4 de setembro de 2022

Recados com amor...

Meus queridos! Telefonou-me a minha prima Maria da Vila esta semana, para me contar como foram as festas do Senhor da Pedra, mas acima de tudo para me dizer como estava contente com o anúncio feito pelo edil-mor Ricardo Rodrigues de que ia aplicar o pilim que veio sem ser esperado, do Orçamento de Estado, numa obra há muito desejada e que é o arranjo e asfaltamento do caminho lateral à escadaria da Senhora da Paz e que vai permitir a quem não consegue subir a escadaria possa aceder com dignidade à ermida e seus salões anexos para cumprir promessa, ou para simples passeio. Eu sei que a necessária revisão orçamental vai ter que passar pela Assembleia Municipal, onde Ricardo Rodrigues não tem a maioria, mas, diz a minha prima que tem a certeza que a pretensão da Câmara vai ser aprovada porque tratando-se de um dos dois principais ícones da velha capital, todos estão interessados na melhoria do seu acesso… A bem de idosos e pessoas de mobilidade reduzida… Vamos a ver se haverá bom senso da parte dos partidos políticos que têm maioria na Assembleia Municipal para aprovarem um projecto que importa a todos os vila-franquenses independentemente do Clube de futebol a que pertencem ou do partido em que militam!...

Ricos! Tinha jurado a mim mesma que não ia falar mais desta onda de tolices da ideologia do género e das “binarices” que agora estão na moda. Qualquer fundamentalismo é inimigo da inclusão e da igualdade. Aliás, hoje estamos num mundo em que em tudo se vê agressão e discriminação. Nem a Branca de Neve e os sete anões escapam… E coitada da Barbie que também tem os seus revisionistas. Mas a melhor foi a que li esta semana que há quem pretenda acabar com os baralhos de cartas tal como os conhecemos porque “não se concebe que um rei ou um valete valham mais que uma dama”… E por isso há que mudar e em vez de Dama, valete e Rei, deverá ser Bronze, Prata e Ouro… E mesmo aqui há que alterar a gramática porque estes metais não podem ser classificados como masculinos ou femininos, mas neutros… Ou seja, estamos bem amanhados… Depois de reescreverem a história, vão atacar a gramática… E é isto que temos!

Ricos! Há uns dias atrás e depois de já ter vários dias de voo ao serviço da empresa, foi baptizado o “novo” avião da SATA que recebeu o merecido nome do ilustre Açoreano “Vitorino Nemésio”. Depois dos soluços e solavancos que a companhia aérea tem passado, este foi um sinal de esperança quanto ao futuro, porque a SATA -Açores é uma instituição Insular de 80 anos, fundamental para ligar pelo ar, cada uma das nossas ilhas… Mas, ao ler as reportagens sobre a cerimónia inaugural, não posso esquecer as declarações do presidente do Grupo SATA, que disse com todas as letras que “um baptismo é sempre uma prova de vida…. Ora, uma prova de vida é a antítese de uma prova de morte”…. E por isso a minha comadre Jusberta, que foi em tempos quadro na empresa… Disse-me que não havia necessidade desse estribilho… Que é como dizer que voar é o contrário de estar pousado… A declaração não passou despercebida porque a minha prima Maria da Praia logo depois de ter lido o jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio… Telefonou-me a perguntar se a SATA- Açores estava a ressuscitar de uma morte sofrida desde há anos atrás…. É por esta e por outras que nos discursos oficiais, deve-se fugir dos gongorismos e poupar palavras… Coisa que deve ser tida como um mérito que merece ser cultivado!…

Meus queridos! Li com o mesmo interesse de sempre, no jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio, o belo artigo do meu querido Presidente emérito Mota Amaral, e que esta semana se intitulava “Música no Campo”, levando-nos numa viagem de memórias aos anos cinquenta e sessenta do século passado, quando o Campo de São Francisco era cheio de vida e música. E lembrei-me do desprezo a que aquele espaço está votado de tal forma que retirando-lhe os dias do Santo Cristo, o Sábado das Sopas do Divino, e a feira das árvores de Natal, mais nenhuma serventia tem que não seja ser pasto de droga e prostituição. E tudo ainda piorou depois dos milhões gastos numa requalificação que resultou em nada que se visse… Depois de ler o artigo de Mota Amaral apetece perguntar quem terá força e engenho para ressuscitar o Campo… Que bem merecia!

