Carlos Afonso é um dos nomes mais conhecidos na animação nocturna nos Açores

“Os meus temas são tocados um pouco pelo mundo, tal como da Alemanha (...) ao México”

 Correio dos Açores - É dos nomes sonantes quando se fala de animação nocturna. Quando se lança na produção musical?
Carlos Afonso - A animação musical já vem de longa data, no entanto, lancei-me na produção musical de música electrónica, no ano de 2017.

Qual foi o primeiro trabalho como produtor musical?
O meu primeiro trabalho como produtor, chama-se de “Namaste” e foi lançado pela editora portuguesa Technobuse Records, que contou com mais 2 remixes.

O que usa para a produção (software e hardware)?
Não uso muita coisa para produzir, porque acho que “menos é mais”. O meu software de produção, já é muito intuitivo. Comecei com o Fruity Loops, mas depois mudei para o Ableton Live + Vsts externos, um pequeno teclado midi, uns monitores de home studio caseiros e muita imaginação.

Porque decide frequentar o curso intensivo do Ableton Live?
Decidi frequentar o curso de Ableton, porque estava na hora de subir mais um degrau como Dj profisional e hoje em dia com o complemento de ser DJ produtor, o saber é muito mais enriquecido. Temos que ir evoluindo e diversificar o nosso percurso musical.

Onde os seus temas são tocados?
Os meus temas são tocados um pouco pelo mundo, tal como na, Alemanha, Bélgica, Inglaterra, França, México, ou seja, o meu target é mais a Europa e toda e América Latina. Com as novas tecnologias o mundo fica de facto mais acessível e em qualquer parte pode-se ouvir a minha música.

Quem dá apoio nas músicas?
Normalmente, são os Djs que recebem das editoras as minhas músicas e costumo ter feedbacks muito bons e positivos. Para ser mais relevante, o meu último e recente EP, teve o apoio do conhecido Mauro Picotto.

Que editoras têm lançado os seus temas?
Já lancei em mais de 14 editoras, um pouco por todo o mundo. Menciono aqui algumas que dou mais importância, como a Minar Records do Cyberx, a Less is More do Diego Miranda, a editora Francesa do Cev’s Reverso Music e a Maintain Replay Records, do Pedro Pires.

Que plataformas de música online se pode encontrar os seus temas?
Podem encontrar todos os meus trabalhos, em quase todas as lojas online de música electronica, inclusive no Spotify, Youtube, Apple Music e também agora como novidade e como forma de combater a pirataria, decidi criar uma pagina no Bandcamp, para chegar a outro tipo de clientes, visto o preço das musicas, estarem em low cost.

É o Dj mais antigo de Portugal no activo. Como tem conseguido resistir todo este tempo no mundo da música electrónica?
Boa pergunta! É uma paixão que tenho de há muitos anos, posso até dizer, que me casei com a música.
Comecei com os meus tenros 14 anos e até aos dias de hoje tenho sempre acompanhado a evolução, para não me sentir desactualizado.
Ouvir Dj sets, ver alguns festivais de artistas que eu sigo e recomendo, ir a alguns concertos, é uma forma de ter ate agora resistido a esta arte de bem estar, pois o conhecimento, não ocupa lugar.
Dj ou produtor, qual a maior paixão?
Pessoalmente gosto mais de tocar como DJ, mas está-me a dar um gozo enorme a parte da produção, porque reparo que tenho mais destaque.

O que usa atualmente para tocar?
Praticamente o setup standart da Pioneer em eventos maiores e em pequenos eventos, vou mais confortavel e toco via digital. (PC + Traktor + Machine + X1)

A quem deve agradecer por este trabalho duro na vida de Dj?
Uiii, a lista por acaso é curta, apesar de conhecer todos os djs da velha guarda, mas destaco aqui o Hugo Carreiras, por todo o apoio que me tem dado e ajudado a desenvolver o meu talento.

Enquanto DJ como acompanha os novos ritmos musicais?
Através dos festivais de Verão, via streaming, acompanho os meus Dj favoritos, e passo para o papel o tipo de música que andam a tocar. A música muda todos os anos na altura do WMC Miami.

Que recordações mais marcantes tem da animação nocturna dos anos 80?
Muitas, principalmente o rock e os slow que todos as pessoas esperavam pelo meio da noite, para estar mais agarradinho e a forma de se conheceram na dança. Não me esqueço também que todas as discotecas tinham a sua abertura de pista, coisa que hoje em dia já pouco ou nada se vê.

Ao longo da carreira, o gosto musical foi evoluindo. Quais os géneros de música com que mais se identifica?
Actualmente identifico-me com uma linha mais House e Tech house, passando por ritmos europeus, com bons vocais e sonoridades progressivas.

Quais as referências em termos dos teus trabalhos?
Uso muitas das vezes, para minha inspiração, os djs e produtores; Carl Cox, Dj Vibe, Dr kucho, John Summit, Eric Prydz, Moloko, Paul Kalkbrenner, Portishead, entre mais alguns da mesma linhagem.
 
Onde vai buscar a inspiração para a produção musical?
Muitas delas à nossa linda natureza, ao mar, e através da meditação, que é outro hóbi que tenho.

Tem sido fácil o trabalho de produção nos Açores?
Infelizmente não, porque as empresas de espectáculos não dão reconhecimento aos artistas da terra, dai ter-me vincado noutras regiões e países.

A animação de um espaço nocturno é muito diferente do passado?
Sim, muito diferente porque os djs hoje em dia não são humildes, nem querem aprender com os mais antigos, devido a facilidade hoje em dia, de comprar um PC e um controlador.

Qual o feedback dos artistas internacionais ao seu trabalho?  
A lista é longa. Deixo essa parte, para irem acompanhando nas minhas redes sociais,

Quando pensa terminar a carreira?
Por acaso ainda não pensei nisso, mas espero que não seja para breve.
                                 
                             

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