Venda de cocktails de abacaxi vai ‘de vento em popa’ e empresário admite abrir novos postos noutros locais da ilha de São Miguel

Encontra-se desde o início do mês de Junho e junto da Igreja Matriz de Ponta Delgada, um negócio que aposta na venda de cocktails de abacaxi. Pedro Aboím, de 40 anos de idade, é um dos três sócios da Az Cocktails e explica-nos como surgiu esta ideia.
“Sou de Lisboa, mas venho cá regularmente há muitos anos (…) existe uma outra empresa que é dos mesmos sócios e com o mesmo conceito em Lisboa. Vim cá em Fevereiro e achei que faria todo o sentido fazer algo do género, um pouco uma réplica do que fazemos em Lisboa”, afirma antes de admitir que “seria ouro sobre azul” trabalhar com o ananás regional ao invés do abacaxi.    
“O preço, a produção, o próprio tamanho e considero que não haveria produção para aquilo, que felizmente, estamos a conseguir vender neste momento. Mas prende-se essencialmente com o preço e teria de vender um cocktail ao dobro do preço. Isso era impraticável”, refere.
 Pedro Aboím lembra, após ter percebido o potencial deste negócio, os passos que foram dados até à abertura deste ponto de venda.
“Achei que faria todo o sentido e então falei com a Câmara Municipal para perceber o que seria preciso. Eles acharam que seria de facto uma grande ideia, gostaram muito e foi algo muito rápido”, destaca.
O empresário conta que o ponto de venda em Ponta Delgada (existe um outro junto à Praia de Santa Bárbara, na Ribeira Grande) foi um sucesso praticamente desde a sua abertura
“Estávamos obviamente com algum receio para perceber se iria dar ou não porque a escala é menor do que no continente. Correu muito bem, tínhamos 15 caixas e vendemos tudo em 2 horas e meia. Mal estávamos a montar a bicicleta as pessoas começaram a aproximar-se”, realça.
Tendo nos turistas a sua maior fatia de clientes, Pedro Aboím afirma que “surpreendentemente há muitos locais com curiosidade e que também compram. Acham imensa piada e perguntam-me no Instagram onde vamos estar ou até que horas estamos abertos”.
Utilizando uma bicicleta, a banca para além de estar “junto à Matriz, vai também à Marginal ou ao Campo de São Francisco”.
Pedro Aboím revela que “vendemos em média à volta de 20 caixas por dia, sendo que cada caixa tem 7 abacaxis” e explica que produtos estão disponíveis nestes pontos de venda.
“Temos o cocktail com álcool a 12 euros e, dada a situação do ananás, fiz questão de ter algum produto local e fiz uma parceria com a “Mulher do Capote” que é onde compro todo o rum. Na Ribeira Grande também temos sumo de laranja”, salienta.
Outro aspecto destacado por este empresário prende-se com o facto de todos os trabalhadores serem residentes na ilha de São Miguel.
“Fizemos questão disso como forma de fomentar também o emprego. Isto tem de ser um pouco à base de rotação porque este é um trabalho desgastante e em que a pessoa está sempre em pé. Há uma base de 12 ou 13 pessoas no total que fazem a rotação e estão 2 ou 3 pessoas na bicicleta por dia. Tentamos estender o horário até ao máximo possível e a ideia é abrir logo de manhã e ficar até às 23h (…) Na Ribeira Grande fechamos um pouco mais cedo, quando o pessoal sai da praia por volta das 20h ou 20h30”, afirma.
Para além dos elogios deixados às autarquias de Ponta Delgada e Ribeira Grande, pela celeridade com que aprovaram as licenças, este empresário destaca também o bom trabalho desenvolvido pelos seus fornecedores; a Frutaria São Miguel e a Liderfrutas.
O empresário considera que “era importante existir este tipo de oferta” e até admite, num futuro próximo, “fazer algo com o maracujá”. Para além disso, Pedro Aboím coloca igualmente a hipótese de “abrir mais postos de venda já que a ilha tem mais locais com potencial”.
“Este é um ano de iniciação, que está a correr bem e o objectivo é cimentar a operação. Para o ano há essa possibilidade de ir para outros locais na ilha”, sublinha antes de aventar que isso até poderá acontecer através de uma aposta num “outro conceito” de negócio.
“A intenção é cimentar esta ideia e está em aberto a criação de um novo conceito completamente diferente, criando um espaço que seja apelativo e agradável, eventualmente na restauração ou nalguma outra oportunidade que surja”, destaca.
Pedro Aboím confirma, a terminar, a intenção de manter esta operação na ilha de São Miguel.
“Acho que este é um mercado com muito potencial e gostava, obviamente, que não fosse destruído com a massificação do turismo que tem de ser controlada como tudo”, afirma.     
                                            

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