Dados recentemente tornados públicos pela Azores Airlines do primeiro semestre deste ano, citados pelo deputado do PS, Carlos Silva, “evidenciam um agravamento dos prejuízos de 36,6 para 47,7 milhões de euros, quando comparado com o primeiro semestre de 2021”.
Isto representa, segundo o deputado, “mais 8,1 milhões de euros de prejuízo, mais 20% de prejuízo”, dados que levam o PS a chamar de urgência o Presidente do Conselho de Administração do Grupo SATA, Luís Rodrigues, à Comissão Parlamentar de Economia.
Os socialistas querem também saber as razões para o encerramento dos serviços da SATA em New Bedford.
Este pedido urgente de audição pela Assembleia Legislativa Regional leva Luís Rodrigues a não querer prestar esclarecimentos aos jornalistas.
Mas o grupo empresarial já tinha tornou público um comunicado intitulado “Grupo SATA regista melhor 1º semestre de sempre em Receita e antecipa boa execução do Plano de Reestruturação em 2022”.
Neste comunicado lê-se que o Grupo SATA obteve no 1º semestre de 2022, receitas consolidadas de 107,9 milhões de Euros, um crescimento de 51,4 % em relação a igual período de 2021 e de 15,2% em relação a igual período de 2019. Este valor que passa a constituir “o melhor 1º semestre em termos de receita desde que há registos consolidados, assinala assim a recuperação do tráfego pós-pandemia, pilar da recuperação da actividade turística fundamental para a Região”.
“O número de passageiros transportados pelas companhias aéreas do Grupo SATA duplicou em relação ao 1º semestre de 2021 e ficou apenas 2,3% abaixo do primeiro semestre de 2019”.
A Azores Airlines obteve no período, receitas de 70,2 milhões de euros, um vigoroso crescimento de 115% em comparação com o mesmo período de 2021 e de 8,6% em comparação com o mesmo período de 2019.
Por seu lado, a SATA Air Açores registou receitas de 41,5 milhões de Euros, um crescimento de 2,2% versus 2021 e de 26% versus 2019. Em ambas as companhias aéreas o semestre de Janeiro a Junho de 2022 passou a ser o melhor 1º semestre em termos de receita dos últimos 10 anos. A SATA assinala, igualmente, a descida de custos operacionais unitários, excluindo o combustível. No período em causa, na Azores Airlines os custos operacionais desceram 31,4% e 10% em comparação com 2021 e 2019, respectivamente. Na SATA Air Açores desceram 18,4% e 5% na mesma comparação. Estes ganhos tendem a “aumentar à medida que a operação normaliza, as iniciativas de reestruturação se consolidam e os custos extraordinários de combate à pandemia desaparecem. Estas poupanças transversais ajudam a acomodar, embora apenas parcialmente, o brutal impacto da subida dos custos com combustível”, lê-se no comunicado
De facto, lê-se no comunicado da SATA, em sentido inverso, os custos com os combustíveis subiram 304% em relação a 2021 – o equivalente a mais 24,3 milhões de euros – essencialmente provocado pelo aumento de preços, consequência da crise internacional despoletada pela guerra na Ucrânia. Em relação a 2019, os Custos com Combustível subiram 75%, cerca de 13,9 milhões de euros.
Em consequência, os resultados operacionais antes de juros, impostos, depreciações e amortizações da SATA Azores Airlines, tradicionalmente negativo no 1º semestre, registou um valor de – 14,9 milhões de Euros, em linha com 2019 (após IFRS). A SATA Air Açores, registou um resultado operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações de 4,9 milhões de euros no período, substancialmente superior a 2019 que foi de 0,2 milhões de euros.
Entretanto, a Antena 1 Açores anunciava ontem que o passivo da SATA Internacional está agora próximo dos 600 milhões de euros e que em casa mês a SATA Internacional regista um agravamento do passivo na ordem dos 10 milhões de euros.