PS “estranha” ausência do Governo no arranque do novo ano lectivo e alerta para falhas na implementação dos manuais digitais

No dia em que os estabelecimentos de ensino dos Açores voltaram a abrir portas para o novo ano escolar, o Partido Socialista teceu críticas ao facto de o Governo Regional e em particular da Secretária Regional da Educação e dos Assuntos Culturais, não se encontrarem na Região durante esta “importante data”.
“Achamos no mínimo estranho e pouco sensata essa decisão. Mas isso diz mais do Governo do que do próprio PS (…) É estranho que, pelo menos a Secretária da Educação não esteja na Região, a verificar que esteja tudo a correr conforme o planeado. É normal que haja perturbações, mas é para isso que existe um Governo”, sublinhou Carlos Silva.
Numa conferência de imprensa realizada em Ponta Delgada, o deputado socialista apontou “um conjunto de dúvidas, informações e problemas” detectados no arranque do novo ano lectivo.
Para além da “indefinição sobre o número de professores, sobretudo nas ilhas mais pequenas (Corvo, Flores, Santa Maria e Graciosa)”, Carlos Silva realçou as falhas encontradas na implementação dos manuais digitais. O socialista lembrou que o seu partido já “vinha alertando, desde Julho, o Governo para a necessidade de preparar atempadamente a utilização dos manuais digitais”.
“Existem escolas que não estão devidamente equipadas, em que a rede de wi-fi instalada é insuficiente e os manuais digitais ainda não estão disponíveis”, afirmou antes de destacar “alguns casos em que foram entregues manuais, mas não foi feito o download e outros casos em que os manuais não foram efectivamente entregues (…) Temos alguns casos em Ponta Delgada e também na Ribeira Grande. Estamos a falar de unidades escolares de alguma dimensão”.
Lembrando que no ano passado foram implementados alguns projectos-piloto, nomeadamente em São Miguel e na Terceira, Carlos Silva questionou porque razão não foi “apresentada às comunidades educativas uma avaliação ou informação sobre a forma como decorreram esses projectos”.
Por isso, o PS considera que “a implementação dos manuais digitais não foi um processo trabalhado com as escolas, não tem etapas sistematizadas e não foi participado por toda a comunidade escolar”.
Ainda sobre os manuais digitais, os socialistas referem que “em vez de um início de ano tranquilo, assistimos a uma desorganização total”.
“Isso é não só lamentável, como altamente condenável, pelas dificuldades e desconforto criado entre a classe docente, que tem de organizar e planificar as aprendizagens, como igualmente às crianças e aos jovens”, alerta-se.
Numa outra vertente, Carlos Silva “compreende” a existência de perturbações no início do ano lectivo mas lembra que a falta de assistentes operacionais “existe porque o Governo quis acabar com os programas ocupacionais. É um problema que resulta da acção directa do Governo Regional”.
O socialista admitiu ainda surpresa pelo facto da Secretaria Regional da Educação e dos Assuntos Culturais ter constituído recentemente a Comissão Coordenadora do PROSUCESSO.
“Ficamos surpreendidos com essa decisão, até porque o Governo tinha anunciado que iria substituir o PROSUCESSO pela tal Estratégia da Educação para a Década”, sublinhou, antes de acusar o Governo de ter sido “incapaz de desenhar uma estratégia diferente”.  Ainda relativamente ao PROSUCESSO “e a bem da transparência”, os socialistas endereçam algumas questões ao Governo, perguntado desde logo se as metas anteriormente estabelecidas se mantêm ou que taxas foram atingidas durante 2021/2022.
“Porque motivo se acabou com o acompanhamento científico da Parceria de Intervenção Comunitária e com o acompanhamento junto das escolas? Como se pretende aproximar a escola – família – comunidade, cumprindo o terceiro eixo do PROSUCESSO?”, foram outras das perguntas colocadas.
Por todos estes motivos, o PS conclui que “como tem sido recorrente, o Governo dos Açores e, particularmente, a senhora Secretária Regional da Educação e Assuntos Culturais não prestou atenção aos alertas e não preparou devidamente o início do ano lectivo”.
                                                 

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