D. António de Sousa Braga, bispo emérito de Angra, faleceu ontem em Lisboa, aos 81 anos de idade, informou a Congregação dos Sacerdotes de Jesus (Dehonianos), a que pertencia, em comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
O Prelado açoriano faleceu na clínica onde fazia tratamentos diários, na sequência de uma paragem cardio-respiratória.
A Diocese de Angra refere, ao anunciar o falecimento, que D. António de Sousa Braga “se encontrava doente há já algum tempo”.
António de Sousa Braga nasceu a 15 de março de 1941, na freguesia de Santo Espírito, ilha de Santa Maria, nos Açores, o quinto de 10 irmãos; terminada a escola primária, frequentou o 1.º e 2.º ciclos liceais de então no Colégio Missionário Sagrado Coração, no Funchal, e o 3.º no Instituto Missionário Sagrado Coração, em Coimbra, iniciando depois do tempo e noviciado, em Aveiro.
De 1962 a 1964, frequentaria o curso de filosofia em Monza e, após um estágio de vida religiosa em Portugal, frequentou, de 1966 a 1970, o curso de teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana.
A 17 de Maio de 1970, dia de Pentecostes, no contexto das celebrações dos seus 50 anos de ordenação sacerdotal, o Papa São Paulo VI ordenou 278 presbíteros originários de todos os continentes: entre eles o diácono dehoniano da já então Província Portuguesa dos Sacerdotes do Coração de Jesus, António de Sousa Braga.
Após ter colaborado na formação de jovens religiosos, no Seminário Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, foi eleito Superior Provincial dos Sacerdotes do Coração de Jesus em 1976, quando tinha 35 anos, por dois mandatos.
A partir de 1983, o trabalho do padre Braga passa pela formação e a paróquia em Alfragide até ser nomeado conselheiro no governo geral dos dehonianos, em maio de 1991
A 9 de Abril de 1996, o Papa São João Paulo II chamou-o ao episcopado, nomeando-o 38.º bispo de Angra, nos Açores, onde foi ordenado bispo no dia 30 de Junho de 1996, na Sé de Angra, por D. Aurélio, a quem sucedia.
D. António de Sousa Braga foi bispo de Angra até 15 de Março de 2016, quando, completados os 75 anos de idade.
O Papa Francisco aceitaria o seu pedido de resignação, sucedendo-lhe no cargo Dom João Lavrador, desde 29 de Novembro de 2015, bispo coadjutor com direito de sucessão.
Após a sua resignação, D. António de Sousa Braga quis voltar aos Sacerdotes do Coração de Jesus, ao Seminário de Nossa Senhora de Fátima, em Alfragide, onde foi formador e superior da comunidade.
Ontem, até à hora em que encerramos esta edição, ainda não estava disponível informação sobre a hora do funeral, nem sobre como vão ser as exéquias fúnebres.“A diocese de Angra, nos seus presbíteros, diáconos, religiosos e religiosas e leigos, marcaram certamente a vida episcopal do Senhor Dom António, mas também é verdade que permanecem, e certamente continuarão por muito tempo, as marcas da sua invulgar personalidade que muito nos engrandece”, afirmou D. João Lavrador nos 50 anos de ordenação sacerdotal de D. António. O actual bispo de Viana do Castelo já reagiu à morte do seu antecessor.
Diocese consternada
Consternação e gratidão são porventura as duas palavras mais ouvidas na recolha de reacções à morte de D. António de Sousa Braga, 38º Bispo de Angra e atual bispo emérito, que ocorreu ontem à tarde, em Lisboa,
“Em meu nome pessoal e em nome da diocese quero expressar a consternação e a tristeza pelo falecimento do Senhor D. António” disse , instado pelo Sítio Igreja Açores o Administrador Diocesano, cónego Hélder Fonseca Mendes, numa primeira reação emocionada quando comunicou a informação do falecimento do prelado com quem tinha uma relação pessoal próxima.
“Neste momento apenas podemos expressar a nossa gratidão pelo que este homem fez por esta igreja local… a sua dedicação e compromisso; o amor com que viveu nesta diocese” acrescentou ainda o sacerdote que foi Vigário-Geral escolhido por D. António de Sousa Braga.
Também o decano do Colégio de Consultores, Monsenhor José Constância, lamentou a morte do bispo de quem foi colaborador próximo durante 20 anos, como vigário episcopal, ouvidor ou responsável por vários serviços diocesanos. “Em primeiro lugar é um momento de muita tristeza. Foi um pai e um amigo para todos nós padres e para a nossa diocese” afirmou ao Igreja Açores, monsenhor José Constância que recordou que foi com o prelado mariense que se “iniciou a programação pastoral pré- sinodal, embora na altura não se falasse assim disso”.
O “Correio dos Açores”, na pessoa do seu Director, Américo Natalino Viveiros, apresenta à Diocese Açoriana, à Congregação Dehoniana e à família de D. António Sousa Braga, as mais sentidas condolências.