Homem que esfaqueou companheira no pescoço em casa na Rua da Mãe de Deus começa hoje a ser julgado

Depois de ter sido adiado devido à greve dos guardas prisionais durante a semana passada, começa esta tarde no Tribunal de Ponta Delgada, o julgamento de um homem de 35 anos de idade, acusado dos crimes de homicídio qualificado na forma tentada e de violência doméstica.  O arguido, residente na cidade de Ponta Delgada, e actualmente a aguardar julgamento em prisão preventiva, terá utilizado uma navalha para desferir três golpes no pescoço da sua companheira de 31 anos, que conseguiu resistir aos ferimentos. Os factos ocorreram no dia 4 de Janeiro deste ano, numa casa situada na Rua de Mãe de Deus que, entretanto, até acabou por ser fechada pela Câmara Municipal de Ponta Delgada após várias denúncias e por ser um conhecido local de reunião e pernoita de consumidores de estupefacientes.
Na acusação do Ministério Público, a que o Correio dos Açores teve acesso, é referido que este homem de 35 anos, com antecedentes criminais por crimes de furto, roubo e tráfico de estupefacientes, era consumidor de drogas sintéticas antes do início da relação amorosa com a ofendida, situação que se manteve e até se terá agravado durante o período do relacionamento entre ambos.
Antes do dia em que ocorreram os factos, o arguido já vinha demonstrando ciúmes e acusava recorrentemente a mulher de 31 anos de manter relações sexuais com outros indivíduos. O Ministério Público refere mesmo que o arguido a terá ameaçado de morte e, no decorrer de uma discussão, se terá servido de uma chave de fendas para ferir a mulher, atingindo-a superficialmente no abdómen.      
Já posteriormente a este episódio, no dia 4 de Janeiro, a mulher dirigiu-se, pelas 5 horas da manhã, à habitação do arguido na Rua da Mãe de Deus, deparando-se com o homem a ingerir álcool e aparentemente embriagado. Após um período de discussão e de voltar a acusar a companheira de o estar a trair, está terá considerado que seria melhor terminarem o relacionamento. O homem não aceitou e terá impedido a ofendida de deixar a habitação. A mulher, sentindo-se ameaçada, agarrou numa navalha que se encontrava no interior da casa, supostamente utilizada para cortar droga, na tentativa de se conseguir dirigir até à porta de saída. Depois disso, o arguido terá, alegadamente, ido no encalço da companheira que, sentindo-se ameaçada, desferiu alguns golpes com a navalha ferindo o homem nas mãos e nos braços. Apesar disso, o arguido conseguiu tirar-lhe a arma das mãos e arrastou a mulher pelos cabelos de volta para o quarto. A ofendida voltou a insistir na fuga, conseguindo refugiar-se numa casa de banho, mas o homem, após ter arrombado a porta, socou-a e conseguiu voltar a trazê-la para o quarto.
Controlando a mulher, o arguido terá, de seguida, insultado verbalmente e ameaçado a ofendida, referindo que a iria golpear em várias zonas do corpo. Após as ameaças, o indivíduo concretizou os seus intentos e desferiu três golpes com a navalha no pescoço da vítima. O Ministério Público acredita que o objectivo do arguido era matar a mulher, facto que apenas não se concretizou por mero acaso, tendo em conta que os ferimentos não atingiram por muito pouco a jugular da vítima. Ferida, e após ter conseguido acalmar e convencido o homem a ir comprar tabaco, já pelas 10 horas, a mulher abandonou a habitação, dirigiu-se à PSP, onde apresentou queixa e foi, depois disso, conduzida ao Hospital do Divino Espírito Santo, onde acabou por ser socorrida.      
                                  

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