20 de setembro de 2022

Cinquenta anos de Democracia… Chega

 

Setembro, 15. Dia Internacional da Democracia. Glória aos ucranianos que estão a morrer para defenderem os seus valores.
Em boa verdade a 25 de Abril de 2024 não se irão comemorar cinquenta anos de democracia, mas só lá para 25 de Novembro de 2025.
O verdadeiro dia em que Portugal nasceu para a democracia.
Como tem vindo, nos últimos tempos, a enfatizar a terceira força politica com assento parlamentar em S. Bento, cujo nome é politicamente correcto não pronunciar para que não cresça mais e venha a ser a primeira. 
Durante os primeiros 19 de meses após o golpe militar, Portugal viveu sob o jugo totalitário do Comunismo.
Proclamam sem rebuço os arautos dum Portugal Primeiro, Grande Novamente e de Raça Lusa Pura.
Por isso advogam restaurar o dia 10 de Junho como o dia da Raça.
Igualmente, embora reconhecendo o simbolismo do 25 de Novembro, pretendem mudar radicalmente o Sistema Político, decorrente dessa data.
Assim como, elaborar uma nova Constituição que salvaguarde os valores de Deus, Pátria e Família.
Uma Nação de cidadãos bons contra os maus. 
São corruptos impunes. Vergonha! Vergonha!
Palavras fortes, proferidas em tons exaltados.
Chegou a hora de dar voz ao Povo. Nós somos a voz dos que não a têm.
Frases feitas, muito comuns nos anos trinta do século passado, quando um Homem Providencial emergia para salvar Portugal das garras dos comunistas.
Para problemas difíceis, soluções fáceis que todos entendem.
Novembro de 1975.Guerra civil contida. Três personalidades se destacaram.
Ficarão na história pelo feito conseguido, Costa Gomes, Álvaro Cunhal e Melo Antunes.
Nos anos vinte do presente século, Portugal volta a estar, a prazo, às portas dum conflito entre portugueses bons e trabalhadores e portugueses maus e mandriões que vivem de subsídios.
 Na sua génese está a tal organização política, cujo nome o bom senso generalizado aconselha a não ser divulgado, e o seu discurso contra os valores éticos e morais da Democracia, travado.
Mesmo que se trate da segunda figura do Estado Democrático, como o fez, ainda recentemente o actual Presidente do Parlamento Português.
Comentadores, jornalistas e políticos consideraram a intervenção um erro grave, que apenas beneficiou o infractor.
Assim crescem, ganham mais votos para além do quase meio milhar de portugueses que neles votaram.
Alguns cépticos de tais opiniões sempre vão afirmando.
Vejam lá, ainda não são poder e já amedrontam.
Não precisam de polícia política para fazer calar os opositores, os próprios voluntariamente se remetem ao silêncio.
O grande líder não hesita em purgar militantes que ousem discordar.
Os que sugerem a opção do silêncio defendem, ainda, o seguinte argumento.
Deixá-los continuar a afirmar barbaridades e outras enormidades próprios de regime totalitários.
Tal discurso odiento acabará por se voltar contra os próprios.
Ignorá-los, afirmam outros, não tem evitado os sucessivos sucessos eleitorais que têm vindo a ser registados, como são os exemplos da Le Pen em França, Örban na Hungria, Salvini em Itália ou Abascal na Espanha…
Ademais, têm constituído a 5.ª coluna na União Europeia, que Putin tem vindo a contar para levar a cabo a sua política de restauração do Império da Grande Mãe Russa.
A única via de os combater é debelar o mal que está na raiz do renascimento dos populismos parasitários, resolvendo os problemas das desigualdades.
Em Portugal, como ainda em Julho passado ameaçava o chefe de fila do “ódio ao outro”, na sequência do lastimável episódio entre o dito cujo e o Presidente do Parlamento em S. Bento, se este continuasse com a postura do admoestar:
“ …Isto ainda um dias destes acaba tudo à batatada…” 
Vernáculo figurado, mas que não deixa de esconder o “ar ameaçador” de convite à violência, com que está disposto a fazer politica “esticando a corda até ao limite”.
Correndo-se o risco de um dia extravasar e passar a fazer “mossas”.
Porque como diz o povo “a paciência tem limites”.
Essa “gente”, muitos originários doutras formações partidárias de direita quiçá não realizados, optam por parasitar à volta das vítimas da globalização rica, desenfreada, gananciosa e egoísta, em cujas gamelas também chafurdaram, enquanto o vento soprou de feição.
Parasitas e oportunistas dos infortúnios alheios.
Por isso mesmo, perigosos, desleais e nada confiáveis.
Conseguem defender teses e o seu contrário, sem pudor e descaramento.
Estudiosos deste fenómeno têm vindo a defender que “mais do que uma ideologia o populismo é uma estratégia, uma fórmula oportunista de manipulação de massas para chegar ao poder…”. 
Não restam dúvidas, “essa gente” para concretizar a agenda do programa político que os enforma, só via um regime autocrata.
Num país como Portugal esse programa é de mais fácil implantação, porque contam sempre com o apoio doutros poderes, como alguns sectores religiosos e económicos, se bem que de forma dissimulada e cínica.   Sobranceiramente e de sobrolho carregado, os auto suficientes com discurso híbrido, lá vão normalizando estes extremistas populistas, com palavras a um tempo criticas e subtilmente tolerantes. 

António Benjamim

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