Criada em 2021 com o intuito de desenvolver um espaço inclusivo de criação artística em Ponta Delgada, a Masmorra anuncia agora o lançamento de uma Open Call para residências artísticas nos Açores, sendo que a chamada para submissão de trabalhos estará aberta até à próxima Sexta-feira, dia 30 de Setembro.
Neste sentido, conforme adianta a informação enviada ao nosso jornal, a open call está aberta à participação de artistas individuais, quer a nível nacional como a nível internacional, que sejam residentes em Portugal, sendo esta iniciativa “exclusiva à comunidade LGBTQIAP+”.
Neste processo serão seleccionadas dez propostas de qualquer área de expressão artística, das quais cinco serão destinadas a artistas residentes na ilha de São Miguel, incentivando a criação artística local. Assim, todas as semanas, a Masmorra acolherá duas residências em simultâneo, “juntando artistas locais e não locais, promovendo a partilha de ideias e processos criativos mais amplos”.
A submissão destes trabalhos deve ser feita através do preenchimento de um formulário online, onde devem ser incluídas as seguintes informações: identificação da pessoa candidata e da sua cidade de residência; breve biografia; links para páginas ou plataformas online demonstrativos de trabalho artístico, identificação e breve descrição da proposta artística e objectivo, bem como a disponibilidade para integrar uma residência artística. Serão também aceites trabalhos em processo de desenvolvimento ou trabalhos já finalizados que pretendam ser repensados, adianta-se.
No apoio à selecção das propostas, informa a nota de imprensa, está o colectivo local de jovens artistas Atelineiras, um colectivo de cinco jovens artistas e estudantes residentes e naturais de São Miguel, bem como a performer e artista multidisciplinar Tita Maravilha.
A A(MAR) Açores Pela Diversidade, o primeiro centro de apoio à população LGBTQIAP+ nos Açores, apresenta-se como parceira desta iniciativa ao integrar a programação com a dinamização de conversas, “estabelecendo um vínculo com a comunidade local e abrindo espaço para a discussão e sensibilização com um público alargado”, adianta a mesma fonte.
Esta iniciativa é difundida através do apoio da Câmara Municipal de Ponta Delgada e da Direcção Regional da Cultura do Governo dos Açores, parceiros importantes para que este espaço inclusivo de criação artística possa “continuar a difundir a produção artística e o debate”, sendo esta iniciativa “um passo para um futuro em que a Masmorra se possa estabelecer de forma permanente na cidade, com programação regular”.
Se a necessidade de espaços inclusivos de criação artística nos Açores foi o motivo para o surgimento desta iniciativa, actualmente a Masmorra deseja potenciar a criação de espaços ‘queer’ na ilha, vinculando a experiência da arte com causas sociais e ambientais. Esta, conforme adianta a informação enviada ao nosso jornal, estabelece-se como um lugar para novos diálogos, evidenciando a necessidade específica em dar visibilidade a criações e produções artísticas ou artistas de diversas identidades de género e sexualidades não normativas. J.M