Câmara Municipal da Lagoa promove tertúlia para defesa do património da Fábrica de Álcool da Lagoa

 A Câmara Municipal de Lagoa vai promover, no dia 18 de Novembro, com início pelas 21h15, uma tertúlia sob a temática «Gente simples, memórias de afecto. A voz operária da Fábrica do Álcool da Lagoa», da autoria de Marcelo Borges, no Cineteatro Lagoense Francisco d’Amaral Almeida.
A tertúlia tem por base o trabalho foto-documental e de investigação sobre a indústria do álcool no arquipélago dos Açores, com início em 2011, desenvolvido a título particular e isento de mecenato, com o propósito de preservar e elevar a história do período de vanguarda industrial, que levou à construção de cinco fábricas do género.
 Esta tertúlia será dedicada à unidade da Lagoa, sedeada na freguesia de Nossa Senhora do Rosário, edificada em 1882 e cuja actividade terminou em Setembro de 2021.  Os trabalhos de pesquisa bibliográfica e de informação, realizados por Marcelo Borges, têm sido desenvolvidos ao longo do tempo em arquivos públicos e privados, em complemento aos testemunhos registados. Algumas das imagens e documentos foram recolhidos junto dos arquivos da Câmara Municipal da Lagoa e da Biblioteca Municipal Tomaz Borba Vieira.

Unir os antigos operários da fábrica
com os defensores do património

 O momento de tertúlia será moderado por Marcelo Borges e contará com um painel de convidados, antigos operários de diferentes gerações, aos quais serão colocadas questões relacionadas com a sua experiência e as actividades, profissionais e recreativas que desenvolveram na unidade fabril durante o tempo que desempenharam as suas funções. A tertúlia contará, assim, com os testemunhos de Dinis Varão, Acácio Pimentel, Lauriano Reis, José Castelo, e Marco Rodrigues.
 Com esta iniciativa, a edilidade pretende valorizar o seu património industrial, neste caso, uma indústria que iniciou a sua laboração no final do século XIX e que teve uma importância fulcral na vida económica, cultural e social da comunidade local.
 De referir que, várias foram as instituições que se associaram a esta iniciativa, tais como a Universidade dos Açores, o Grupo Bensaude, a RTP Arquivos e a Fundação e Museu Medeiros e Almeida.
 Este evento encontra-se inserido no programa comemorativo dos 500 anos de elevação de Lagoa a vila e sede de concelho e dos 10 anos de cidade.
A actual Câmara Municipal da Lagoa, presidida por Cristina Calisto, tem vindo a defender o património histórico da fábrica de álcool, sobretudo, a sua torre, opondo-se, nomeadamente, a empreendimentos turísticos que não tenham em conta os traços históricos da edificação.
A autarca é mesmo apologista que, a se fazer um empreendimento turístico no espaço, se deve salvaguardar os principais elementos históricos até para valorização junto dos futuros hóspedes.
Nesta perspectiva, a tertúlia que agora vai ser criada funcionará como uma força de defesa do património histórico ainda evidente na antiga fábrica do álcool que teve uma importância económica significativa para o concelho da Lagoa não só empregando muita mão-de-obra, como também para valorização da economia do concelho.

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Autor: CA

Categorias: Regional

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