3 de setembro de 2022

Do Meu Olhar

O tempo volta para traz!


1. SAÚDE . O país regressou de banhos mas não são boas as notícias da reentrada dos políticos em funções governativas , desde logo com uma ministra demissionária de uma área fundamental do governo de Costa que teimou em mantê-la no seu governo demasiado tempo. Fico atemorizado com o editorial do Diretor do Expresso, João Vieira Pereira, cujo título é  “  A DESGOVERNAÇÃO TORNOU-SE ENDÉMICA “, onde até se desconfia  “ da incapacidade do primeiro-ministro perceber que estamos sentados em cima de uma  bomba prestes a explodir e cujo rastilho dá pelo nome de inflação “. A crise na Saúde terá rebentado com a falta de médicos mas essencialmente com a incapacidade de gestão e de organização dos Hospitais e Centros de Saúde, num país com grandes e competentes profissionais, sejam eles médicos ou enfermeiros ou até outros técnicos de diagnóstico e onde hospitais de referência, como o São João do Porto, bem poderiam servir de exemplo na conduta diária de uma Unidade de Saúde complexa e de grande dimensão cujo funcionamento é exemplar ! Apesar da classe ser difícil e da complexidade do funcionamento do sector da Saúde, tem o Estado investido fortemente em equipamentos e na gestão dos Hospitais e de outras Unidades, mas continuam os queixumes dos utentes e a falta de resposta atempada e competente nalguns casos é de bradar aos céus e os AÇORES  não são exceção a esta situação ! Haverá muitos casos para rever e para resolver que os doentes bem merecem toda a atenção e todo o cuidado. Como  escreveu o conceituado médico, José Dias Pereira, este é um terreno “ em que os políticos consideram sempre tudo bem … “. E,  na verdade, não é bem assim ! 

2. INFLAÇÃO. Realmente a  bomba da inflação está por aí quando ela se aproxima dos dez por cento ! É na alimentação, nos combustíveis com a dança do sobe e desce, é a  eletricidade, o gaz e os outros consumíveis  e a guerra da UCRÂNIA  a pagar  muitas favas e a restauração que sem resposta adequada subiu os preços adequando-os ao fluxo turístico que nos invadiu este Verão! O pior é que os governos querem responder a esta crise com meia dúzia de  aspirinas e as dificuldades tendem a avolumar-se. As pensões mais baixas sobem uns tostões e a seguir mais uns cobres e a pobreza continua na rua da amargura, coisa que não se resolve com cabazes ! E depois já começam a soletrar barbaridades os cidadãos da classe média ou por aí  perto que vêem dia após dia as suas pensões a minguar e a inflação a subir ! Com este panorama como é que vai reagir esta gente cansada de ser bem amanhada ? 

3. INDIGÊNCIA. Li com interesse um trabalho sobre INDIGÊNCIA, que é um outro nome da POBREZA  porque é salutar também mudarmos as coisas , nem que seja  para ficar tudo na mesma!  Sobre o assunto, difícil e penoso, a Dra. Paula Andrade, que agora representa a Delegação das Assistentes Sociais, como agora são mais conhecidas, apontou três pilares que podem ser a solução para a erradicação da pobreza, o pior mal deste planeta e que são :  “  a situação HABITACIONAL , a questão do emprego ou de ocupação e também a SAÚDE .  Aqui estão referidas as soluções que os políticos tanto procuram e que tanto almejam para descargo de consciência mas que nunca tomam medidas políticas, duras, corajosas, frontais, com peso e medida, que se suportem em orçamentos realistas e cubram efetivamente as vultuosas despesas das referidas decisões. Sobre a habitação que trouxemos aqui a esta rubrica, em Fevereiro, uma boa notícia de um professor catedrático natural da Terceira , doutor Ornelas, que é o responsável por um projeto na área de Lisboa sobre a habitação a que chamaram  “ CASAS PRIMEIRO  “ e que tem sido um êxito, mas que nunca foi aplicado nos Açores . Nós por cá continuamos com os SEM ABRIGO tresmalhados por aí, os indigentes vagueando pelas ruas e canadas, os abandonados e esquecidos entregues ao pequeno subsídio e à sopa dos pobres ! Neste campo tanto existem sentimentos contraditórios com tantas Associações com nomes tão  criativos e bondosos que vivem à mesa do orçamento e que de resultados ninguém os sonha,  como falta coragem  para abrir a bolsa do Orçamento Regional e avançar com as equipas na rua , com acutilância e com determinação, com parcerias, persistência  e bom senso ! E a água de tanto bater haverá um dia que há-de furar ! 

Eduardo de Medeiros
  Logo no início de SETEMBRO 

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Categorias: Regional

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