A cultura da bananeira ocupa uma área expressiva (100 hectares) na fileira das fruteiras cultivadas em São Miguel. As bananas são comercializadas na ilha e exportadas para as restantes ilhas da Região e parte da produção é colocada no mercado de Lisboa e Porto, revela um estudo da MUSAMI tornado público ontem.
Segundo o documento, a produção de banana em modo biológico (PMB) “é ainda muito limitada, mas bastante valorizada”.
Numa pequena exploração vocacionada para banana biológica, localizada na Ribeira das Tainhas, concelho de Vila Franca do Campo, montou-se, com o patrocínio da MUSAMI (Operações Municipais do Ambiente EIM, S.A.), em Outubro-Novembro de 2015 o presente ensaio, tomando em consideração a estrutura produtiva e os objectivos do proprietário e utilizando substrato orgânico da MUSAMI. Os resultados foram considerados positivos.
Os solos foram ao longo dos três primeiros anos caracterizados morfologicamente, amostrados e analisados, visando avaliar a variação do carbono total (Ct), dos nutrientes NPK, do pH e melhoria das características físico-químicas do solo (capacidade de troca catiónica (CTC) e bases de troca (BT) e físicas como a capacidade de retenção de água na condição de coeficiente de emurchecimento permanente e condutividade eléctrica (CE), variável associada ao excesso de sais.
A partição do carbono total em carbono humificado (Ch) e carbono particulado (Cp) também foi analisada. O comportamento da cultura foi acompanhado nos anos de 2016, 2017 e 2018 com registos biométricos, no 1º ano com frequência mensal e nos restantes uma a duas vezes ano, seguindo-se o registo do grau de satisfação do produtor face aos tratamentos implantados.
Os dados da produção exportada para o mercado continental, foram registados no período de 2016 a 2020, por parcelas, não por tratamentos, permitindo avaliar a variação da produção ao longo dos meses e anos, bem como o peso médio por cacho.
O objectivo do estudo é avaliar, por comparação com a fertilização mineral e orgânica recomendada para o modo de produção biológica, em primeiro lugar, a dinâmica do SO-MUSAMI no solo, através da quantificação da variação temporal do carbono e dos nutrientes NPK biodisponíveis no solo rizosférico e, em segundo lugar, o impacto na biometria da cultura e na produção.