As exéquias fúnebres do bispo emérito D. António de Sousa Braga são repartidas entre Alfragide (Lisboa) e Santo Espírito (Santa Maria). O corpo será sepultado em Santo Espírito onde está o jazigo da família do sacerdote.
Os sinos de todas as igrejas dos Açores dobraram ontem com os nove sinais próprios de um Bispo, “como expressão da dor do Colégio de Consultores, do Cabido, do presbitério , dos religiosos e dos fiéis leigos” pelo falecimento do bispo emérito.
O velório de D. António de Sousa Braga, que faleceu na sequência de uma paragem cardio-respiratória, decorreu na capela do Seminário em Alfragide, e ontem, terça-feira, foi celebrada uma missa exequial para a congregação religiosa a que o bispo emérito de Angra pertencia, os Sacerdotes do Coração de Jesus.
Esta quarta feira, às 16h00, será celebrada uma missa exequial na igreja paroquial de Alfragide, presidida pelo presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. José Ornelas (confrade de D. António Braga) com os fiéis, padres e bispos de Portugal, paróquia onde D. António de Sousa Braga residia e foi pároco até ser nomeado Bispo de Angra.
O sítio da Igreja Açores adianta que na Quinta-feira à tarde está prevista a viagem com destino à ilha de Santa Maria, onde decorrerá a celebração diocesana, sendo sepultado no Cemitério de Santo Espírito. Esta última estação carece de confirmação, uma vez que depende da disponibilidade de transporte, segundo informa a nota do cónego Hélder Fonseca Mendes.
“Foi com grande consternação que participamos, através da página noticiosa oficial da Diocese de Angra, a morte do nosso querido Bispo Emérito de Angra, Dom António de Sousa Braga” afirma o sacerdote implorando “a Deus o seu eterno descanso, aos ombros do Bom Pastor, por intercessão de Nossa Senhora da Purificação, nossa mãe e rainha”.
“Apresentamos as nossas condolências à família de Sousa Braga, à Província portuguesa da Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus e a todos os diocesanos” conclui o sacerdote que foi vigário geral do episcopado de D. António de Sousa Braga, durante mais de uma década.
O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores, Luís Garcia, manifestou também pesar pela morte do bispo emérito de Angra alegando que deixa um legado de “proximidade, humildade e simplicidade”.
“Foi com muita tristeza que recebi a notícia do falecimento do nosso bispo emérito”, afirmou o presidente da Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores, citado em nota de imprensa.
Luís Garcia sublinhou que António de Sousa Braga “deixa uma marca e um legado de serviço, de proximidade, humildade e simplicidade”, que “deve servir de exemplo e inspiração”.
O presidente da Assembleia Legislativa dos Açores deixou, em seu nome e em nome do parlamento açoriano, “as mais sinceras condolências e solidariedade” à família e à congregação do bispo emérito e à Diocese de Angra.
Recorde-se que em 2016, a Assembleia Legislativa e o Governo Regional dos Açores atribuíram a Insígnia Autonómica de Reconhecimento ao bispo emérito de Angra, “pelo seu serviço e entrega à comunidade”.
Também o Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, lamentou o falecimento de D. António de Sousa Braga, evocando a “ligação muito próxima” entre o bispo açoriano e “o povo de todas as ilhas” do arquipélago.
“O seu desaparecimento deixa a Igreja mais empobrecida e também os Açores”, sublinha José Manuel Bolieiro, que deixa condolências à família, aos próximos, e a todos os que privaram com o bispo numa nota publicada no sítio da internet do Governo Regional.
Nascido a 15 de Março de 1941, na freguesia de Santo Espírito, ilha de Santa Maria, frequentou o curso de Filosofia em Monza (Itália) de 1962 a 1964 e o curso de Teologia na Pontifícia Universidade Gregoriana de 1966 a 1970. Foi ordenado padre pelo papa Paulo VI, em Roma, em 1970, tendo iniciado um percurso nas casas de formação dos Dehonianos, onde foi superior provincial e conselheiro geral até ser nomeado bispo de Angra.
António de Sousa Braga, que se encontrava doente há já algum tempo, foi o 38.º Bispo de Angra, nomeado a 9 de Abril de 1996. Foi bispo de Angra até 15 de Março de 2016.