Ricos! A minha prima da Rua do Poço ficou contente com a notícia de que a ASTA manifestou interesse e pediu alvará para dar andamento às obras nas defuntas Galerias da Calheta. Mas a minha prima ficou com uma pulga atrás da orelha porque nunca mais se soube nada sobre o estudo que a anterior Secretária das Obras Públicas pediu à Ordem dos Arquitectos e, por mais que se pergunte, aos costumes todos dizem nada… E também o actual presidente Pedro Cabral prometeu que seria um projecto aberto e transparente e que o público ia ter acesso a ele. Agora é preciso saber os pormenores da coisa e se sempre se vai aproveitar esta obra para reperfilar a Rua Eng. José Cordeiro naquele canto com a Rua do Calhau e acesso à Rua do Negrão, porque espaço não falta e é agora ou nunca… E a minha prima ainda pergunta por que motivo não foi abaixo o mamarracho do lado poente que, por sinal até depende do Governo Regional… Em vez de embandeirarem em arco, antes há muitas perguntas para responder, diz a minha prima da Rua do Poço… Que espera que a Comissão de defesa da Calheta se ponha em campo para que se cumpra o que foi prometido!...

Ricos! E já que estou a falar da Calheta, pede-me a minha prima da Rua do Poço que eu aqui nos meus recadinhos alerte algum olheiro da Câmara para o placard que se encontra em frente da velha EDA e que é o número dois de uma série deles que fazem o roteiro de Domingos Rebelo pela cidade. Num dos lados do placard era suposto haver informação das actividades culturais da Câmara, mas isto foi chão que deu uvas e o que lá está há anos, é um cartaz convidando à adopção de animais… Mas coitadinho, de tanto tempo, os pobres cães e gato já estão tão verdes e descorados que mete dó… Não basta inventar e inaugurar coisas. É preciso mantê-las e dar-lhes vida… E se não conseguem, que tal concessionar?

Ricos! Soube pela comunicação feita pelo membro do Governo que lê os comunicados contendo as medidas aprovadas em Conselho do Governo, … Que havia sido aprovada uma Resolução que determina o apoio financeiro ao transporte aéreo dos animais de companhia doentes que precisem de se deslocar de uma Ilha para a outra para tratamento… Fala-se de animais de companhia e a minha Prima Maria da Praia supõe que além dos cães e dos gatos, terão também direito os papagaios, os periquitos, os pombos, as jibóias, porquinhos-da-índia, ou as gaivotas quando ficam intoxicadas com os excrementos que retiram dos aterros das lixeiras a céu aberto…. Maria da Praia não sabe se tal decisão não é um candilho da América para adocicar a boca a algum politico que pode valer o governo em caso de aflição… Mas, o que mais a intriga…. É colocar os animais de companhia lado a lado com os humanos… e até por vezes subalternizando o humano em benefício do animal…. Cá por mim gosto muito dos meus cães, mas atrevo-me a perguntar quais são as Ilhas que não possuem veterinário, e se elas existem… Então os Municípios onde isso acontece, devem requerer um apoio ao Governo para disporem de um veterinário como equipamento adequado para localmente tratar dos animais…. Tenham tino!

Ricos! Na passada semana quando fui ao jornal que tão generosamente me acolhe no seu seio para entregar os meus recadinhos ao seu simpatiquérrimo director, passei em algumas ruas da baixa e como era de manhã, o lixo da noite ainda lá estava e fiquei admirado com os montes de abacaxi postados no chão ao lado das pequenas papeleiras que não os cabem lá dentro e uma caterva deles no passeio da Avenida. Eu sei e admiro qualquer negócio, mesmo o mais original e tropical de imitação que seja… Mas quem o autoriza tem de colocar condições e meios de recolha dos resíduos. É que os ditos cujos são mesmo grandes e sujam mesmo, para além de serem chamariz para moscas e baratas…

Ricos! E já que falo de porcaria pelas ruas de cidades vilas e aldeias, a minha comadre Ernestina disse-me que por vários sítios por onde te viajado tem sabido que a recolha dos lixos e a limpeza das ruas com água é geralmente feita da meia noite até ao amanhecer, mas o que se vê por cá é limpar as ruas com um carro vassoura.

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Autor: CA

Categorias: Maria Corisca

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