IPMA prevê que Furacão Danielle não atravesse o arquipélago dos Açores

O Centro de Vigilância Meteorológica dos Açores do IPMA previa ontem em comunicado que o furacão Danielle, que se formou ao largo da Região, só deverá afectar a partir do início da próxima semana, “em especial as ilhas das Flores e Corvo (com uma probabilidade de 10% a 20%).
Adianta, contudo, que, “tendo em conta a distância geográfica e temporal a que o furacão se encontra, existe incerteza relativamente à sua trajectória e respectiva intensidade”.
Ontem à tarde o que era a tempestade tropical Danielle intensificou-se, tornando-se num furacão de categoria 1 na escala Saffir-Simpson.
O furacão encontrava-se a 1.425 kms a Oeste (W) dos Açores, mantendo-se aproximadamente na mesma zona geográfica devendo, no início da próxima semana, deslocar-se lentamente para nordeste (NE). Desta forma, e com os dados disponíveis até ao momento, ontem previa-se que o furacão não deverá atravessar o Arquipélago dos Açores, podendo, no entanto, a sua influência fazer-se sentir no estado do tempo a partir do início da próxima semana, em especial no Grupo Ocidental.

Os nomes das tempestades

Iniciou-se a 1 de Setembro de 2022 a nova época de nomeação de tempestades 2022-2023 no Atlântico Norte. A lista de nomes de A a Z já se encontra disponível e é válida desde este mês até 31 de Agosto de 2023.
Na passada temporada 2021-2022, o IPMA, enquanto serviço meteorológico nacional, deu o nome às depressões CÉLIA e EVELYN.
A depressão CÉLIA teve início a 13 de Março de 2022 e afectou sobretudo o Arquipélago da Madeira, entre os dias 13 a 15 daquele mês, com vento forte, aguaceiros fortes de granizo, trovoadas, queda de neve nos pontos mais altos da Ilha, temperatura mínima de 10°C no Funchal e ondulação até 8 m. Em Portugal Continental a passagem da depressão foi marcada pelo céu encoberto, por uma elevada concentração de poeiras do deserto nos dias 15, 16 e 17, com deposição à superfície e registos de fraca ou mesmo má qualidade do ar nalguns locais do país.
Foi igualmente nomeada pelo IPMA a depressão EVELYN, a 8  de Abril 2022, que afectou o Arquipélago dos Açores com vento forte (rajadas até 120 kms/h), precipitação forte, trovoada e agitação marítima (ondas até 7 metros).
É atribuído um nome a todas as depressões que originem um aviso de vento de nível laranja ou vermelho (a partir de 91kms/h) no sistema internacional de avisos meteorológicos (Meteoalarm). Assim, o primeiro país a emitir este aviso dá o nome à depressão, seguindo a lista, e informa os restantes países, que deverão manter o nome.
As depressões resultantes de ciclones tropicais conservam o nome atribuído inicialmente pelo National Hurricane Center (NHC) da NOAA.
Atribuir nome às depressões é um projecto conjunto dos serviços meteorológicos da Europa, que tem por objectivo alertar o público para situações meteorológicas de risco, promover a comunicação internacional e facilitar o estudo de situações meteorológicas à escala do continente.
 O IPMA pertence ao grupo sudoeste (SW) juntamente com os serviços meteorológicos de Espanha (AEMET), de França (Météo-France) e de  Bélgica (RMI) e Luxemburgo (MeteoLux). A presente lista foi feita seguindo um protocolo de coordenação a nível europeu e em estreita colaboração com o grupo oeste (W), que engloba os serviços meteorológicos de Inglaterra (MetOffice), da Irlanda (Met-Éireann) e da Holanda (KNMI
O IPMA ressalva para o facto de as depressões a que foi atribuído um nome, por originarem vento muito forte numa determinada região da Europa, poderá ter outros ou até nenhuns impactos sobre o território português.  Por outro lado, sendo a intensidade do vento o critério para dar o nome à depressão, é possível a ocorrência de tempestades às quais não foi atribuído nome, mas que podem ter associada precipitação, trovoada, queda de neve ou agitação marítima com um impacto significativo no nosso país e resultem na emissão de avisos meteorológicos.

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Autor: CA

Categorias: Regional

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