava de poder dizer que são boas, mas não consegue. “Trabalhamos e fazemos pelo dia-a-dia, contudo temos muitas limitações. Com mais pessoas fazíamos mais e melhor, assim trabalhamos no limite, porque se um colaborador falhar, falhamos todos”.
E como um mal nunca vem só, há ainda uma situação caricata. “De Verão não há ninguém para trabalhar, de Inverno toda a gente anda aí a pedir trabalho, mas não temos clientes para pagar os colaboradores e assim muito difícil uma empresa crescer, precisamente por causa disto”.
Marco Sousa *